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Superior no Morumbi, Flu peca ao ser incompleto diante de um rival vazio de ideias

Wendel Fluminense gol Morumbi São Paulo

Wendel Fluminense gol Morumbi São Paulo

É possível dizer que o Fluminense só não deixou o Morumbi com uma vitória diante do São Paulo por sentir a ausência da experiência na pontaria. Curioso até. Quando a jovialidade tricolor apareceu, trocando posições, aplicando velocidade, técnica e envolvendo o adversário, faltou o toque fatal de Henrique Dourado, até então nove gols em nove jogos, para completar o trabalho. O 1 a 1 desce de forma amarga para o Tricolor Carioca, que superou o início ruim da partida e colecionou muito mais chances de gol do que um mandante assustado.

Marcação são-paulina funcionou no início

A partida começou com um São Paulo sem três zagueiros, postado no 4-3-3, ocupando espaços e marcando o Fluminense além da linha do meio. Deu certo. Com campo reduzido para tocar a bola e usar a velocidade da garotada, o Tricolor carioca se sentiu preso e não conseguiu decifrar a melhor maneira para desenvolver o seu jogo. O gol sofrido logo com seis minutos em uma bola cruzada na área, com falha decisiva de Henrique, ajudou nessa demora. O São Paulo ficou à vontade. Marcava, antecipava bem qualquer tentativa de jogo com Wendel e Scarpa por dentro e fechava bem os lados de Calazans e Richarlison. Mas tinha uma grande dificuldade: a criação.

Mesmo superior nos primeiros 25 minutos, Cueva não dava sequência às jogadas e pouco auxiliava Pratto, solitário entre os zagueiros tricolores. O jogo são-paulino era melhor mais por anular as investidas do rival e travá-lo do que por tentar tramar boas jogadas mesmo com o espaço que Cueva e Thiago Mendes tinha apenas com Orejuela na frente. Não expandir a vantagem foi erro crucial do São Paulo, pois na metade final do primeiro tempo o Fluminense enfim entendeu qual era o seu jogo. Movimentar-se, confundir a marcação. Troca de posições com fartura. Ninguém mais guardou espaço do meio para frente. Richarlison e Calazans trocaram de lado em alguns momentos. Scarpa caía para a direita e abria o meio para Calazans minutos depois. Com o desencaixe da marcação são-paulina, o Flu encontrou espaços, principalmente pelo lado esquerdo. Léo e Calazans ou Richarlison já se posicionavam para dançar em cima de Araruana, desprotegido.

Flu no início: muita movimentação

Por ali nasceram duas oportunidades de ouro pelo empate. Henrique Ceifador, por duas vezes, mandou em cima de Renan Ribeiro. A primeira de cabeça, em cruzamento de Richarlison. A segunda em nova bola do lado esquerdo, mas o arremate de perna direita também encontrou o peito do arqueiro, que ainda defendeu mais duas finalizações no mesmo lance, de Calazans e Scarpa. No primeiro tempo, o saldo foi de quatro finalizações do Fluminense, todas na meta. E cinco do São Paulo, apenas uma entre as traves, justamente o gol de Jucilei. Parecia injusto. Por pouco tempo.

Garoto Lucas Fernandes melhorou o time

Com cinco minutos da segunda etapa, Wendel acertou uma bomba no canto direito de Renan Ribeiro, de longe, e deixou tudo igual. O Fluminense aumentou a pressão. Subia agora em bloco, com os dois laterais ao mesmo tempo, mais Wendel, Scarpa, Calazans, Richarlison e Dourado. O São Paulo, pressionado, sentiu. A virada só não chegou após boa defesa de Renan Ribeiro em chute da entrad da área de Scarpa. Havia campo para o time carioca atacar, enquanto os mandantes pareciam não saber com o espaço para o contra-ataque. Acabou retraído. Rogério Ceni entendeu que precisava melhorar a criação para jogar justamente no espaço atrás de Scarpa e Wendel. Trocou Cueva, nulo, por Lucas Fernandes. Envolvente, o garoto devolveu o São Paulo ao jogo. Flutuou na frente da área e arriscou dois bons chutes.

Ao fim: fechado para bloquear o rival

O Fluminense ainda era mais perigoso, mas a saída de Calazans, esgotado por se movimentar por todo o ataque, com a entrada de Wellinton, de volta de lesão, diminuiu o poder de fogo. Quando Wendel, também cansado, deixou o campo para a entrada de Marquinho, o Fluminense indicou que buscaria um contra-ataque para tentar resolver o jogo. Deixou o São Paulo se aproximar, girando bola de um lado para o outro, mas sem nenhum poder de infiltração. Arriscava os cruzamentos, bem rebatidos por Henrique ou pelo grandalhão Reginaldo. Um São Paulo sem criatividade para possibilitar um arremate de Pratto, em tarde infeliz mesmo quando arriscava deixar a área para se movimentar.

O empate apenas elevou a tensão de um São Paulo vazio de ideias, em seu quinto jogo consecutivo sem vitória. Mesmo recheado de garotos, o Fluminense mostrou mais uma vez que pode ser muito competitivo no Campeonato Brasileiro. Há talentos e opções. Mas precisa ser completo, com um artilheiro em dia com a pontaria diante de chances tão claras. Neste domingo, não foi.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1X1 FLUMINENSE

Local: Morumbi
Data: 25 de junho de 2017
Horário: 16h
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Público e renda: 17.742 pagantes / R$ 448.293,00
Cartões Amarelos: Lugano (SAO) e Lucas (FLU)
Gols: Jucilei (SAO), aos seis minutos do primeiro tempo e Wendel (FLU), aos cinco minutos do segundo tempo

SÃO PAULO: Renan; Araruna, Lugano, Rodrigo Caio e Junior Tavares; Jucilei, Thiago Mendes e Cueva (Lucas Fernandes, 25’/2T); Marcinho, Pratto e Denilson (Thomaz, 42’/2T)
Técnico: Rogério Ceni

FLUMINENSE: Julio Cesar; Lucas, Reginaldo, Henrique e Léo; Orejuela e Wendel (Marquinho, 28’/2T); Calazans (Wellington, 17’/2T), Gustavo Scarpa (Renato, 34’/2T) e Richarlison; Henrique Dourado
Técnico: Abel Braga

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