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No Maracanã, Fluminense encontrou um Corinthians que parece ser intransponível

Seria até injusto dizer que o Fluminense teve pouca imaginação, não tentou furar o bloco defensivo que se instalou no Maracanã. É, antes de tudo, um time que se doa em campo, o Tricolor. Mas ocorre que, pela frente, havia um rival que parece ser intransponível. Conta com a sorte digna dos times organizados, confiantes, que cumprem bem seu plano de jogo sem mover um milímetro. São 16 jogos sem perder uma vez sequer. Foi este Corinthians, líder absoluto do Campeonato Brasileiro, o rival que bateu o Fluminense por 1 a 0 no Maracanã.

Flu no início: Richarlison era o escape

Um duelo que despertava a curiosidade. Afinal, são dois times adeptos da ideia da moda do Brasileiro: a menor posse de bola e o contra-ataque com velocidade, geralmente em três passes alcançando a área do adversário. Quem, então, teria a iniciativa? O risco seria uma partida chata, com aversão mútua à bola. Não foi. Um confronto bem disputado até. Mas que prevaleceu, como nas outras 15 rodadas da competição, a organização do Corinthians.

Corinthians: seis homens na última barreira

Abel não modificou o time em relação ao embate com o Cruzeiro. Três homens mais fixos no meio – Marlon Freitas, Orejuela e Wendel – com Gustavo Scarpa ocupando o lado direito do ataque e por vezes voltando para auxiliar na saída de bola. O desafogo tricolor, no entanto, se dá pelos flancos. É por ali, geralmente, que Richarlison escapa buscando a diagonal para auxiliar Henrique Dourado. Mas isto, claro, em condições normais. Não contra o Corinthians.

O time de Fábio Carille, mesmo desfalcado de Pablo e Jadson, manteve sua absurda consistência defensiva. Em um primeiro momento, defende em dois blocos de quatro, com Rodriguinho e Jô adiantados. Em seguida, recuava mais Romero e Giovanni Augusto, travando de vez os lados. São seis jogadores formando um bloco praticamente intransponível. Lembrou a postura do Flamengo no primeiro jogo da final contra o mesmo Fluminense. De novo, o Tricolor girava a bola, de um lado para o outro e não achava buracos diante de um time tão bem feito. E se impacientava.

Com isso, invariavelmente errava o passe. E o Corinthians, robótico, pegava a bola entregava para Arana, passando para Romero, buscando o o lado esquerdo. Por ali, o paraguaio aproveitava a deficiência na marcação de Renato. Quase sempre vencia os duelos. Mas o líder do Brasileiro teimava em alçar bolas na área. De acordo com o site Footstats foram 18 só no primeiro tempo. De maior perigo, apenas dois chutes antes do intervalo: um de Giovanni Augusto e outro de Romero. Ambos para fora. Do seu lado, o Fluminense era muito dependente das arrancadas de Richarlison. Teve mais a bola – 59% – e foi quase tão improdutivo quanto ofensivamente.

Flu ao fim: Henrique no ataque

No segundo tempo, o panorama tendia a ser exatamente o mesmo. Mais posse tricolor, organização extraordinária do Corinthians. Mas o líder do Brasileiro não tem tanta vantagem na tabela à toa. Cozinha o jogo e trabalha para fazer o mínimo. Mais uma vez, fez. Cobrança de escanteio de Giovanni Augusto na cabeça de Balbuena com quatro minutos da etapa final. A testada foi dada quase sem combate de Henrique, no fundo da rede de Julio Cesar. 1 a 0. Vantagem no bolso, nenhuma movimentação na postura em campo. Saia ou entre jogador.

Corinthians ao fim: consistência permanece

Abel tentou oxigenar o time. Primeiro tentou segurar as investidas de Romero trocando Renato, lesionado, pela melhor marcação de Mateus Norton, volante de origem. Mas precisava agredir. E pressionou o Corinthians da maneira que pôde. tirou Marlon Freitas, volante, para a entrada de Matheus Alessandro. Scarpa esteve mais adiantado, Richarlison caiu para a direita. O Corinthians convidou o Fluminense a seu campo. É parte da estratégia, que faz sem mesmo ficar ruborizado.

O Tricolor aceitou a proposta. Scarpa, em chute de longe, acertou a trave e inflamou a torcida. O Corinthians fez trocas pontuais, sem mexer na estrutura. Manteve a base. Sabia que teria espaço para contra-ataques. Mas se mantinha basicamente intransponível. Obrigava o Fluminense a recorrer ao abafa, tentando alçar algumas bolas na área. Abel referendou essa postura quando tirou Henrique Dourado, nulo e empacotado em meio aos zagueiros, para colocar o menino Peu. Além disso, adotou prática de outros jogos. Scarpa mais recuado e Henrique, o zagueiro, na grande área rival. E tome lançamentos. Foram 38 no jogo todo.

Resultou em poucos sustos para o Corinthians. Talvez, mesmo, o gol bem anulado de Richarlison já nos acréscimos. Não foi o suficiente. Em seu jogo mínimo, o Corinthians quase ampliou com Rodriguinho, mas a bola foi desviada por Henrique. O Fluminense finalizou 16 vezes, seis no alvo, contra 12 do adversário, que só mandou uma entre as traves: justamente a do gol marcado. Não é justo dizer que o Tricolor tenha ido mal. Tentou, cercou. Mas o líder do Brasileiro é, atualmente, uma barreira intransponível.

FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 0X1 CORINTHIANS

Local: Maracanã
Data: 23 de julho de 2017
Horário: 16h
Árbitro: Raphael Traci (PR)
Público e renda: 21.105 pagantes / 23.863 presentes / R$ 654.360,00
Cartões Amarelos: Léo e Frazan (FLU) e Rodriguinho e Balbuena (COR)
Gol: Balbuena (COR), aos quatro minutos do segundo tempo

FLUMINENSE: Julio Cesar; Renato (Mateus Norton, 17’/2T), Frazan, Henrique e Léo; Marlon Freitas (Matheus Alessandro, 29’/2T), Orejuela e Wendel; Gustavo Scarpa, Henrique Dourado (Peu, 33’/2T) e Richarlison
Técnico: Abel Braga

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pedro Henrique e Arana; Giovanni Augusto (Pedrinho, 36’/2T), Gabriel, Maycon e Romero (Clayson, 28’/2T); Rodriguinho (Camacho, 47’/2T) e Jô
Técnico: Fábio Carille

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