(FIFA / Twitter)
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Invade assim, de repente. Um drible ao lado, a chegada atrasada de Piqué. O craque ao chão. Entre a ajeitada na bola e a respirada profunda, ela chega. A sensação. Não sabemos muito bem explicar como ou o porquê. A gente sente e é assim. Acontece sempre quando envolve os grandes. Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro é um deles. Lenda. Ele empataria o jogo. Valeria mais do que uma vitória magra. Valia, sim, o romper de barreiras. Foi algo coletivo. Aquela olhada ao lado, um sorriso para quem já compartilhava da mesma ideia. A bola vai na rede, pode apostar. Deu aquela sensação de História.
E ela foi, explosiva. Um 3 a 3 já gravado. Então combinamos assim. Copa do Mundo é um torneio grandioso, especial, capaz de definir carreiras e dividir patamares. Cristiano, ali, pulou mais um pouco para cima. Talvez faltasse apenas isso na sua trajetória. Mesmo com cinco Champions, Premier League, Ligas e mais Ligas. Fazer o quê, ó gajo, se teu sarrafo é lá em cima? Acostumamos a ser exigentes. E de uma vez só ele foi lá e dobrou seu número de gols em Copas. De três a seis, numa tacada só. Despertou aquele sentimento gostoso ao fim do jogo: tínhamos a clara sensação de ver História.
Vá lá que vez em outra isso acontece em Copa do Mundo. O fatídico 7 a 1 está aí para nos lembrar quase todo dia desde aquele 8 de julho de 2014. Mas ter essa sensação com algo extremamente positivo como os golaços de Cristiano nos faz compreender o tamanho de uma lenda do futebol. Um jogo grande, em Copa do Mundo, com três gols de um craque que, dizem, joga quase solitário em meio aos seus. Daqui a 20 anos vamos lembrar deste Portugal e Espanha, o primeiro jogo que Cristiano chamou de seu em um Mundial. A Copa teve o seu pontapé inicial, de verdade, nesta sexta-feira. E nos lembrou por que a consideramos tão grandiosa, tão especial. É ela que nos desperta com tanta clareza a sensação de ver História.