Diego Cavalieri, Lucas, Renato Chaves, Henrique e Léo; Orejuela, Wendel e Sornoza; Wellington, Richarlison e Henrique Dourado. Foi essa a escalação do Fluminense há 40 dias, no primeiro jogo da final do Carioca. Neste sábado, a derrota por 3 a 1 para o Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro, no Allianz Parque, chegou com seis modificações na equipe. Seis. Cinco trocas por lesão, convocação ou imbróglio e uma, o goleiro, por opção. Foi o 36º jogo da temporada. Nesta combinação explosiva é difícil o Fluminense sobreviver a cada rodada.
Sem Richarlison, envolvido no imbróglio na negociação com o próprio adversário, Abel novamente teve de adaptar. Mandou o time a campo em um 4-1-4-1, com Luiz Fernando como o volante à frente da zaga. Durou apenas três minutos. Foi o tempo necessário para o jogador torcer o joelho. Sem opções, o técnico lançou Nogueira na defesa e adiantou Henrique ao meio de campo. Acabou prejudicado. O jogo da equipe, geralmente veloz e ofensivo, foi mais pragmático e lento. Calazans e Scarpa, nas pontas, eram opções de acelerar o jogo, embora o camisa 10, vez em outra, se posicionasse mais à frente para dar opção de diálogo a Henrique Dourado.
Cuca, do outro lado, também tinha desfalques por lesão ou convocação. Mas tem em mãos um elenco muito mais farto. Manteve o 4-2-3-1, com Roger Guedes e Keno pelos lados, Willian à frente e Guerra centralizado. Aí a válvula de escape palmeirense. A saída com Felipe Melo quase entre os zagueiros chegava às pontas e logo buscava o venezuelano, que aproveitava a falta de trejeito de Henrique como volante e ineficiência de Marquinho para encontrar o posicionamento defensivo no meio tricolor. Guerra, então, passeou com o espaço que teve. Por ali, avançou para a área e completou com o peito do pé, no fundo da rede, o desvio de cabeça de Willian após lateral cobrado por Zé Roberto.
O gol fez o Fluminense voltar ao jogo e tentar acelerar as investidas pelo ataque. Scarpa tentava aproveitar as costas de Zé Roberto. Mas era pela esquerda a maior vantagem tricolor. Calazans, agudo, passava como queria por Jean. Por ali ele avançou e cruzou para Henrique Dourado, na entrada da grande área, completar de direita para o gol. 1 a 1. Não era um jogo bom, de belas jogadas. Mas era, ao menos, disputado. Uma equipe parecia depender de um sinal de outra para responder. Cuca, preocupado com as investidas de Calazans, inverteu jean com Tchê Tchê, da lateral para o meio.
A questão é que a força ofensiva do Fluminense estava reduzida. Calazans era a melhor arma, Scarpa mostrava até iniciativa, mas acertava pouco. Deu até um passe açucarado para Henique Dourado, que chutou em cima de Prass. Mas faltavam mais jogadores decisivos para intimidar o Palmeiras. Wendel, em tarde ruim, também se limitava a compor a linha do meio. Com tanta desatenção, Roger Guedes passou no meio de dois, Léo e Marquinho, pelo lado direito, fez ótima jogada e rolou para Keno, na área, bater cruzado e vencer Julio Cesar, fechando o primeiro tempo em 2 a 1.
Na etapa final, Cuca indicou que apostaria na velocidade de vez, ao fechar o meio ainda mais. Sacou Jean e colocou Thiago Santos ao lado de Felipe Melo, mantendo Tchê Tchê na lateral. O Fluminense, no entanto, continuou sem achar Guerra, que flutuava no meio de campo sem ser incomodado. Abel cansou. Sacou Marquinho e jogou o time em um 4-2-3-1, com Matheus Alessandro e Calazans, já pelo lado direito, e Scarpa centralizado. O Fluminense, destroçado, usava todas as suas fichas para se manter de pé diante do atual campeão brasileiro.
A perda de Felipe Melo, por lesão, fez Cuca jogar Tchê Tchê de volta ao meio, com Fabiano na lateral. O Palmeiras reanimou, tentava utilizar as jogadas pelos lados aproveitando as subidas dos laterais tricolores. Abel, então, gastou sua última ficha. Pôs Marcos Júnior em campo e recuou Scarpa a quase primeira volante. O camisa 10 recebia a bola de um zagueiro, olhava para frente e tentava o lançamento. Foram 33 no jogo. Mas a criação era escassa, ainda mais com Scarpa tão recuado. Marcos Junior e Matheus Alessandro alternavam pela esquerda e pelo meio.
Aos 46 minutos, a bola cruzada por Calazans parecia o desafogo necessário quando rumou para a cabeça de Marcos Junior. O atacante, no entanto, perdeu gol feito ao tocar em cima de Fernando Prass com o gol aberto. Falou mais alto, então, o elenco palmeirense. Roger Guedes foi lançado em contra-ataque e Scarpa permitiu a ultrapassagem. Na área, ele bateu cruzado para fechar o placar em 3 a 1, de forma eficiente diante de um Fluminense esfarelado pela temporada. Quase impossível resistir.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3X1 FLUMINENSE
Local: Allianz Parque
Data: 10 de junho de 2017
Horário: 16h
Árbitro: André Luiz Freitas Castro (GO)
Público e renda: 33.066 pagantes / R$ 2.126.138,00
Cartões Amarelos: Felipe Melo, Zé Roberto e Roger Guedes (PAL) e Henrique e Henrique Dourado (FLU)
Gols: Guerra (PAL), aos nove minutos, Henrique Dourado (FLU), aos 17 minutos e Keno (PAL), aos 40 minutos do primeiro tempo; Roger Guedes (Pal), aos 48 minutos do segundo tempo
PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean (Thiago Santos / Intervalo), Edu Dracena, Juninho e Zé Roberto; Felipe Melo (Fabiano, 21’/2T) e Tchê Tchê; Roger Guedes, Guerra e Keno (Michel Bastos, 35’/2T); Willian
Técnico: Cuca
FLUMINENSE: Julio Cesar; Lucas, Reginaldo, Henrique (Marcos Junior, 30’/2T) e Léo; Luiz Fernando (Nogueira, 4’/1T); Scarpa, Wendel, Marquinho (Matheus Alessandro, 17’/2T) e Calazans; Henrique Dourado
Técnico: Abel Braga