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No Jogo da Amizade, futebol à sombra do milagre

Sobreviventes do voo da Chapecoense foram homenageados no Engenhão

Diego e Jorge abraçam Dudu, autor do gol da vitória sobre a Colômbia no Engenhão: sétima vitória de Tite 

Falar em milagre soa como um clichê bem surrado. Mas é difícil encontrar outra maneira para explicar a cena. Neto, Rafael Henzel, Alan Ruschel e Follmann entrando por um gramado momentos antes do apito inicial de um jogo da Seleção Brasileira. Quatro sobreviventes de uma tragédia que varreu o mundo, ainda aperta corações e será eternamente inesquecível. Lá estavam os quatro para mais uma entre tantas homenagens que receberão em vida. Vida. Palavra curta, mas encharcada de significado no amistoso entre Brasil e Colômbia no Estádio Nilton Santos, o Engenhão. O Jogo da Amizade.

Sobreviventes receberam homenagens

Em uma cidade que vive sob os tormentos da insegurança, violência e miséria em tempos tão difíceis, poucos mais de 18 mil torcedores se dispuseram a ir ao estádio. Não para assistir a um jogo. Era o que menos importava, na verdade. Mas para lembrar dos mortos na maior tragédia do futebol nacional. E admirar a grandeza e a força de quem acompanhou tudo de perto, lutou para sobreviver e pode celebrar dia após o dia o milagre pelo qual passaram. Sim, a bola rolou no Engenhão. Lá estavam o Brasil de Tite e a Colômbia de Perkerman. E entre tanta solidariedade demonstrada no futebol houve espaço para poucos mesquinhos.

Vaias de supostos botafoguenses para Willian Arão, que deixou o clube rumo ao rival Flamengo. Vaias de rubro-negros para Fagner, lateral atualmente corintiano, ex-vascaíno e que deu em 2016 uma bordoada em Ederson, até hoje longe dos gramados. Clubismo. Alma pequena. E, no fundo, irrelevante diante do que estava em jogo. Valia acompanhar o jogo do estádio e pela televisão. Galvão Bueno, estrela da Globo, abriu espaço para Rafael Henzel narrar ao seu lado lances do jogo. Mas a própria partida ficou em segundo plano. Alan Ruschel dava entrevistas com a bola rolando, Follmann cantava e emocionava. Em campo, o Brasil trocava passes, tentava acelerar o jogo com Diego Souza, Dudu e Robinho. Mas era tudo um segundo plano.

Diego entrou bem no jogo do Engenhão

Veio um segundo tempo com vaias já quase inexistentes e um Brasil modificado. Diego e Camilo, representantes máximos de Flamengo e Botafogo, entraram em campo com gás de quem deseja participar de outras partidas. Trocaram passes, se movimentaram. Mas valia, mesmo, escutar o “Vamo, vamo, Chape!”, hino de boas vibrações do futebol brasileiro, na arquibancada. Emocionava, fazia pulsar. lembrava para o que, afinal, estavam todos ali. Um amistoso que, num mundo ideal, nem mesmo deveria existir se a tragédia de Medellín não tivesse acontecido.

Os torcedores do Flamengo ainda se interessaram pela seleção colombiana com as entradas de Cuellar, integrante atual do elenco, e Berrío, candidato a integrar em um futuro breve o mesmo grupo. Mas ficou por aí. O resultado? Em campo, 1 a 0, gol de Dudu após cruzamento de Fagner e rebatida do goleiro. Sétima vitória de Tite em sete jogos. Depois de sete anos, o Brasil retornará ao topo do polêmico ranking da Fifa. Mas e daí? Valeu por presenciar, de novo, as consequências de um milagre. Homenagear quem se foi. Nunca será pouco.

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