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O fator Diego

Diego Flamengo Boavista 2017

Diego pelo Flamengo contra o Boavista, na estreia da temporada 2017

Diego Flamengo Boavista 2017

Diego tem 79% de aproveitamento com a camisa do Flamengo desde que estreou, em agosto de 2016, no Brasileiro

Até por motivos alheios a campo e bola, o Flamengo dos últimos anos sempre flertou com oscilações. Disputas de títulos, lutas contra rebaixamento, time competitivos e outras equipes facilmente batidas pelos adversários. Há pouco mais de seis meses, o time parece ter encontrado seu equilíbrio. Mudou de patamar. Os braços abertos rumo à torcida, camisa puxada pelo escudo, chute na bandeirinha e explosão no Raulino de Oliveira, após o gol diante do grande rival, explicaram o porquê. A solidez atual do Flamengo passa pelo fator Diego.

Ovacionado na chegada, o meia despertou desconfiança de rivais e críticos sobre seu aproveitamento. Para quê tanta festa diante de um jogador que nem mesmo entrara em campo? Carência? Com aquela certeza até arrogante, o torcedor rubro-negro sorria com a festa. Sabe identificar a mesma vibração. Literalmente nos braços do povo, a identificação foi imediata. Não é necessário se prender apenas aos números para entender a razão de Diego ser a contratação mais influente do Flamengo desde a chegada de Adriano, em 2009, que abriu caminho para o hexacampeonato brasileiro. Embora, realmente, os números saltem aos olhos.

Quando Diego estreou pelo clube, na 21a rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, contra o Grêmio, o Flamengo estava em sexto lugar na tabela. Imediatamente começou uma escalada para duelar pelo título que acabou conquistado pelo Palmeiras. Desde então foram 24 jogos do Flamengo com o meia em campo. 17 vitórias, seis empates e apenas uma derrota, diante do Internacional. Aproveitamento de 79%. Diego anotou dez gols, o último na vitória sobre o Vasco, por 1 a 0, encerrando jejum de nove clássicos sem vitória. Mas é mais do que isso.

Nas redes sociais, o jogador e seus estafe procuram a linguagem da torcida. O tom é pacificador, sem provocações a rivais. Exaltações aos filhos. Diego indica curtir não só o Flamengo, mas a vida no Rio. Gosta do momento pelo qual atravessa. Exala alegria no riso solto. E talvez por isso conquiste também em campo. Longe do garoto que deixou o Santos, hoje é um homem amadurecido às vésperas dos 32 anos, a completar na terça-feira. Despido da vaidade de vestir a camisa 10, o meia exerce liderança sem gestos espalhafatosos. E rege o time com sua técnica, capaz de fazer a diferença em gramados brasileiros. O camisa 35 é referência.

Repare nos jogos. O Flamengo de 2017 demonstra um amadurecimento da postura do time de 2016. Com melhores volantes, gira ainda mais o jogo. A bola roda, roda, mas sempre encontra o meia, que limpa jogadas, enxerga espaços, entra na área. Passa e conclui. Dá carrinho e faz lançamento. E se prepara antes mesmo de receber a bola. Acalma companheiros no papo. Observa o campo, sabe o que representa. A sintonia com a arquibancada é fina. O tom, equilibrado. Os braços, abertos. O reflexo da equipe. Uma derrota em 24 jogos. Caminhada equilibrada, sem grandes oscilações. É um Flamengo sólido como há muito não se via. Impulsionado pelo fator Diego.

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