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De peito aberto, Botafogo passa por Vasco e dá seu primeiro sinal em 2018

Igor Rabello Botafogo

(Twitter / Botafogo)

Igor Rabello Botafogo

(Twitter / Botafogo)

As saídas de Jair Ventura e peças principais do elenco trouxeram desconfiança natural ao torcedor do Botafogo no começo da temporada. O início de trabalho ruim e a consequente demissão de Felipe Conceição após a derrota para o Flamengo na Taça Guanabara abalaram ainda mais a relação com a arquibancada. O Botafogo precisava, neste recomeço tão precoce, de um sinal. A classificação para a final da Taça Rio com uma vitória de 3 a 2 foi um primeiro alento. O Botafogo pode, sim, ser competitivo.

O jogo seguro, organizado e baseado em um forte contra-ataque como em 2017 já não existe mais. Alberto Valentim gosta de um time posicionado mais à frente, pressionando o adversário. Incomodando. Mas do que preferência, a necessidade mandava o Botafogo ao ataque. Só a vitória daria a vaga na final. Só a vitória daria o sinal à arquibancada. De peito aberto, o time assumiu a responsabilidade de atacar o rival.

Vasco no início: perda de Evander, com ações em Paulinho

Alberto manteve a equipe no 4-2-3-1 do último fim de semana. Marcos Vinícius de novo centralizado, Leo Valencia mais uma vez à esquerda, mas na direita que assumiu o lugar foi Luiz Fernando em vez de Ezequiel. Tentativa de utilizar velocidade pelos lados e centrar bolas na área. Por isso tentava incomodar. Mas permitia ser incomodado. Do outro lado, o Vasco de Zé Ricardo mostrou-se disposto a manter postura também ofensiva.

Pareceu, na verdade, uma extensão do confronto do fim de semana. O Vasco também em um 4-2-3-1, com Andrés Ríos pela direita, Evander centralizado e Paulinho à esquerda. Riascos, incansável, à frente. Com dez minutos, porém, o Vasco perdeu Evander, lesionado. Wagner encaixou no meio. E o jogo vascaíno foi um pouco mais lento do que o previsto. Acelerava pelo lado esquerdo, com Paulinho, que invariavelmente puxava o ataque e aguardava a subida de Fabrício, outra novidade na vaga de Henrique, lesionado.

Botafogo no início: Marcos Vinicius centralizado, Valencia ao lado

O início do clássico, então, foi marcado por plena disputa palmo a palmo. Bolas longas buscando a corrida dos atacantes. Utilização dos lados do campo. Por ali, o Botafogo abriu o placar. Em escanteio curto, Leo Valencia recebeu de volta de Marcinho e gingou na frente de Wagner. O cruzamento achou Brenner sozinho na pequena área, vacilo do miolo de zaga vascaíno, Paulão e Erazo. 1 a 0. Era um Botafogo melhor. Mais posse, mais dominante, mais presente no campo vascaíno. Por pouco tempo.

A necessidade de recuperar a vantagem do empate fez o Vasco avançar ainda mais. Também buscou trocar passes no campo rival e acelerar o jogo pelos lados. Andrés Ríos e Riascos alternavam entre direita e comando do ataque. O colombiano quase empatou ao mandar completar um cruzamento no qual bola beijou o travessão e a linha. Wagner arriscou de longe e Gatito salvou. Era um jogo de peito aberto. Rápido, disputado, com espaços para golpear o rival. O clássico era isso: uma franca troca de golpes. Não assustou, então, quando o Vasco virou a partida em dez minutos. Em dois lances idênticos, aproveitando um dos pontos fracos do Botafogo nessa temporada. A bola alçada na área.

Vasco ao fim: avançado e pronto para mais golpes

Paulinho, por duas vezes, cobrou escanteio da esquerda. Na verdade, deu dois passes. O primeiro para Erazo, na pequena área, tocar de cabeça ao ganhar de Igor Rabello. O segundo para Riascos se antecipar no primeiro pau e também desviar de cabeça. 2 a 1. A partir daí, o time de Zé Ricardo puxou o freio de mão. Diminuiu a velocidade e passou a cadenciar mais o jogo, apostando em Wagner para ditar o ritmo da equipe. Ainda assim, jogava adiantado. A ponto de Igor Rabello dominar uma bola na intermediária e lançar Luiz Fernando nas costas de Fabrício. A matada da bola dentro da área apenas ajeitou a redonda para o pé esquerdo, que fuzilou o canto de Gabriel Félix. 2 a 2. Clássico elétrico. Disputado.

A etapa final chegou com menos fôlego, mas disputa parecida. Paulinho e Riascos eram as melhores armas do Vasco. O primeiro por levar com habilidade a bola da esquerda para o centro, abastecendo os companheiros. Riascos, ainda que de sua maneira destrambelhada, perturbava a zaga alvinegra movimentando por todo o ataque. No Botafogo, o apoio de Moisés, inteligente na marcação e forte no apoio, era boa válvula de escape no auxílio a Valencia, que já parecia com as pernas cansadas. Marcos Vinícius, pelo centro, não funcionava. Faltava criatividade. Poder de fogo. Alberto Valentim entendeu que seria necessário mudar.

Ao fim, Botafogo renovado na frente

Lançou Pachu no ataque e recuou Brenner ao meio. Sacou Valencia e pôs Rodrigo Pimpão à esquerda. Tentativa de manter a velocidade pelos lados e aumentar o poder de fogo com um atacante atrás do outro. O Botafogo precisava de um gol. Mais alguns minutos e Luiz Fernando também deixou o campo para a entrada de Ezequiel. Mantinha o Botafogo o seu 4-2-3-1, mas com fôlego renovado. No Vasco também faltava pernas. Ríos, cansado, deu lugar a Galhardo, que centralizou, com Wagner caminhando à esquerda e Paulinho à direita.

A estratégia de Valentim foi interessante. A dupla Moisés e Pimpão pelo lado esquerdo prendeu as subidas de Pikachu, arma importante do Vasco de Zé Ricardo para chegar ao fundo campo. Paulinho viu-se só. No jogo aberto, o Botafogo alcançou o gol a quase cinco minutos do fim. Marcinho alçou falta na área e achou Igor Rabello, em testada direta para a rede. 3 a 2. Os golpes eram trocados amplamente e Zé Ricardo abriu ainda mais a guarda ao sacar Wellington para a entrada de Paulo Vitor, que avançou à direita. Paulinho fez dupla com Riascos na frente. Não conseguiu mais incomodar. Foi Gabriel Félix, aliás, quem fez uma defesa salvadora, com os pés, em chute no contrapé de Pimpão.

De acordo com o site Footstats, o Botafogo teve 52% de posse de bola. O Vasco, 48%. Os alvinegros finalizaram cinco bolas no alvo. Os vascaínos, sete. Cada time fez 31 lançamentos no jogo – apenas oito corretos de cada lado. Em cruzamentos certos, sete de um lado, oito do outro. Houve equilíbrio. Não apenas pela vitória e a consequente vaga à final da Taça Rio, o torcedor do Botafogo já olha com mais carinho para o campo. Na semifinal da Taça Guanabara, o time foi engolido pelo rival Flamengo e parecia sem reação. Um turno depois, já consegue ser competitivo com o Vasco, integrante da fase de grupos da Libertadores. Um sinal que Valentim tinha dado. Golpes foram trocados, chances dadas. Mas o Botafogo, enfim, deu um sinal em 2018.

FICHA TÉCNICA
VASCO 2X3 BOTAFOGO

Local: Estádio Nilton Santos, o Engenhão
Data: 21 de março de 2017
Horário: 21h45
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
Público e renda: 9.255 pagantes / 9.976 presentes / R$ 155.900,00
Cartões Amarelos: Yago Pikachu, Paulão, Wellington e Desábato (VAS) e Luiz Fernando, Marcelo, Rodrigo Lindoso e Igor Rabello (BOT)
Gols: Brenner (BOT), aos 12 e minutos, Erazo (VAS), aos 19 minutos e Riascos (VAS), 29 minutos e Luiz Fernando, aos 33 minutos do primeiro tempo e Igor Rabello (BOT), aos 38 minutos do segundo tempo

BOTAFOGO: Gatito Fernández; Marcinho, Marcelo Benevenuto, Igor Rabello e Moisés; Marcelo, Rodrigo Lindoso; Luiz Fernando (Ezequiel, 30’/2T), Marcos Vinícius (Pachu, 24’/2T) e Leo Valencia (Rodrigo Pimpão, 24’/2T); Brenner
Técnico: Alberto Valentim

VASCO: Gabriel Félix; Yago Pikachu, Paulão, Erazo e Fabrício; Desábato e Wellington (Paulo Vitor, 40’/2T); Paulinho, Evander (Wagner, 10’/1T) e Andrés Ríos (Thiago Galhardo, 30’/2T); Riascos
Técnico: Zé Ricardo

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