Henrique Dourado gol Fluminense 2017 Coritiba Maracanã
Desorganizado, Flu não dosa ímpeto ofensivo e amarga empate diante do Coritiba
10 novembro 01:36
Felipe Melo Everton Flamengo Palmeiras 2017
Melancólico e previsível, Flamengo é abatido pelo Palmeiras em só 35 minutos
12 novembro 23:39

Lento, Botafogo não mostra forças para superar seu limite diante do Atlético-PR

João Paulo Lucho González Botafogo Atlético-PR 2017

João Paulo Lucho González Botafogo Atlético-PR 2017

Talvez o peso do início precoce do ano, com disputa tão quente na Libertadores, esteja cobrando seu preço ao Botafogo no último mês de temporada. Isso explicaria a irregularidade recente da equipe de Jair Ventura, uma equipe marcada em 2017 justamente pelo oposto, por ser tão linear, na vontade e na organização. Não foi necessário muito esforço do Atlético-PR para chegar no Engenhão, abrir 1 a 0 e segurar o rival. Parecia ter uma mapa detalhado das ações do adversário em campo.

Certamente foi um dos piores jogos do Botafogo em 2017. Abaixo até da apresentação na virada sofrida diante do Fluminense, há uma semana. Mais uma vez, o time entrou em campo no 4-4-2 clássico da temporada, com Pimpão à esquerda, Bruno Silva à direita, João Paulo e Lindoso por dentro e Marcos Vinícius encostado em Brenner. Esperava trazer o adversário ao seu campo e aproveitar as rápidas subidas pelos lados, com Pimpão e Bruno Silva. O Atlético-PR sabia disso.

No início: time clássico, mas sem espaços

Formado no 4-2-3-1, o time de Fabiano Soares decidiu fechar bem o meio e forçar o jogo do rival pelos lados, onde Pimpão e Bruno Silva eram bem acompanhados. Sobrava posse de bola ao Botafogo, faltava criatividade. Sem a velocidade, o time tocava para os lados sem ter opção criativa alguma pelo meio. E o Furacão atacava pelo lado esquerdo, com Pablo, o que obrigava Bruno Silva a ser mais cauteloso nos avanços e consciente na ajuda a Arnaldo.

Mas era um jogo morno, ao feitio do visitante. Sem a vibração característica na temporada, procurando seu limite, aplicando velocidade, o Botafogo ficou sonolento. Ouvia vaias da arquibancada ao errar passes ou dribles de forma infatil. Não era apenas seu demérito. Muito bem postado, o Atlético-PR saía jogando com qualidade desde o campo defensivo com seus volantes. Guilherme e Siscley alternavam entre meio e direita e conseguiam abrir um espaço ao centro. Foi por ali que apareceu Guilherme para receber um passe de Pablo e chutar até fraco. Gatito, sonolento como o time, aceitou fácil e não conseguiu remendar o efeito. 1 a 0.

Atlético-PR no início: troca entre Guilherme e Sidcley

O revés ainda no primeiro tempo intensificou um problema que o Botafogo encontraria em toda a partida. Diante de um Atlético-PR que não dava espaço para velocidade e o meio do campo, o time passou a avançar até o permitido pelo Furacão pelos lados, na intermediária, e alçar bolas na área. Contra zagueiros de boa colocação e estaturas como Paulo André e Thiago Heleno, tarefa difícil.

A torcida vaiou, protestou, chiou. Jair tentou dar um pouco de vida ao time ao trocar Guilherme pelo apenas esforçado Rodrigo Pimpão. Diante de um rival fechado valeria mais o drible do segundo do que os tapas com arranque do primeiro. Não deu tanto efeito assim. Do outro lado, Fabiano Soares sacou Sidcley e pôs Lucas Fernandes, veloz, na direita. Opção clara pelo contra-ataque para tentar matar o jogo frente a um Botafogo muito afoito, incomodado com os resmungos da arquibancada. Não funcionou e Jair teve de dar a última cartada, pedida insistentemente pela arquibancada.

Ao fim: time mais adiantado, mas ainda ineficaz

Valencia entrou na equipe na vaga de Marcos Vinícius. João Paulo, que tentava auxiliar o ataque desde o primeiro tempo, ficou mais contido, quase alinhado com Rodrigo Lindoso. Bruno Silva e Guilherme subiram mais pelos lados, enquanto Valencia centralizou atrás de Brenner. Não incomodou o Atlético-PR, fiel à sua cartilha de se fechar bem e dar as laterais para cruzamentos da intermediária. De acordo com o site Footstats foram 39 do Alvinegro. Apenas um deles, de Leo Valencia para Guilherme, passou perto do gol em uma cabeçada. De resto, inútil.

Ao fim: poucos espaços e saída rápida

Guilherme e Bruno Silva continuavam a ter dificuldades, Valencia corria para os dois lados sem parar ao menos para sentir a necessidade do jogo. Uma atuação ruim do Botafogo – mais uma neste fim de temporada. Sem a possibilidade de aplicar o contra-ataque, o time ficou sem saber o que fazer com a bola além de cruzá-la insistentemente até o fim. Apenas o acaso resultaria em um gol. Muito pouco. Freado pelo Atlético-PR, o Botafogo acumula a segunda derrota seguida no Engenhão. Ainda que Flamengo e Vasco vençam seus jogos no domingo é improvável a saída do G-7 que reconduz o time à Libertadores pelo saldo de gols. Mas não há mais gordura. O Botafogo encontrou, de novo, o seu limite. E parece já cansado para superá-lo mais uma vez.

FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 0X1 ATLÉTICO-PR

Local: Estádio Nilton Santos, o Engenhão
Data: 11 de novembro de 2017
Horário: 17h
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Público e renda: 7.214 pagantes / 8.399 presentes / R$ 167.640,00
Cartões amarelos: Ederson (ATL)
Gol: Guilherme (ATL), aos 30 minutos do primeiro tempo

BOTAFOGO: Gatito Fernández; Arnaldo, Carli, Igor Rabello e Victor Luis (Gilson, 39’/2T); Bruno Silva, Rodrigo Lindoso, João Paulo e Rodrigo Pimpão (Guilherme / Intervalo); Marcos Vinícius (Leo Valencia, 14’/2T) e Brenner
Técnico: Jair Ventura

ATLÉTICO-PR: Weverton; Jonathan, Paulo André, Thiago Heleno e Fabrício; Pavez e Lucho Gonzalez (Eduardo Henrique, 32’/2T); Guilherme, Pablo e Sidcley (Lucas Fernandes / Intervalo); Ribamar (Ederson, 35’/2T)
Técnico: Fabiano Soares

Os comentários estão encerrados.