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78 gols em 41 jogos: dar espaço ao ofensivo Fluminense de Abel é fatal

Desde o início da temporada, o Fluminense chamou a atenção pela vocação ofensiva. Abel montou uma equipe de garotos velozes, fulminantes no contra-ataque e que têm gosto pelos gols. Com o avançar da temporada, o nível dos adversários subiu, os espaços foram reduzidos e nem sempre é possível ficar à vontade. A Universidad de Quito, no entanto, parece não ter acompanhado nada do Fluminense em 2017. Deu campo à vontade, enrolou-se na movimentação do ataque em bloco e acabou atropelada. Nos 4 a 0, o Fluminense não só chegou aos 78 gols em 41 jogos no ano como encaminhou a classificação para a próxima fase da Copa Sul-Americana.

Flu no início: muita movimentação

Sim, foi fácil além do esperado. Desde o apito inicial ficou claro que o Fluminense teria muito espaço para atacar por onde quisesse. Tramou armas conhecidas no futebol nacional, mas nem por isso fáceis de serem impedidas. Henrique Dourado à frente, Scarpa por trás, alternando entre centro e direita, de onde puxava a bola com carinho em busca de lançamentos ou cruzamentos caprichados em busca dos atacantes que infiltravam do lado para o centro. Rapidamente, Abel entendeu que seria melhor, mesmo, deixar Richarlison, que começara na esquerda, do lado direito e fazer o inverso com Marquinhos Calazans. Era um ataque em bloco.

Pela direita subiam Richarlison e Lucas. Pela esquerda, Calazans e Léo. Ao centro, Scarpa e Wendel. Preparado para ficar fechado e explorar os contra-ataques, a Universidad de Quito não conseguiu respirar. Bola todo do Fluminense e qualquer perda era imediatamente recuperada com o bom posicionamento de Orejuela. Defederico recuava, tentava lançar bolas para Caicedo, pela esquerda, e Cifuentes. Não conseguia. O gol era questão de tempo com a bola de forma tão constante na área.

Flu ao fim: ritmo diminuiu

Dourado ceifou após Léo cruzar da esquerda e, no bate-rebate, a bola sobrar à vontade na sua frente. O 1 a 0 virou 2 a 0 em minutos. Ainda com a Universidad tonta, bola profunda, furada de Carabalí. No cruzamento, nova furada, agora do goleiro, e bola no pé de Richarlison para a rede. Jogo encaminhado. Talvez por desconcentração, o Fluminense deixou de ser tão incisivo no ataque e permitiu alguns contra-ataques do rival, pouco aproveitados por Cifuentes. Mas o playground era farto. Bastava uma acelarada de jogo, uma troca de movimentações e o Fluminense ultrapassava o campo de ataque como queria. De novo pela esquerda, cruzamento de Calazans, Godoy deixa a bola resvalar na mão. Pênalti que Ceifador é incapaz de desperdiçar. 3 a 0.

No segundo tempo, os espaços continuaram a existir. O Fluminense chegou uma vez, Dourado desperdiçou. Na segunda, Wendel teve a liberdade para olhar e bater no ângulo esquerdo do goleiro. Golaço. E aí o time naturalmente diminuiu o ritmo. Subidas alternadas, alguns jogadores poupados e a opção por administrar o resultado que resultou em uma ótima vantagem para Quito. A equipe ainda cedeu alguns contra-ataques que irritaram Abel Braga. Mas foi um jogo tranquilo. E a Universidad de Quito aprendeu o que já tinha virado regra pelo Brasil: com um time tão ofensivo quanto o Fluminense, ceder espaços é um convite para ser goleado. E anote aí para não se perder: já são 78 gols tricolores em 41 jogos na temporada 2017.

FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 4X0 UNIVERSIDAD DE QUITO

Local: Maracanã
Data: 29 de junho de 2017
Horário: 21h45
Árbitro: Gustavo Murillo (COL)
Público e renda: 12.997 pagantes / 14.373 presentes / R$ 445.715,00
Cartões Amarelos: Léo (FLU) e Carabalí, Gil Romero e Martínez (UNI)
Gols: Henrique Dourado (FLU), aos 26 minutos, Richarlison (FLU), aos 28 minutos, Henrique Dourado (FLU), aos 44 minutos do primeiro tempo e Wendel (FLU), aos nove minutos do segundo tempo

FLUMINENSE: Julio Cesar; Lucas, Reginaldo, Henrique e Léo (Wellington, 32’/2T); Orejuela e Wendel (Luquinhas, 29’/2T);Richarlison, Gustavo Scarpa e Calazans; Henrique Dourado (Pedro, 7’/2T)
Técnico: Abel Braga

UNIVERSIDAD DE QUITO: Galíndez (Mosquera / Intervalo); Andrés López, Carabalí, Obando e Cortez; Wilmer Godoy, Gil Romero, Defederico, Patta e Caicedo (Martínez, 27’/2T); Cifuentes
Técnico: Jorge Célico

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