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Flu aproveita espaços, ganha confiança e bate um Santos dominante, mas exposto

Richarlison Henrique Dourado Fluminense estreia Brasileiro 2017

Richarlison Henrique Dourado Fluminense estreia Brasileiro 2017

Pressionado com as três derrotas consecutivas e a perda do título carioca, o Fluminense precisava de espaço para respirar. Voltar a tramar o seu jogo ofensivo e recuperar a confiança. Com minutos diante do Santos no Maracanã, teve tudo isso. Teve espaço para atacar, embora também tenha sido atacado. E voltou a fazer gols para estrear no Brasileiro com vitória de 3 a 2 sobre o vice-campeão de 2016. Parte da confiança, ao menos, retomada.

Dorival Júnior, técnico de bom trabalho há um bom tempo no Santos, pareceu ter comido mosca logo no rolar da bola do Maracanã. Talvez não tenha observado com atenção a final do Campeonato Carioca, onde o Tricolor teve os lados travados pelo Flamengo e teve muita dificuldade para desenvolver o seu jogo. Pois Léo disparou pelo lado esquerdo aos três minutos, passou por Victor Ferraz, e com tranquilidade cruzou para Henrique Dourado escorar para o gol. 1 a 0 em tão pouco tempo.

O gol claramente pegou o Santos de surpresa. De todos os times brasileiros, talvez seja o que mais gosta de ter a posse, girar a bola com calma e esperar espaços. Teve, então, de sair do seu conforto e apressar os passos. O que permitia dar mais campo para as rápidas saídas do Fluminense. Wellington era mais efetivo do que nos últimos jogos. Buscava o drible por dentro e pela ponta, em tabelas com Sornoza e Dourado. Do outro lado, o Santos tentava aproveitar as subidas de Lucas pela direita com Bruno Henrique às suas costas. O atacante santista era quem mais assustava o Tricolor. Teve boa chance, mas bateu por cima de Cavalieri.

Flu no primeiro tempo da partida

O Santos tinha mais a bola, utilizava seu toque bonito, lá e cá, para tentar controlar o jogo. Não era um domínio pleno, já que oferecia campo para sofrer o contra-ataque tricolor. Mas finalizava mais. Lucas Lima flutuava atrás de Orejuela e causava dificuldades. Com tanto toque de bola, achar um buraco na defesa do Fluminense não foi tão difícil. Bruno Henrique, sempre ele, puxou bola da esquerda para o centro e achou Victor Ferraz solitário na grande área. De cabeça, o lateral mandou no canto esquerdo de Cavalieri e fez 1 a 1 no placar. Mas eis o problema do Santos. Agride, mas deixa ser também agredido.

Contra um time velocista e sedento por espaços num 4-3-3 como o Fluminense pode ser fatal. Primeiro, Henrique acertou a trave de Vanderlei após bate e rebate na área. Depois, Jean Mota foi ingênuo ao dar o bote e acertar o tornozelo de Henrique Dourado na área. O próprio Ceifador cobrou bem o pênalti para descer para o intervalo com vantagem tricolor. 2 a 1. Santos com mais posse, troca de passes. Mas sem fechar o espaços e defensivamente desorganizado. Fluminense mais eficiente e letal.

Um quadro não muito diferente do segundo tempo. O Santos, atrás no placar, adiantou o time. Renato mais à frente, com Thiago Maia e Lucas Lima tentando acionar os lados, principalmente com Bruno Henrique pela esquerda, já que Ricardo Oliveira pouco ajudava, fora de sintonia com o ritmo do jogo. Em uma roubada de bola, o Fluminense, de novo, teve espaço para avançar pelo lado e trabalhar a bola. Richarlison rolou para o meio, onde Wendel limpou a jogada e achou Sornoza na entrada da área. O equatoriano ajeitou a pelota e bateu com categoria no canto esquerdo de Vanderlei. Bela troca de passes na frente da área santista. 3 a 1.

Um jogo lá e cá. Se estava exposto na defesa, o Santos também mostrava a velha competência para atacar. Ricardo Oliveira e Bruno Henrique, no mesmo lance, acertaram o travessão de Cavalieri em bola alçada na área. Dorival entendeu que precisava de velocidade, era um jogo aberto. Vladimir Hernández entrou em campo e a vida tricolor complicou. O baixinho colombiano não mantinha posição. Caía na esquerda, na direita e no centro. De frente para Cavalieri, o atacante isolou passe açucarado de Victor Ferraz pela direita. O Santos abafava, trocava passes e tentava reduzir o espaço do Fluminense.

Flu no fim da partida: reforço no meio

Até que, enfim, conseguiu chegar ao segundo gol. Espaçado na defesa, o Fluminense deixou um buraco nas costas de Lucas. O xará Lucas Lima, refinado, enxergou. Do meio de campo deu linda enfiada para Bruno Henrique, que entrou veloz e bateu em cima de Cavalieri. No rebote, Hernández tocou para o gol. 3 a 2. À essa altura, Abel já tinha sacado Richarlison para a entrada de Pierre à frente da zaga. Orejuela, mais adiantado, fazia dupla com Wendel, com Scarpa, de volta aos gramados, por um lado, com Marcos Junior em outro e Henrique dando o combate no meio. Mas não havia mais tempo.

Sim, o Santos teve na maior parte do tempo a bola para si. Girou o jogo, trabalhou triangulações e fechou a partida com 61% de posse, 20 finalizações contra nova do rival, trocou 485 passes de acordo com o site Footstats. Mas se agrediu, também foi agredido. Deu ao Fluminense o que ele precisava: espaço para ser efetivo com as investidas no ataque e trabalhar seu jogo ofensivo. Já são agora 59 gols em 29 jogos na temporada. E o início da retomada da confiança.

FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 3X2 SANTOS

Local: Maracanã
Data: 14 de maio de 2017
Horário: 21h45
Árbitro: Wagner Reway
Público e renda: 9.880 pagantes / 11.835 presentes / R$ 305.610,00
Cartões Amarelos: Léo (FLU), Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Lucas Lima e Ricardo Oliveira (SAN)
Gols: Henrique Dourado (FLU), aos três minutos e aos 47 minutos e Victor Ferraz (SAN), aos 38 minutos do primeiro tempo; Sornoza (FLU), aos 12 minutos e Vladimir Hernández (SAN), aos 42 minutos do segundo tempo

FLUMINENSE: Diego Cavalieri; Lucas, Renato Chaves, Henrique e Léo; Orejuela, Wendel e Sornoza (Gustavo Scarpa, 40’/2T); Wellington (Marcos Junior, 19’/2T), Henrique Dourado e Richarlison (Pierre, 38’/2T)
Técnico: Abel Braga

SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Yuri e Jean Mota (Léo Cittadini, 32’/2T); Renato, Thiago Maia e Lucas Lima; Vitor Bueno (Vladimir Hernández, 17’/2T), Ricardo Oliveira (Kayke, 18’/2T) e Bruno Henrique
Técnico: Dorival Júnior

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