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A conta do cobertor curto: Flu já apresenta dificuldades para ser competitivo

Scarpa Michel Fluminense Grêmio

Scarpa Michel Fluminense Grêmio

No início da temporada, Abel Braga reformulou o Fluminense de 2016 e pôs em campo um time muito arrumado, competitivo em seu 4-3-3. Achou garotos, como Douglas e Wendel, e misturou com novos nomes, como Orejuela e Sornoza. Mas se havia time, era claro que faltava elenco. A conta do cobertor curto chega apenas agora, quando os adversários exigem muito mais e a temporada acumula jogos – agora já são 37. Na derrota para o Grêmio no Maracanã, de novo por 2 a 0, ficou claro o quanto o Fluminense já apresenta dificuldade em competir diante com o desmanche da equipe por lesões e suspensões. Trocar tantas rodas com o carro a pleno vapor na estrada é difícil.

Fluminense no início: 4-2-3-1

Ainda mais quando o adversário do outro lado do campo é a equipe que apresenta o melhor futebol atualmente no Campeonato Brasileiro. Em um 4-2-3-1, o Grêmio tem um jogo envolvente, com toques rápidos e curtos, de pé em pé até o campo adversário. Vertical. Há por vezes confusão ao enxergar quatro volantes no meio gremista. Maicon faz a função mais adiantada, próximo a Luan, como um autêntico meia. Função dos tempos de Madureira. Ramiro fecha o meio, mas se posta bem no lado direito, muitas vezes quase como um ponta. Esse vaivém de passes e tabelas abre espaços na defesa adversária ou resultado em faltas para interromper a fluidez. Com sete minutos, Reginaldo derrubou Luan e Edilson mandou uma varada na cobrança de falta. A bola entrou no canto direito de Julio Cesar, com violência e efeito. Lance muito difícil para o goleiro. 1 a 0.

A desvantagem precoce pôs o Fluminense em apuros. A ideia de sufocar o Grêmio na saída de bola, com marcação

Grêmio: nada de quatro volantes

adiantada, teve de ser ainda mais reforçada. Também em um 4-2-3-1, o Fluminense tinha Richarlison pela direita, Calazans à esquerda  embora ambos revezassem – e Scarpa centralizado. Mateus Norton ficava mais à frente da zaga e Wendel era o responsável por iniciar o jogo com mais qualidade. Mas a ansiedade por estar atrás do marcador prejudicava. Erro de botes e passes. Torcida chiando na arquibancada. Parecia até um domínio do time da casa, mas o Grêmio de maneira alguma perdeu o controle de jogo. Michel e Arthur, impecáveis no meio, anulavam as ações de Scarpa e saíam com os toques precisos, tabelando. Sem riscos. Ao Fluminense restou apenas um chute de fora da área de Henrique Dourado, sem tanto perigo.

Flu ao fim: dois centroavantes

Com o revés, Abel mexeu no time no intervalo. Sacou Léo, recuou Calazans para a lateral e pôs Lucas Fernandes pela direita, com Richarlison se deslocando ao seu habitat, o lado esquerdo do ataque. Tentava com a mexida criar chances pela direita, nas costas do avanço de Cortês e também frear investidas de Pedro Rocha. Com um minuto, Lucas Fernandes recebeu de Scarpa na entrada da área e, mesmo livre, chutou torto, para fora. Parecia uma melhora. Nada. A partir daí, o panorama foi parecido com o do primeiro tempo. Fluminense afoito, errando passes e saídas de bola, Grêmio, mais tranquilo, retomando a posse e valorizando as saídas rápidas, de pé em pé. O time da casa sentia a falta de forças para, de fato, guerrear.

Grêmio ao fim do jogo

O passar do tempo só fez a ansiedade do Tricolor carioca aumentar e o time se desorganizar. Luan, homem de frente, ficou mais solto e procurou aproveitar o espaço do meio com a habilidade. Em uma enfileirada em três marcadores, deu passe para Arthur bater em cima de Julio Cesar. Renato resolveu oficializar Luan no meio ao sacar Maicon por Everton, que ficou mais à frente. O Grêmio ganhou campo priorizando o jogo pelo meio, em cima de Mateus Norton, já que Scarpa e Wendel atuavam mais avançados na busca desenfreada pelo empate. Quando Abel respondeu ao tirar o camisa 10 para pôr mais um centroavante, Pedro, Renato enxergou as costas de Lucas. Trocou Pedro Rocha por Fernandinho, com pulmões frescos e mais habilidoso. Boa cartada do técnico Portaluppi.

Por ali, o Grêmio decidiu o jogo. Fernandinho derrubado por Lucas. Falta cobrada por Luan e aceita por Julio Cesar. 2 a 0. Não havia mais o que fazer. Por mais que tenha tido mais posse de bola, 53%, e o mesmo número de finalizações – 12 – não conseguiu em momento algum indicar que poderia vencer a partida no Maracanã. O cobertor curto tricolor cobra a conta. Lesões, suspensões, muito garotos e nenhum reforço. Só nesta quinta-feira, Renato Chaves, Sornoza, Wellington – lesionados – e Orejuela – convocado pelo Equador – estavam fora do time titular. Na sétima rodada, não é difícil constatar que já tem sido difícil para Abel Braga competir com as melhores equipes do Campeonato Brasileiro.

FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 2X0 GRÊMIO

Local: Maracanã
Data: 15 de junho de 2017
Horário: 21h
Árbitro: Elmo Resende (GO)
Público e renda: 10.273 pagantes / 11.652 presentes / R$ 316.740,00
Cartões Amarelos: Henrique, Mateus Norton, Calazans e Henrique Dourado (FLU) e Edilson, Everton e Fernandinho (GRE)
Gols: Edilson (GRE), aos sete minutos do primeiro tempo e Luan (GRE), aos 34 minutos do segundo tempo

FLUMINENSE: Julio Cesar; Lucas (Renato, 40’/2T), Reginaldo, Henrique e Léo (Lucas Fernandes / Intervalo); Mateus Norton e Wendel; Richarlison, Gustavo Scarpa (Pedro, 30’/2T) e Calazans; Henrique Dourado
Técnico: Abel Braga

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edilson, Geromel, Kannemann e Cortês; Michel e Arthur; Ramiro, Maicon (Everton, 18’/2T) e Pedro Rocha (Fernandinho, 20’/2T); Luan (Gaston Fernández, 43’/2T)
Técnico: Renato Gaúcho

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