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Duelo de rivalidade comandado por caras novas: Fla e Botafogo lutam pela final

A decisão de uma vaga na final do Campeonato Carioca  ao lado do Fluminense é apenas um ingrediente da mistura explosiva entre Flamengo e Botafogo. Junto das equipes, às 16h, no Maracanã, entrará em campo uma rivalidade das diretorias, a mais apimentada do futebol carioca atualmente, e, à beira do gramado, o duelo de dois expoentes entre os nomes da nova geração de técnicos de futebol brasileiro ganha o protagonismo.

Zé Ricardo e Jair Ventura são exceções em um meio que costuma priorizar velhos rostos e criar barreiras ao comando caras novas. Ambos, até agora, sobrevivem bem. Oriundos da base de seus clubes assumem o gosto pela formação acadêmica e estudo de um futebol cada vez mais especializado. Comandar, no entanto, é resolver problemas. Ao seu jeito, Zé e Jair têm se desdobrado para resolver os seus.

Provável Flamengo para o clássico

Enfrentam-se pela terceira vez entre os profissionais neste domingo. Nas duas primeiras, empate sem gols no Brasileiro de 2016 e vitória rubro-negra por 2 a 1 diante dos reservas do Botafogo, no Engenhão, pela Taça Guanabara deste ano. Agora, vale vaga em uma final. O momento é distinto. Zé Ricardo, 45 anos, já encara vozes descontentes diante de um Flamengo que despontou bem na temporada, ainda apresenta bons números, mas viu o desempenho cair. O aproveitamento no ano é de 75%. 20 jogos, 13 vitórias, seis empates e apenas uma derrota. 43 gols a favor, 12 contra.

O elenco é farto, sustentado com o polpudo orçamento do clube rubro-negro. Avançar à final neste domingo diante de um rival cansado de batalhas é essencial para abafar um coro de descontentes pronto para crescer. Com melhor campanha, a vantagem do empate é rubro-negra. Mas há problemas a resolver.

Sem Diego, lesionado no joelho direito há dez dias em jogo da Libertadores diante do Atlético-PR, Zé entra no primeiro momento decisivo da temporada sem seu melhor jogador. Substituí-lo é tarefa inglória. Por enquanto, a tendência do técnico de fala mansa – e que evita transparecer emoções à beira do gramado mesmo com os mais diferentes resultados – parece ser repetir o esquema na derrota de 1 a 0 diante da Universidad Católica, pela Libertadores. Resultado ruim e desempenho bom.

Três volantes de ofício no meio de campo em um 4-4-2 com variação ao 4-1-4-1. Gabriel substituiria Diego no ataque, com Romulo e Arão pelo centro do campo e Arão e Everton pelas pontas, liberados a avançar e encostar em Guerrero. A outra opção seria manter Trauco no meio, com Renê na lateral e Gabriel no banco. Na zaga, Rafael Vaz deverá voltar ao time titular caso Donatti, com problema muscular, seja mesmo desfalque. Manter o Flamengo com dois blocos de quatro seria estratégia interessante para combater o estilo do Botafogo de Jair Ventura. Fechado e no contra-ataque, com sucesso na Libertadores.

Provável Botafogo para o clássico

Aos 38 anos, o técnico botafoguense difere do companheiro rubro-negro na personalidade. Sorri, mostra irritação e promove até dancinha quando o time marca gols. Mas tem o elenco nas mãos. Airton e Montillo são desfalques por lesões. Emerson Santos, zagueiro improvisado de lateral direito, não está inscrito no Carioca. Fernandes deverá ser a opção no setor. Bruno Silva, expulso na final da Taça Rio, deve dar lugar a Dudu Cearense em um 4-4-2 muito fechado, em busca de contra-ataques pelos lados, especialmente com Pimpão acionando Camilo no centro.

Com elenco mais enxuto e mais problemas a solucionar, Jair segura o Botafogo pela unha. O time tem mostrado fidelidade à proposta do técnico. Tem 61% de aproveitamento no ano, com 20 jogos, 11 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. 31 gols marcados e 22 sofridos. Uma equipe que sabe exatamente o que fazer e não se abala em caso de adversidade. A necessidade de atacar o rival para vencer o jogo e garantir a vaga, no entanto, pode ser um incômodo. O cansaço de uma viagem do Equador, onde empatou com o Barcelona de Guayaquil na quinta, também joga contra. O Botafogo só desembarcou no Rio no sábado pela manhã. Ainda assim, Jair garante, vai a campo com titulares. Há muito em jogo.

Fora de campo, as diretorias rubro-negra e alvinegra protagonizaram duelos via imprensa. Troca de acusações sobre obras no Estádio Luso-Brasileiro, da Ilha do Governador, negativa do Alvinegro a receber no estádio Nilton Santos, o Engenhão, os rubro-negros e farpas diante da violência entre torcedores no clássico fizeram parte do cardápio. A rivalidade é latente. A mais quente do futebol carioca no momento. Ser eliminado pelo rival não é opção e pode refletir na sequência da temporada. Zé e Jair sabem disso. Sentem o clima fora de campo. Buscam soluções para dentro de campo. Com menos de um ano entre os profissionais. Rivalidade antiga em cara nova.

O estádio:
O Flamengo jogou três vezes no Maracanã neste ano. Venceu San Lorenzo e Atlético-PR pela Libertadores e empatou com o Vasco na semifinal da Taça Rio. O Botafogo ainda não jogou no estádio neste ano.

O árbitro:
Leonardo Cavaleiro  apitou dois jogos do Flamengo neste ano. A vitória de 4×1 sobre o Boavista na estreia do Carioca e o triunfo de 1 a 0 sobre o Vasco, na semifinal da Taça Guanabara. Não apitou jogo do Botafogo.

Fla no Carioca:

Botafogo no Carioca:

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