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No placar muito elástico sobre o Bahia, Flamengo vê de novo um Diego decisivo

Diego Bahia Ilha do Urubu 2017

Diego Bahia Ilha do Urubu 2017

A perda do pênalti contra o Cruzeiro na final da Copa do Brasil foi a cereja do bolo de insatisfação da torcida que se avolumava em torno de Diego. Desde a lesão contra o Atlético-PR, ainda na Libertadores, o meia não conseguiu engatar sequência de bons jogos. Fazer dele o que se espera. Ser diferente, pender jogos para o lado da equipe. Verdade que o individual depende, muito, do coletivo rubro-negro, irregular em 2017. Contra o Bahia, mais uma vez o futebol apresentado pelo time ficou aquém. Mas além da importante vitória de 4 a 1, vale à torcida celebrar mais uma partida de um Diego decisivo.

Parece simplista. Na verdade talvez até seja um pouco. Pois Diego, na maior parte do jogo, não foi bem, como o time. Um Flamengo ainda preocupado com as próprias questões. Apesar da disparidade técnica, Reinaldo Rueda mantém a dúvida entre Berrío e Everton Ribeiro. Talvez até consequência de outro dilema, entre Diego e o camisa 7. Pois lá foi o Rubro-Negro no 4-2-3-1 com o colombiano na ponta direita, pronto para pressionar o Bahia com velocidade pelos lados. Seria necessário espaço. Algo que o Bahia não deu.

No início: time mais adiantado

Pois na retomada do Campeonato Brasileiro sob o comando de Paulo Cesar Carpegiani, o Tricolor de Aço parece se ser mais consistente na defesa. Recheia o meio no que indica ser um 4-5-1, com Edigar Junio isolado no ataque e marcação forte para dar o bote no rival e acionar a velocidade de Mendoza. O Flamengo caiu na armadilha. Em casa, pressionado, o time rubro-negro tentou adiantar os passos e até os zagueiros se posicionaram bem próximos à linha de meio de campo. Cuellar e Willian Arão também saíam com frequência para tentar auxiliar Diego. No espaços às costas dos volantes, o Bahia encontrou boas oportunidades para ganhar de Rever e Juan na corrida e aparecer na frente de Diego Alves.

A presença do goleiro, aliás, talvez até influencie diretamente no comportamento mais aberto da equipe. Há uma confiança – por vezes até demasiada por não se tratar de um santo milagreiro – de que o arqueiro resolverá possíveis problemas. Para sorte da equipe, de fato ele resolveu na noite de quinta-feira. Zé Rafael e, principalmente, Vinícius saíram, uma vez cada, na frente do arqueiro, que soube fechar bem o ângulo e defender o que seria o primeiro gol do Bahia. Mostrou segurança. Mas os visitantes eram superiores. E os mandantes sabiam que eram.

Irritadiços, Diego, por carrinho, e Guerrero, por reclamação, foram advertidos com cartão amarelo. O Flamengo, de novo, não funcionava. Estava pouquíssimo inspirado, mesmo com o time mais adiantado. Os volantes eram os ideais, mas não funcionavam. Everton, pela esquerda, era bem acompanhado por Eduardo. Berrío tentava uma ou outra tabela com a aproximação de Arão e Diego. Mas perigo, de fato, o Flamengo não levava. Sofria. Lutava, mas não conseguia ter organização necessária para se impor em casa.

No segundo tempo, Rueda entendeu que perdera a aposta inicial. Sacou Berrío, sem espaço para desenvolver sua principal arma, a velocidade, e colocou Everton Ribeiro. Contra um Bahia bem posicionado na defesa, o drible e a bola parada do camisa 7 poderiam tornar o jogo mais atrativo. Esgarçar o rival para recolocar o Flamengo no jogo. A característica mudou, embora o time ainda mantivesse o 4-2-3-1. Diego teve com quem dialogar e a troca de passes aumentou. Mais bola no chão. No primeiro tempo, de acordo com o site Footstats, o Rubro-Negro cruzou 14 bolas e finalizou seis vezes contra dez do Bahia.

Com minutos, o entendimento do time melhorou e resultou em boa chance. Everton Ribeiro antes do meio de campo para Guerrero, que lançou de primeira Diego nas costas de Eduardo. O camisa 35 invadiu a área e bateu forte para a boa defesa de Jean. Diego cobrou o escanteio curto para Everton, que cruzou para a casquinha de Guerrero. Rever, solitário como no Fla-Flu, encheu o pé para o fundo do gol. 1 a 0. Um golpe que o Bahia, que entendia ter o jogo a seu gosto, não esperava. Talvez mudasse a postura. Não foi o que aconteceu.

Continuou a aguardar o adiantar dos passos do Flamengo, convidando-o a seu campo para explorar contra-ataques. Com Diego e Everton Ribeiro, o time de Rueda manteve mais a bola no pé, embora sem tanta efetividade. Em vez de tentar matar o jogo, tentou administrá-lo, caindo em uma pasmaceira incompatível com um time de tamanho investimento e que deveria definir logo a vitória na partida. O preço, claro, não tardaria. O pênalti de Juan em Hernane, o Brocador, não permitiu apenas a Mendoza empatar a partida, mas fez a fúria da torcida surgir por alguns instantes.

Diego, que já não era brilhante, passou a ser perseguido com vaias ao tocar na bola. Um ambiente nervoso, quase hostil, se anunciava. Até que a bola parada, de novo, salvou o time de Rueda. O escanteio preciso de Everton encontrou Rever para uma cabeçada soberba no fundo da rede. 2 a 1 para acalmar a arquibancada e trazer confiança para a equipe rubro-negra. O jogo, o time sabia, não era bom. Mas era momento de liquidá-lo.

A vantagem de ter jogadores de maior categoria só se traduz em vantagem quando a capacidade de decisão é apresentada em campo. Por isso o elenco rubro-negro, recheado de ótimos jogadores para padrões nacionais, é tão cobrado. Deve-se ter maior concentração em acertar. Diego nunca deixou de tentar. Briga, volta ao meio, dá carrinho, tenta passes e finalizações. Mas pareceu mais ligado ao acerto após as vaias. A cobrança do pênalti após a mão de Lucas Fonseca em dividida com Paquetá resultou no terceiro gol após uma batida seca, rasteira, no canto. O que se esperava na final da Copa do Brasil, por exemplo.

Ao fim: minutos para administrar a vitória

E há, claro, uma questão de posicionamento. Com a presença de Everton Ribeiro e a entrada de Paquetá , incessante na movimentação ofensiva, Diego se sentiu mais à vontade para dar passos à frente. Mais próximo da área, do gol. Aos 32 anos, parece ser tarefa mais interessante quando pernas já não respondem tão facilmente ao retorno além do meio de campo em busca da bola que inicia o jogo rubro-negro. Ali, mais próximo, Diego rendeu melhor. Certo, o Bahia já estava entregue após o 3 a 1. Espaçou-se, tentou se lançar ao ataque para diminuir o prejuízo no saldo de gols.

Com o time baiano enfim desmontado, Everton teve espaço para avançar, bailar na frente de Tiago e achar Diego, completamente livre, no meio da área. A girada e o chute seco no canto para fazer o quarto gol indicam um jogador de qualidade. Capacidade técnica para resolver jogos. Pela segunda partida consecutiva, Diego conseguiu ser decisivo pelo Flamengo. Talvez a confiança que necessitava após a lesão. Talvez o posicionamento mais próximo do gol. Questões que valeriam ser debatidas em abril, mas não em outubro. Na reta final, o Flamengo corre para amenizar o tempo perdido durante o Brasileiro. Há acertos que parecem ser possíveis, mesmo, apenas em 2018. Mas fechar o ano com o mínimo de tranquilidade fica mais fácil quando Diego volta a ser decisivo mesmo com um jogo ainda aquém do esperado.

FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 4X1 BAHIA

Local: Estádio Luso-Brasileiro, a Ilha do Urubu
Data: 19 de outubro de 2017
Horário: 21h
Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza (SP)
Público e renda: 6.951 pagantes / 8.282 presentes / R$ 225.370,00
Cartões amarelos: Willian Arão, Guerrero, Diego, Everton Ribeiro e Juan (FLA) e Juninho Capixaba e Renê Júnior (BAH)
Gols: Rever (FLA), aos cinco minutos, e Mendoza (BAH), aos 23 minutos, e Rever (FLA), aos 32 minutos, Diego (FLA), aos 39 minutos e 41 minutos do segundo tempo

FLAMENGO: Diego Alves; Pará, Rever, Juan e Trauco; Cuellar e Willian Arão; Berrío (Everton Ribeiro / Intervalo), Diego (Romulo, 42’/2T) e Everton; Guerrero (Lucas Paquetá, 20’/2T)
Técnico: Reinaldo Rueda

BAHIA: Jean; Eduardo, Tiago, Lucas Fonseca e Juninho Capixaba; Edson, Renê Júnior, Zé Rafael (Allione, 20’/2T), Vinícius (Régis, 33’/2T) e Mendoza; Edigar Junio (Hernane, 18’/2T)
Técnico: Paulo César Carpegiani

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