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Botafogo volta a renegar a própria identidade e, mais uma vez, sucumbe

Rodrigo Pimpão Botafogo Avaí

Rodrigo Pimpão Botafogo Avaí

Há exatos dois meses, em 26 de abril, o Botafogo conseguiu vencer uma partida depois de sair atrás do placar, contra o Sport, no Rio, pela Copa do Brasil. Desde então disputou 14 jogos. Em seis deles, sofreu um gol antes de marcar. Empatou um, contra o Coritiba, e acabou derrotado em outros cinco. O último deles, nesta segunda, um espantoso 2 a 0 diante do até então lanterninha Avaí. Está mais do que claro para Jair Ventura. O Botafogo é um time que tem uma única identidade e que não se sente confortável ao ser obrigado a renegá-la. Mais uma vez, foi. E não respondeu.

Botafogo no início, já com Guilherme

Certamente muitos virão com números do site Footstats em mãos para creditar a derrota do Botafogo simplesmente à ótima atuação do goleiro Douglas. Foram 29 finalizações, nove na meta. 67% de posse de bola. Quase 600 passes trocados. Tudo seria realmente de saltar aos olhos caso a identidade do Botafogo não indicasse exatamente o contrário. É um time que prefere não ter tanto campo e ceder espaços ao adversário para contra-atacar. Fechar-se em um 4-4-2 e não movimentar em um milímetro a sua organização. Foi assim, eficiente, contra o Vasco. Diante do Avaí, muito influenciado pela ideia de enfrentar o lanterna em casa e utilizar seus dois meias, Camilo e Montillo, Jair montou o time em um 4-2-3-1. De novo com a ideia de tomar a iniciativa da partida. Agredir antes de ser agredido. De novo, o plano foi por água abaixo com minutos.

Sem estar nos dois blocos de quatro, com um dos meias, geralmente Camilo, ao lado de Roger, o Botafogo não se encontra. É espaçado e os jogadores, talvez por já terem memorizado o espaço dos companheiros, erram passes com facilidade. Em cinco minutos, uma bola cruzada na área e um bate-rebate fez o ex-alvinegro Joel abrir o placar. 1 a 0. Mau sinal. Se já estava predisposto a atacar, a equipe de Jair Ventura teria de aumentar a vocação ofensiva na marra. Mais dois minutos, outro golpe. Montillo sentiu de novo a panturrilha direita, como diante do Olimpia, e deu lugar a Guilherme.

Jair manteve o 4-2-3-1, com Camilo centralizado, deixando o lado esquerdo para a entrada de Guilherme. Mas, por desorganização, o camisa 10 voltava entre os volantes para buscar a bola e o com o avanço dos pontas, formava um 4-3-3. Do outro lado, o Avaí refletia o que o rival gostaria de ser. 4-4-2 bem fechado, saindo sempre na bola, utilizando muito o lado esquerdo com Juan e Capa. Com 17 minutos, Joel recebeu de Pedro Castro e deu bonito tapa no fundo da rede de Gatito. O jogo seria muito mais difícil do que o imaginado para o Botafogo.

No fim: um zagueiro e todos à frente

O time foi à frente. E desandou a perder oportunidades. Atacava de forma desorganizada e encontrava brechas devido à fraca postura defensiva do Avaí. Os volantes infiltravam. Até Rodrigo Lindoso, geralmente mais contido, aparecia na área adversária. A boa noite do goleiro Douglas, no entanto, passou a enervar ainda mais a equipe. Ansiedade pelo gol que não saía. Nervosismo que deixa o time mais desorganizado, com espaços e dificuldade de fazer o encaixe natural ao se defender. Só aos 28 minutos do segundo tempo Jair tentou modificar. Colocou Leandrinho, mais driblador, na vaga de Camilo. Ouviu as primeiras vaias da arquibancada.

As seguintes vieram já quase no apagar das luzes, quando sacou um zagueiro, Igor Rabello, para colocar Pachu, um atacante. Manteve apenas Marcelo centralizado na defesa, ladeado por Victor Luís e Arnaldo. Dali para frente, todos à frente, em busca do gol. Cruzamentos, chutes de meia distância. Quando Pimpão cabeceou para a defesa de Douglas e, no rebote, Leandrinho bateu em cima de Betão para, depois, Pimpão mandar outra bicicleta para nova defesa de Dougas ficou claro que a bola não entraria. Nem com bola alçada. Nem com abafa desordenado. Mais uma vez, o Botafogo deixou sua fórmula de segurança para trás, foi vazado no início e obrigado a renegar a identidade que o faz ser eficiente. Deixou claro: a probabilidade de acerto nesse panorama é mínima.

FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 0X2 AVAÍ

Local: Estádio Nilton Santos, o Engenhão
Data: 26 de junho de 2017
Horário: 20h
Árbitro: Caio Max Vieira (RN)
Público e renda: 20.396 pagantes / 22.819 presentes / R$ 353.360,00
Cartões amarelos: Igor Rabello (BOT) e Douglas, Leandro Silva e Luan (AVA)
Gols: Joel (AVA), aos cinco minutos e aos 17 minutos do primeiro tempo

BOTAFOGO: Gatito; Arnaldo, Marcelo, Igor Rabello (Pachu, 38’/2T) e Victor Luis; Rodrigo Lindoso e Bruno Silva; Rodrigo Pimpão, Montillo (Guilherme, 7’/2T) e Camilo (Leandrinho, 28’/2T); Roger
Técnico: Jair Ventura

AVAÍ: Douglas; Leandro Silva, Betão, Airton e Capa; Luan, Judson (Simião, 33’/2T), Juan (Diego Tavares, 14’/2T) e Pedro Castro; Joel (Junior Dutra, 28’/2T) e Romulo
Técnico: Claudinei Oliveira

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