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O nosso melhor de todos os tempos

Chega mais uma vez o dia da supervalorizada eleição para melhor do mundo da Fifa e as discussões fervem em redes sociais. Messi ou Cristiano Ronaldo? Há dez anos estamos nesse embate com os dois craques que polarizam, com justiça, o cetro da bola. Um papo que leva a uma outra discussão que vez em outra surge quente também: qual o melhor de todos os tempos? É impossível bater o martelo de forma definitiva. Simplesmente por não existir um nome absoluto. É a eleição mais subjetiva que pode ocorrer.

Outro dia listei os melhores que vi no Twitter. Coloquei Romário em primeiro, seguido de pertinho por Zidane. Depois com Ronaldo, Ronaldinho e aí, sim, Messi. As reações foram engraçadas. A turma da minha geração, ali por volta de 30 anos, embarcou. A Copa de 94 foi intensa. O pessoal mais novo ficou bem chocado ao ver Messi aparecer apenas em quinto. Há, claro, a memória afetiva. Tenho 34 anos e carrego com carinho as atuações do Baixinho. Nunca vi nada acima da apresentação diante do Uruguai, em 93. Só Zidane, em 2006 contra o Brasil, chegou perto.

Respeito demais quem se encanta com Messi de uma maneira até infantil – algo que o futebol desperta de um jeito delicioso. Admiro demais o gênio argentino, adoro vê-lo jogar e me assombro até hoje com aquele corte no Boateng. Assino embaixo quando dizem que é a maior carreira no futebol moderno. É quase completo – talvez em 2018 esse “quase” suma. Mas cá no meu cantinho eu preferia ver Romário, com seu poder de decisão, sua genialidade para finalizar o lance máximo do futebol. E a classe de Zidane. Fecho os olhos e penso nas matadas de bola do francês, no carregar da pelota com um domínio inigualável. A tentação de ir ao Youtube é grande. É a minha verdade. E você pode ter a sua. Não precisamos brigar. Ninguém está certo ou errado.

No par ou ímpar da pelada imaginária, eu preferia ter o Ronaldinho e sua magia no auge do Barcelona ao Messi, inegavelmente mais regular ao longo dos anos. São regras próprias mesmo. Do contrário nós simplesmente empilharíamos estatísticas e aguardaríamos a escolha de um smartphone qualquer. Assim, de forma fria. Futebol está longe disso. Gênios da bola vivem diferentes épocas, com estilos de jogo distintos e despertam paixões em cada um dos torcedores, cada um com seu gosto pelo jeito de jogar bola. Há quem prefira dribles mágicos. Há quem curta gols maravilhosos. Há a paixão por cortes secos, objetivos. Há a sedução pela classe no tratar a bola.

A discussão é interessante, atravessa madrugadas em bares. Mas não há verdade absoluta. Vá falar para um torcedor de 70 anos que Messi é melhor do que Pelé. Só ele sentiu o que o Rei provocou nas décadas de 60 e 70. A maneira como impactava os adversários, os fãs, o ambiente do futebol. O contrário talvez seja fato para um molecote de 13 anos. Vivemos futebol à nossa maneira, no nosso tempo, com as nossas emoções. Os nossos melhores de todos os tempos moram ali. Danem-se estatísticas e prêmios baseados em politicagem e marketing. É subjetivo. Jamais conseguirás me convencer que Messi é melhor do que foram Romário e Zidane. Isso nunca.

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