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Outra vitória magra com Nenê: o Vasco sofre com futebol tão conservador em casa

Nenê Vasco Atlético-GO São Januário

Nenê Vasco Atlético-GO São Januário
Não cabe pedir ao Vasco um futebol extremamente vistoso, com farta troca de passes e jogadas plásticas para encantar plateias. O time tem uma missão no Campeonato Brasileiro, a de permanecer na elite nacional. Mas talvez seja necessário não ser tão conservador diante de adversários inferiores dentro de São Januário. Já tinha sido assim contra o Avaí. E, neste domingo, mais uma vez contra o Atlético-GO. Mais uma vitória por um magro 1 a 0 baseada em Nenê que estendeu o sofrimento do torcedor até os acréscimos.

Enviado a campo com um 4-1-4-1, o Vasco se contentou novamente em ser um time que briga por espaços e tenta esticar bolas para Nenê pelo lado esquerdo. Dali para um cruzamento na área é um pulo. Diante de um adversário postado em um 4-5-1 que recheava o meio de campo e tentava explorar as costas de Nenê pela direita. Havia pouco espaços. A bola era mais vascaína, mas o time continuava extremamente conservador. Arriscava pouco, talvez por medo de errar e proporcionar um contra-ataque. Muitos passes laterais. Mateus Vital era menos incisivo do que em outros jogos. A equipe tinha mais medo de errar do que vontade de acertar.

No início: Nenê sempre acionado

Com um meio truncado, Luis Fabiano passou a deixar a área com mais constância. Buscava recuar para as costas dos volantes e tentava o domínio para esperar a ultrapassagem de Nenê e Pikachu ou a aproximação de Douglas, mais meia do que volante na manhã deste domingo. Em uma dessas escapadas, Fabuloso foi derrubado na frente da área. Chance preciosa para o Vasco convertida em gol com extrema categoria por Nenê. O sopro de qualidade. Na bola parada, o conservador Vasco fez 1 a 0. O jogo, timidamente, melhorou.

O Atlético-GO tentou mudar a postura e avançar um pouco mais para agredir o Vasco. Em um jogo em que as duas equipes pareciam jogar por uma bola, restava briga e faltava futebol. O goleiro Felipe Garcia, ao se enrolar na saída com os pés e perder a bola para Pikachu, quase encaminhou a vitória ainda no primeiro tempo. Mas a bola passada a Luis Fabiano foi recuperada pela zaga e deixou o primeiro tempo com a vantagem mínima.

O panorama na segunda etapa indicava que tudo continuaria como estava. Atlético-GO fechado, na espera de um contra-ataque, Vasco com a bola, mas sem inspiração. O jogo não circulava. Pikachu, preso pela direita, tinha pouco espaço para ser veloz. Mas era uma opção para acelerar o jogo vascaíno. Quando Doriva fez duas mudanças, trocando um meia, Silva, por um atacante, Walterson, Milton Mendes respondeu com um conservadorismo. Sacou Pikachu para colocar Wagner centralizado no meio. Mateus Vital para o lado direito e o Vasco oficializou: dificilmente teria velocidade, com bola esticada nos pontas. Trabalharia pela manutenção de posse. Parecia contraditório, uma vez que os goianos subiam o campo e dariam espaço para contra-ataque e velocidade.

Ao fim: conservadorismo sem Nenê e Fabuloso

A arquibancada de São Januário, lotada, já se incomodava com a postura do time com apenas 20 minutos do segundo tempo. A lentidão na saída de bola, os toques laterais indicavam uma equipe insegura, ciente de que tinha a vantagem e pretendia agarrá-la até o fim. Muito pouco para um Vasco em seus domínios diante do penúltimo colocado na competição. Em um raro lance, Nenê foi derrubado por André Castro ao entrar na área. Pênalti ignorado. Mas o Vasco cedia campo demais ao Atlético-GO, irritava a arquibancada. Mandava a mensagem de que não queria mais jogo.

Luis Fabiano substituído por Thalles e, a menos de dez minutos do fim, Nenê por Escudero. 4-1-4-1 mantido, mas ainda mais fechado. A bola circulava com o Atlético-GO de um extremo ao outro do campo. Everaldo à frente, Jorginho como o eixo que acionava os lados. Mas é uma equipe fraca tecnicamente. No fim, cruzou menos bolas na área do que o próprio Vasco (18 a 23). O apito final em uma manhã quente em São Januário aliviou o peito da torcida. Mas mostrou que se os resultados dentro da Colina são bons, o futebol apresentado ainda é pobre. Em casa, a ambição vascaína deve ser ainda maior, sem depender de uma bola salvadora de Nenê ou Luis Fabiano. Diante do Atlético-GO, o Vasco sofreu quando nem mesmo precisaria. Haja conservadorismo.

FICHA TÉCNICA:
VASCO 1X0 ATLÉTICO-GO

Local: São Januário
Data: 25 de junho de 2017
Horário: 11h
Árbitro: Dyorgines Jose Padovani de Andrade (ES)
Público e renda: 19.308 pagantes / 20.658 presentes / R$ 646.845,00
Cartões amarelos: Douglas e Luis Fabiano (VAS)
Gol: Nenê (VAS), aos 27 minutos do primeiro tempo

VASCO: Martín Silva; Gilberto, Paulão, Breno e Henrique; Jean; Yago Pikachu (Wagner, 20’/2T), Douglas, Mateus Vital e Nenê (Escudero, 42’/2T); Luis Fabiano (Thalles, 28’/2T)
Técnico: Milton Mendes

ATLÉTICO-GO: Felipe Garcia; André Castro (Eduardo, 30’/2T), Eduardo Gabriel, Roger Carvalho e Breno Lopes; Marcão Silva, Silva (Walterson, 16’/2T), Andrigo (Diego Rosa, 16’/2T), Jorginho e Everaldo; Luiz Fernando
Técnico: Doriva

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