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A dura realidade: Vasco deve pensar primeiro em evitar a qualquer custo novo rebaixamento

Certamente de todos os clubes cariocas o Vasco é quem mais tem receio pela chegada do Campeonato Brasileiro. Fruto de um início de ano turbulento, com troca de técnico, desempenhos abaixo da crítica e fracassos nas duas primeiras competições disputadas. O time volta à elite nacional do futebol em pleno processo de reformulação, ainda uma incógnita sobre qual será o desempenho diante de equipes de nível superior às que enfrentou em Carioca e Copa do Brasil. A realidade é dura, mas, em 2017 a preocupação inicial do Vasco deve ser alcançar o mágico número de 45 anos e evitar o que seria um catastrófico quarto rebaixamento em sua História.

As palavras parecem duras, mas não há espaço para negociação diante de um início de ano tão ruim. Há, sim, motivos para receio. Os números até mostram uma defesa que tomou menos gols no Rio – 17, ao lado do Flamengo (embora o time vascaíno tenha menos jogos) – mas curiosamente a reformulação foi iniciada pelo setor. A dupla formada por Luan e Rodrigo já não existe. O primeiro acabou vendido ao Palmeiras e o segundo rescindiu contrato após desgaste. Restaram apenas Rafael Marques e Jomar para a posição. Ricardo, dos juniores, deve ser subir. Quando enfrentou equipes de Série A, principalmente no Carioca, o Vasco encontrou muitas dificuldades. Venceu apenas os reservas do Botafogo na final da Taça Rio, ainda assim de forma sofrida, no fim da partida.

O time de Cristóvão Borges, de marcação adiantada, com espaços, lento e muito desorganizado, deu vaga à equipe comandada por Milton Mendes no segundo turno do Estadual e após a eliminação na Copa do Brasil, diante do Vitória. Uma equipe mais ajustada, postada em um 4-2-3-1, com Pikachu e Andrezinho pelas pontas, Luis Fabiano à frente e Nenê centralizado, no comando da equipe. No entanto, ainda assim o time mostrou ser extremamente dependente da bola parada do camisa 10 para chegar ao gol. Foram só 21 marcados em 19 jogos no ano. O baile sofrido diante do Fluminense na semifinal do Carioca, quando os vascaínos não tiveram chances diante de um rival veloz e de muita mobilidade, acendeu definitivamente a luz vermelha em São Januário.

Milton Mendes, então, demonstra preocupação defensiva. Somar pontos no Brasileiro é fundamental. E evitar derrotas no início da competição gera confiança. Por isso, ele deseja variação tática. Aposta em três esquemas. O 4-2-3-1 foi o mais trabalhado até agora. O 4-4-2 é outra opção. Mas no período de treinos tem utilizado uma das modas do futebol europeu, o 3-6-1. O problema é a falta de peças de alta qualidade técnica para desempenhá-lo com eficiência.

Jean, volante, foi improvisado como um dos defensores. Um garoto que tem dificuldades no combate direto, tanto que levou oito cartões amarelos em 16 jogos na temporada. Bruno Gallo, volante de origem, também foi testado na zaga. O meio mistura garotos como Gilberto e Douglas com os veteranos Nenê e Wagner. Na frente, Luis Fabiano segue como aposta para garantir gols valiosos para o restante da temporada.

Vasco no 3-6-1: opção principal?

O início de ano ruim, com eliminação precoce na Copa do Brasil, deve trazer ao menos um benefício ao Vasco: fôlego diante dos rivais. O elenco sabe que terá pela frente apenas os 38 jogos do Campeonato Brasileiro. Serão 20 dias desde a eliminação no Carioca até a estreia no Campeonato Brasileiro. Tempo suficiente para fazer valer a boa fama do Centro Avançado de Prevenção, Reabilitação e Rendimento Esportivo (Caprres) de São Januário e deixar o time na ponta dos cascos.

Wagner, Muriqui e Luis Fabiano, por exemplo, voltaram ao futebol brasileiro depois de um bom tempo no futebol chinês. Claramente apresentavam desempenho físico abaixo do ideal. Foi um dos fatores que comprometeram o desempenho da equipe na primeira parte da temporada.

4-2-3-1 de Milton Mendes no Carioca

Mas serão necessários, claro, reforços. As opções de Milton Mendes são nomes como Pikachu, Andrezinho, Julio dos Santos, Manga Escobar e Kelvin. Podem ajudar justamente como opções. Mas para cumprir um papel sem sustos no Campeonato Brasileiro, Eurico Miranda e seus pares devem se movimentar. Mas o clube esbarra em dificuldades financeiras. Os zagueiros Paulão, do Internacional, e Anderson Martins, no mundo árabe, e o volante Bruno Paulista, do português Sporting, são alvos.

Com o esquema que promete mandar a campo, Milton Mendes parece compreender o momento. Por mais que a história seja grandiosa e peça voos maiores, o Vasco, em 2017, deve priorizar segurança na defesa e trabalhar pela permanência na elite. Serão longas 38 rodadas. Mas não há jeito. É a dura realidade vascaína.

Vasco na temporada como mandante:

 

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