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Na Fonte Nova, um Vasco que se nega a olhar para a realidade sofre no Brasileiro

Anderson Martins Vasco 2017

Anderson Martins Vasco 2017

Ter o apelido de Gigante, com uma enorme história para honrar em todos os campeonatos tem um preço. Há momentos de dificuldade no qual se deve aceitar a dura realidade. O Vasco, hoje, luta para interromper a sangria de rebaixamentos dos últimos anos no Campeonato Brasileiro. É a primeira conquista a ser alcançada. Regularidade na Série A. A derrota de acachapantes 3 a 0 para o Bahia, em Salvador, escancarou a dificuldade do clube em admitir a sua realidade. Sonha, parado no tempo, com uma vaga no G6 enquanto a meta é se livrar da degola.

Vasco no início: Breno como zagueiro e volante

O pensamento que domina o clube influencia diretamente no trabalho do técnico Milton Mendes. Em busca de um time mais competitivo, preocupado em vencer, ele não cansa de modificar a estrutura vascaína, despreocupado em estabelecer uma regularidade mais simplista que poderia dar à equipe o mínimo de competitividade no Brasileiro. Pois depois de um início mais animador com seguidos jogos em São Januário, o Vasco parou. Em cinco jogos, três derrotas e dois empates. Está na primeira posição acima da zona de rebaixamento.

Diante do Bahia, Milton lançou mão mais uma vez de um esquema com três zagueiros, promovendo a estreia de Anderson Martins, com Rafael Marques pela direita e Breno entre os dois. Este último, no entanto, se adiantava quase como um segundo volante, ao lado de Jean, quando o time tentava dar as cartadas na partida. O Bahia, em um 4-2-3-1, tentava sair para o jogo desde a defesa, mas pecava em erros de passes, entregando a bola nos pés vascaínos. Sim, a perspectiva era até interessante.

O Vasco atacava em bloco, com a subida dos alas Gilberto e Ramon, auxiliando Wagner e Paulinho, com Mateus Vital flutuando próximo a Luis Fabiano. Com a pressa do Bahia em sair jogando, a pressão vascaína surtia efeito. Em uma dessas oportunidades, Wagner se antecipou ao passe, tocou para Mateus Vital que viu Paulinho livre pelo lado esquerdo. Ele bateu para fora, em boa chance. Mas eis o problema vascaíno ao não encarar a realidade: foco no ataque quando a preocupação deveria ser no sistema defensivo.

Sim, pois no minuto seguinte um escanteio cobrado por Régis encontrou a cabeça de Tiago sem barreiras para mandar até o fundo da rede. 1 a 0. O drama, então, se instaurou em um Vasco perdido diante de sua realidade. Tentava demais o jogo pelos lados, quando meio era uma boa possibilidade. Por ali, Luis Fabiano tentou uma arremate e, na bola triscada, Wagner bateu na trave perdendo excelente chance. Anderson Martins, de longe, quase venceu Jean num bom chute. Mas aí a reprise dos velhos problemas. Busca incessante com o ataque, esquecimento da defesa.

Ao fim: um 4-2-3-1 já entregue ao Bahia

Sofrer um segundo gol antes do intervalo fatalmente comprometeria todo o jogo. E o Vasco sofreu. Em contra-ataque, após um escanteio a favor. Mendoza disparou pelo centro e Ramon tomou sua frente. Em um vacilo imperdoável, o lateral pensou ter o domínio, mas deixou o veloz atacante retomar o domínio, arrancar como uma flecha pelo meio, driblar Martín Silva e tocar para o gol. Com três zagueiros, o Vasco sofreu o segundo gol antes do fim do primeiro tempo. Inexplicável.

Na volta para a etapa final, Milton Mendes tentou reequilibrar o time. Desfez o esquema com três zagueiros, sacando Rafael Marques e Paulinho para as entradas de Bruno Paulista e Nenê. Mateus Vital foi centralizado, Wagner permaneceu na direita. Um 4-2-3-1 clássico. Mas não deu nem tempo. O Vasco atual não permite ao torcedor nem mesmo sonhar com uma reação. É frágil. Bastou um minuto com uma troca de passes entre Zé Rafael e Régis para Rodrigão apareceu na cara de Martín Silva e tentar bater colocado. Martín Silva espalmou, mas Mendoza completou o rebote. 3 a 0.

Não havia ali mais o que fazer. Milton ainda tentou centralizar Nenê, sacando Mateus Vital e colocando Manga pelo lado esquerdo. O Vasco simplesmente não se encontrou mais em campo. Ouvia olé da arquibancada. Corria errado, dava espaços. O Bahia não ampliou por falta de capricho. Rodrigão, de novo na cara de Martín Silva, finalizou com o dedão e mandou para fora. Um duro choque de realidade para o Vasco, que parece estagnado nas mãos de Milton Mendes.

O elenco apresenta bons valores, principalmente com os jovens Mateus Vital, Paulinho e Paulo Vitor. Tem a experiência de Luis Fabiano. Mas está perdido quanto à sua luta no Campeonato Brasileiro. Hoje, 21 de agosto, aniversário de 119 anos do clube, a briga é para se manter na Série A. Enquanto parou para sonhar, o Vasco chegou a apenas dois pontos acima da zona de rebaixamento. Realidade dura. Mas uma realidade.

FICHA TÉCNICA:
BAHIA 3X0 VASCO

Local: Fonte Nova
Data: 20 de agosto de 2017
Horário: 16h
Árbitro: Raphael Claus (SP – Fifa)
Público e renda: 13.007 pagantes / 22.248 presentes / R$ 591.084,50
Cartões amarelos: Jean, Bruno Paulista, Anderson Martins e Luis Fabiano (VAS)
Gols: Tiago (BAH), aos 22 minutos e Mendonza (BAH), aos 49 minutos do primeiro tempo e a um minuto do segundo tempo

BAHIA: Jean; Eduardo, Tiago, Lucas Fonseca e Juninho Capixaba (Juninho, aos 40’/2T); Edson, Renê Junior, Régis (Vinícius, 4’/2T), Zé Rafael (Matheus Reis, 25’/2T) e Mendoza; Rodrigão
Técnico: Preto Casagrande

VASCO: Martín Silva; Rafael Marques (Bruno Paulista, intervalo), Breno, e Anderson Martins; Gilberto, Wagner, Jean, Mateus Vital (Manga Escobar, 19’/2T), Paulinho (Nenê, Intervalo) e Ramon; Luis Fabiano
Técnico: Milton Mendes

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