Jair Ventura Botafogo 2017 Taça Rio
Botafogo vai à final em mais um golaço de Jair, o melhor trabalho do futebol carioca
09 abril 18:53
Fluminense Taça Guanabara 2017
A minimização das taças
10 abril 15:40

Na Era Bandeira, Flamengo chega ao maior jejum de taças das últimas duas décadas

Diego Márcio Araújo Flamengo 2017
Léo Moura Flamengo campeão Carioca 2014

Léo Moura levanta a taça do Carioca de 2014: última conquista oficial vai completar três anos na quinta-feira

Acostumado a comprar faixas de campeão e a ver o time dar voltas olímpicas com alguma frequência nas últimas décadas, o torcedor rubro-negro tem sido obrigado a encarar um jejum indigesto recentemente. Na próxima quinta-feira, o Flamengo completará três anos de sua última conquista oficial, o título carioca de 2014. Até a final do Carioca deste ano, no dia 7 de maio, quando a seca enfim poderá ser encerrada, serão 1.120 dias sem gritar “é campeão”, o maior jejum do clube nos últimos 20 anos.

A última vez em que os rubro-negros passaram por um período de seca ainda mais largo aconteceu entre a conquista do Brasileiro de 1992 e o Carioca de 1996. Foram 1.442 dias sem ter o que comemorar, sob as gestões de Luís Augusto Veloso e Kleber Leite, este presidente no ano do centenário, em 1995. Mas o jejum rubro-negro pode ser ainda maior caso o clube não conquiste o Campeonato Carioca deste ano.

Se a taça não for levantada no dia 7 de maio, a chance mais próxima de o Flamengo ser campeão será em 8 de outubro, data da final da Primeira Liga. Neste caso, seriam 1.274 dias sem volta olímpica. O novo marco seria o segundo maior jejum desde os anos dourados da Era Zico, na década de 80, superando os 1.169 dias entre o Brasileiro de 1983 e o Campeonato Carioca de 1986, outro grande jejum na História rubro-negra. Uma época em que Zico e Junior, expoentes do time campeão mundial, rumaram ao futebol europeu.

Curiosamente, a seca de taças na Gávea acontece no período em que a gestão de Eduardo Bandeira de Mello tem mais fôlego para investir em estrutura e no elenco de futebol, com contratações de jogadores do porte de Guerrero e Diego. Com a redução de gastos para pagamento de dívidas no início do primeiro mandato de Flamengo, o grupo era enxuto e tecnicamente limitado, mas conseguiu aumentar a galera de taças duas vezes. A Copa do Brasil de 2013 logo no primeiro ano de mandato e, também, o Campeonato Carioca de 2014, alcançado com um gol em impedimento de Márcio Araújo sobre o Vasco, nos instantes finais da partida.

A partir de 1996, o Flamengo emplacou dois tricampeonatos cariocas, (1999-2001; 2007-2009), Cariocas isolados (2004;2011), uma Copa Mercosul (1999), além de Copa dos Campeões (2001), Copa do Brasil (2006 e 2013) e Campeonato Brasileiro (2009). O torcedor se acostumou mal novamente. Na última semana, a gestão Bandeira divulgou o balanço, provando a recuperação financeira do clube, com receita de quase meio bilhão de reais e nova redução do rombo. A dívida dos títulos com a torcida, no entanto, ainda está para ser paga.

Os maiores jejuns rubro-negros desde 1980

– Brasileiro de 92 (19 de julho) a Carioca de 96 (30 de junho) – 3 anos, 11 meses e 11 dias – 1.442 dias

– Brasileiro de 83 (29 de maio) a Carioca de 86 (10 de agosto) – 3 anos, 2 meses e 9 dias – 1.169 dias

– Carioca de 2014 (13 de abril) a Carioca de 2017* (7 de maio) – 3 anos e 23 dias – 1.120 dias

– Carioca de 1996 (30 de junho) e Carioca de 1999 (19 de junho) – 2 anos, 11 meses e 18 dias – 1.084 dias

– Brasileiro de 87 (13 de dezembro) a Copa do Brasil 90 (07 de novembro) – 2 anos, 10 meses e 16 dias – 1.060 dias

– Copa dos Campeões 2001 (11 de julho) a Carioca de 2004 (18 de abril) – 2 anos, 9 meses e 7 dias – 1.012 dias no total

*Mínimo de dias sem título já atingido

  • Pingback: Na Era Bandeira, Flamengo chega ao maior jejum de taças das últimas duas décadas | Coluna do Flamengo()

  • Racional

    É bom citar que nestes períodos de “seca de títulos” nenhuma diretoria esteve trabalhando com tanto afinco pela recuperação financeira do clube quanto esta atual.
    O que está sendo mostrado de forma bem clara é que várias diretorias passaram pelo clube e nenhuma delas se preocupou de fato com a solvência financeira do clube. Por isso a torcida entende e apóia, pois sabe que está próxima a redenção do grande trabalho que esta diretoria está fazendo. Mas esta diretoria não pode cometer o equívoco de deixar de contar com a razão de todo este esforço: a torcida do Flamengo. Em todas as suas segmentações (social, etária, etc,), o torcedor rubronegro têm de estar próximo à sua paixão e se possível, estar presente nos dias de festa e no salão de festas onde a alegria será interminável.