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No gogó de Abel, o ressurgir da organização e a eletrizante virada tricolor

Richarlison Fluminense 2017

Richarlison arranca com a bola no Engenhão

Abel Fluminense 2017

Abel durante o clássico contra o Botafogo: vibração, bronca, cobrança de alma e ressurgir do time

A organização do Campeonato Carioca não ajudou, marcando o jogo para as 21h45 de uma quinta-feira. Mas Botafogo e Fluminense fizeram valer a pena. Um clássico com vitória de virada dos tricolores, por 3 a 2, explosões à beira de campo, gols precoces e vibrações distintas no Engenhão. No ressurgir do Fluminense, a certeza de que elenco e o técnico Abel Braga falam a mesma língua. O triunfo teve a influência clara da vibração do comandante tricolor.

Botafogo do primeiro tempo: 4-2-3-1

O primeiro tempo, no entanto, indicou que a noite seria botafoguense. Até com certa facilidade. Organizado, o time de Jair Ventura mantinha um 4-2-3-1, com Camilo pelo lado esquerdo, Pimpão pela direita e Montillo solto no centro para criar. Marcava em cima, na tradicional blitz de início. Mal esperava que pela frente teria um Fluminense lento, espaçado, completamente distinto do time vibrante e veloz que faturou a Taça Guanabara. Os espaços, então, foram aproveitados.

Com apenas três minutos, Pimpão escapou pela direita e viu um buraco escancarado no meio de Henrique e Renato Chaves. Lá estava Roger. Bola lançada, Renato Chaves cochilando, domínio do atacante, invasão à área e toque por cima de Cavalieri. 1 a 0. Fácil, fácil. Botafogo bem superior. Airton e Bruno Silva comandavam o meio, sem combate direto do escancarado 4-1-4-1 de Abel. O garoto tricolor Luiz Fernando, substituto de Orejuela, não achava Montillo. Muito espaço. E Abel já sentia.

Fluminense do primeiro tempo: 4-1-4-1

Durante a parada técnica, o comandante chamou a equipe às favas. Berrou, xingou, indicou o posicionamento em um campo magnético. Pedia o time mais junto, sem tantos espaços, principalmente no meio. Mas foi por ali o segundo gol em minutos. Montillo driblou Henrique, que tentou dar o bote. O espaço vazio às suas costas foi de Roger. De novo, ele recebeu a bola tranquilamente, invadiu a área e ainda conseguiu chutar no peito de Cavalieri. No rebote, tocou para a rede. 2 a 0. Cheirinho de goleada no ar? Abel berrava diante do time apático. Sornoza bateu falta na trave. Mas, por sorte, o primeiro tempo chegou ao fim com o placar apenas em 2 a 0 dada tamanha vantagem botafoguense.

Botafogo do segundo tempo: apático

No segundo tempo, o papo com Abel claramente acontecera no vestiário. Com duas trocas, Wendel em Luiz Fernando e Pedro em Henrique Dourado, o Flu voltou com o mesmo 4-1-4-1. Mas agora o time jogava junto, como queria o técnico. Sem espaços. E, principalmente, sem apatia. Com a alma que Abel tanto ressalta. Parecia ligado na tomada, atento às movimentações. Para cima do Botafogo, que sentiu.

Airton, com cartão amarelo, passou a dar espaços O panorama, com minutos, estava claramente invertido. Era o Fluminense da Taça Guanabara. Velocidade, saída rápida, toques verticais. E arrancadas. Em uma delas, Wellington ultrapassou Bruno Silva e depois foi atropelado na área. Pênalti convertido por Richarlison. 2 a 1. Temos um jogo, diria o poeta da arquibancada.

Seis minutos depois, de novo Wellington. Da direita para o meio, ele achou Richarlison pela esquerda, dentro da área, que entrou, armou o chute de canhota e soltou o pé. Saulo espalmou mal e a bomba morreu na rede. Em 16 minutos, o Fluminense ressurgiu. O Botafogo encolheu. Camilo pouco produzia pela esquerda.

Flu no segundo tempo: pontas elétricos

Pimpão não achava mais os espaços e estava afastado pela direita, tentando segurar Richarlison, agora incansável. Montillo nulo no meio. Jair até tentou com Sassá na vaga de Roger. E, mais tarde, com Guilherme pela esquerda, na vaga de Montillo, empurrando Camilo para o meio. Mas já era difícil segurar o Fluminense.

Richarlison, impossível, fez pouco de Airton em um giro pela esquerda e o cruzamento achou Renato Chaves dentro da área. 3 a 2. Abel batia no peito, berrava de novo. “Esse é o meu time”. O Fluminense respondera, pulsara. No grito, a organização dos treinamentos reapareceu, engoliu o rival e manteve a batida no Campeonato Carioca. E deixou claro. É um time que fala muito bem a língua do técnico.

FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 2X3 FLUMINENSE

Local: Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 23 de março de 2017
Horário: 21h45
Árbitro: Mauricio Machado Coelho Junior
Público e renda: 6.225 pagantes / 6.776 presentes / R$ 105.610,00
Cartões amarelos: Victor Luis, Airton e Guilherme (BOT) e Renato e Wendel (FLU)
Gols: Roger (BOT), aos 16 e aos 25 minutos do primeiro tempo; Richarlison (FLU), aos 11 minutos e aos 15 minutos e Renato Chaves (FLU), aos 23 minutos do segundo tempo

BOTAFOGO: Saulo; Marcinho, Carli (Renan Fonse/Intervalo), Emerson Silva e Victor Luis; Airton, Bruno Silva; Rodrigo Pimpão, Montillo (Guilherme, 30’/2T) e Camilo; Roger (Sassá, 20’/2T)
Técnico: Jair Ventura

FLUMINENSE: Diego Cavalieri; Lucas, Renato Chaves, Henrique e Léo; Luiz Fernando (Wendel/Intervalo); Douglas, Sornoza, Richarlison (Marquinho, 37’/2T) e Wellington; Henrique Dourado (Pedro/Intervalo)
Técnico: Abel Braga

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