O vacilo de Jair
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No Engenhão, um Botafogo pragmático e um Fla mais consciente com Rueda no empate
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Mais do que rivalidade, Botafogo e Fla abrem semifinal com duelo de estilos

Diego Pimpão Flamengo Botafogo 2017

Diego Pimpão Flamengo Botafogo 2017

Mais do que um encontro de lados que acirraram a rivalidade em 2017, o duelo entre Botafogo e Flamengo nesta quarta-feira, às 21h45, no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, é um duelo de estilos. Ideias de futebol distintas e adaptadas aos elencos. Mas com uma diferença básica que pode ser determinante para este confronto na semifinal da Copa do Brasil: o tempo de trabalho dos técnicos.

Provável Botafogo na tradicional escalação

Jair Ventura, um ano à frente do comando do Botafogo, tem o elenco nas mãos e mantém o time em organização quase militar. É difícil ver o Glorioso trair seu estilo mesmo quando tem a vantagem debaixo de braço. Um 4-4-2 muito claro, com dois blocos de quatro que avançam e recuam simetricamente, cedem campo ao adversário e saídas rápidas pelos lados e chegada na área com Bruno Silva, na direita, e Rodrigo Pimpão, na esquerda. Com a aproximação de Matheus Fernandes e João Paulo por dentro, o time conseguiu ser mortal em mata-matas na temporada. É uma receita nos moldes para bater o Flamengo em casa.

Forjado por Zé Ricardo, o time rubro-negro tem o gosto pela bola como característica primordial de seu elenco, premissa que encaixa com a ideia de Reinaldo Rueda, o novo técnico que também utilizava o 4-2-3-1 no Atlético Nacional campeão da Libertadores. O colombiano, porém, vê nos volantes o início de um jogo vertical, agudo, com pressão sobre o adversário. Descrição oposta a Márcio Araújo, pilar da equipe de Zé Ricardo. Mas há dúvidas se poderá mudar alguma coisa com apenas dois dias de conversa. E, ainda assim, flertaria com o risco de desestruturar ainda mais uma equipe emocionalmente abalada pelo momento de crise diante de um rival em boa fase.

Provável Fla: 4-2-3-1 com Renê

Dar campo a um Flamengo afoito, pronto para impressionar o novo técnico e fazer as pazes com a torcida, é saída indicada ao Botafogo. Não há motivo para ter pressa. Apenas dar corda ao rival. Ceder campo e trabalhar as saídas rápidas, que geralmente funcionam com facilidade com a zaga avançada e lenta do Flamengo, que nesta quarta deve ser formada por Réver e Juan. Talvez até por isso o Rubro-Negro deva ter Renê na lateral esquerda, mais competente no setor defensivo do que Trauco. Fechar os lados do campo é o atalho rubro-negro para duelar de igual para igual.

Opção do Fla no 4-1-4-1: bloqueio das pontas

Uma opção a Rueda seria adaptar transformar o 4-2-3-1 em um 4-1-4-1, com Berrío e Everton nas pontas acompanhando Pimpão e Bruno Silva, como feito de forma eficiente com Wellington e Richarlison no primeiro jogo da final do Carioca. Por dentro, Willian Arão, com capacidade de infiltração, e Diego, responsável por reter a bola no ataque sem o lesionado Guerrero – Vizeu, o substituto, é mais finalizador e não faz o pivô com a mesma eficiência.

À frente dos zagueiros, Cuellar, conhecido de Rueda e com maior qualidade no passe para dar início ao jogo. Um Flamengo mais técnico para tentar confundir minimamente a organização botafoguense. Parada dura, já que o time da casa não tem sido assim previsível ultimamente. Contra o Nacional, por exemplo, abafou nos momentos iniciais e abriu 2 a 0 com cinco minutos. Apenas depois disso recuou e cedeu campo em busca dos contra-ataques. Jair começa e tentar avançar casas na formatação da equipe. Rueda nem começou. Um duelo de estilos. Duelo de rivais. Duelo de dois grandes técnicos. Ideias à prova na primeira semifinal da Copa do Brasil.

O estádio: Nilton Santos, o Engenhão

Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na Libertadores

O Botafogo disputou 27 jogos em sua casa em 2017.Foram 16 vitórias, 7 derrotas e 4 empates. O Flamengo jogou duas vezes no Engenhão nesta temporada. Venceu uma, contra o próprio Botafogo pelo Carioca, e empatou outra, a final da Taça Guanabara contra o Fluminense, quando acabou derrotado nos pênaltis.

Anderson Daronco Flamengo Vasco 2017

O árbitro: Anderson Daronco (RS)

Apitou dois jogo do Botafogo na temporada, ambos empates fora de casa, contra Vitória e Atlético-PR, pelo Brasileiro. Arbitrou três jogos do Flamengo: empate sem gols contra o Ceará pela Primeira Liga, derrota de 2 a 0 para o Sport no Brasileiro e vitória de 1 a 0 sobre o Vasco, também pelo campeonato nacional.

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