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Dividido, Fluminense aposta no risco e sucumbe facilmente diante da Chapecoense

Scarpa Chapecoense 2017

Scarpa Chapecoense 2017

O elenco na conta do chá já causou percalços a Abel Braga ao longo de 2017. Mas a reta final de temporada apresenta um desafio maior, ao lidar com degaste e ter de priorizar jogos. Claramente a ideia do técnico foi defender a vaga na Sul-Americana contra o rival Flamengo, já na próxima quarta-feira. Por isso mandou a campo um Fluminense mais enfraquecido diante da Chapecoense, fora de casa. Decisão arriscada que pôs em risco o mínimo de tranquilidade no Brasileiro com a derrota por 2 a 0.

Um triunfo fora de sua alçada significaria uma subida a 41 pontos, mantendo oito confortáveis pontos acima da zona de rebaixamento com oito rodadas a cumprir. Até um empate não seria de todo mal. Mas o Fluminense de Abel cochilou. Com a cabeça já na quarta-feira, nem percebeu o cruzamento de Reinaldo com cinco minutos para Arthur cabecear, livre dentro da área, e vencer Cavalieri. 1 a 0.

Chape no início: força pela direita

Inesperado. O jogo do Fluminense era claro. Batalhar pela posse no meio, segurar a Chapecoense e tentar a vitória com o passar da segunda etapa. Sem Sornoza e Henrique Dourado, poupados, Abel mandou o time a campo com três volantes de origem – Marlon Freitas, Richard e Wendel – embora o último tivesse função mais avançada, quase como um meia centralizado em um 4-2-3-1, com Marcos Junior e Gustavo Scarpa pelas pontas.

Mas o dever de casa não foi cumprido algumas vezes. Além da falta de capacidade do meio de campo para criar em vez de apenas combater, o avanço dos laterais tricolores deixou uma avenida às costas por onde a Chapecoense gostava de trabalhar. Não era mistério. No 4-2-3-1 dos mandantes, Apodi e Reinaldo eram grandes armas. À frente, a Chape contava com Arthur pela esquerda e Wellington Paulista centralizado, embora revezassem o posicionamento algumas vezes. Na direita, a mina de ouro com Luiz Antonio.

Flu no início: Wendel pouco funcionou na criação

Não é segredo para ninguém que o volante revelado pelo Flamengo tem facilidade em forçar o jogo pela direita. Mesmo quando atuava na função original, em 2013, cansou de fazer a ponta direita pela equipe rubro-negra. Efetivado no setor na Chape, ele soube aproveitar muito os espaços com o auxílio de Apodi nas costas de Marlon. Chamou a atenção a quantidade de espaço concedido pelo Fluminense no setor, sem nem mesmo o acompanhamento de Richard. Era um jogo ao feitio da Chapecoense.

Pois o time se fechava com eficiência e deixava o Fluminense tocar a bola. Scarpa, em tarde ruim, alternava entre a direita e o centro, mas sem precisão para criar lances de perigo. Mesmo com posse de bola na intermediária, o Tricolor não conseguia penetrar na barreira formada pela Chapecoense. Apenas um lance deu certo: uma infiltração de Lucas por dentro, enfiando bola para Pedro, que se enrolou ao sair na cara de Jandrei.

Chape ao fim: fechada, com saída pelos laterais

Mudar peças no segundo tempo, tentar agredir mais a Chapecoense seria fundamental para o jogo tricolor no segundo tempo. Não foi mesmo o que ocorreu. Mais uma vez, o time entrou desconcentrado em campo e com minutos entregou o segundo gol. Escanteio de Reinaldo na área, bate-rebate e, na sobra, calcanhar de Wellington Paulista. Cavalieri tentou salvar a pelota, mas ela já rodara dentro do gol. 2 a 0. Fluminense castigado por apostar em um jogo burocrático.

Ao fim: mais garotada em campo

A Chapecoense fechou-se ainda mais e apostou no contra-ataque pela direita, sempre com Luiz Antonio. Era um jogo quase automático. Iniciar de jogo pelo centro, bola para Canteros, que girava de primeira para a ultrapassagem de Luiz Antonio nas costas de Marlon. Abel demorou a modificar a equipe e perdeu metade do tempo com o mesmo panorama da primeira etapa. Apenas aos 23 minutos arriscou, trocando Richard por Robinho. Wendel recuou a segundo volante, Scarpa centralizou. Foi um passo à frente. De frente para o gol, o camisa 10 por pouco não fez o primeiro do Flu ao bater colocado e quase surpreender Jandrei.

Mas àquela altura Abel já entendera ser quase impossível partir em busca de uma virada. E pensou ainda mais no Fla-Flu. Sacou Scarpa e Marcos Junior, colocando Luquinhas e Romarinho. Manteve o que pareceu ser um 4-2-3-1. Mas a guerra estava perdida devido à escolha inicial. Uma aposta arriscada de Abel, tentando se equilibrar entre Brasileiro e Sul-Americana diante do rival com um elenco muito enxuto. Ultrapassado pela própria Chapecoense na tabela, o Fluminense soma 38 pontos, apenas cinco acima da zona.

FICHA TÉCNICA
CHAPECOENSE 2X0 FLUMINENSE
Local: Arena Condá
Data: 06 de junho de 2017
Horário: 19h
Árbitro: Claudio Francisco Lima e Silva (SE)
Público e renda: 10.010 presentes / R$ 206.299,00
Cartões Amarelos: Douglas (CHA) Gum (FLU)
Gols: Arthur (CHA), aos cinco minutos do primeiro tempo e Wellington Paulista (CHA), a um minuto do segundo tempo

CHAPECOENSE: Jandrei; Apodi, Douglas Grolli, Fabrício Bruno e Reinaldo; Moisés Ribeiro e Amaral (Elicarlos, 30’/2T); Luiz Antonio, Canteros e Arthur (Lucas Mineiro, 40’/2T); Wellington Paulista (Julio Cesar, 20’/2T)
Técnico: Gilson Kleina

FLUMINENSE: Diego Cavalieri; Lucas, Gum, Reginldo e Marlon; Marlon Freitas e Richard (Robinho, 22’/2T); Gustavo Scarpa (Luquinhas, 31’/2T), Wendel e Marcos Junior (Romarinho, 31’/2T); Pedro
Técnico: Abel Braga

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