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Um Botafogo camaleão dá mais um passo na Libertadores

Rodrigo Pimpão, do Botafogo, contra Colo Colo

Montillo deixou o campo aos 14 minutos do primeiro tempo, lesionado: ele é dúvida para o jogo de volta

Ter um elenco na conta do chá exige torna o trabalho do técnico em um calendário desumano como o do futebol brasileiro ainda mais árduo. É preciso organizar o time, convencer o elenco a desempenhar de diversas maneiras para tornar o time competitivo. O Botafogo tem em quem confiar. Jair Ventura é um técnico que sabe se adaptar às dificuldades. Em cima dessa característica, o time alvinegro levou a melhor sobre o Olimpia nesta quarta-feira, no Engenhão, com 1 a 0, gol de Rodrigo Pimpão. Um Botafogo que se ajeita às dificuldades. Um Botafogo camaleão.

4-2-3-1 inicial com Montillo no meio

Após Montillo sentir lesão muscular, sua escalação era arriscada. Mas como deixar fora o astro da companhia contratado justamente para a Libertadores? Jair decidiu arriscar. E mandou a campo um Botafogo em um 4-2-3-1. Elétrico, valente, no impulso da torcida que enchia o Nilton Santos. Montillo aparecia pelo meio, Camilo na direita, Pimpão à esquerda e Roger à frente. Airton e Bruno Silva aproximavam. Era um Botafogo que apertava o Olimpia em seu campo, fazia da velocidade sua grande arma para atingir o objetivo. Não houve chance de impacto, mas o time parecia se encontrar. Mas aí…

Aí coube a Jair se adaptar. Montillo fez o sinal de que a lesão incomodara. O relógio apontavam apenas 14 minutos. Tão pouco tempo, mas suficiente para esfarelar um plano de jogo em um desafio tão importante. Restava, então, se adaptar. Montillo fora, Jair lançou João Paulo, o volante que não é exatamente um meia, o meia que não é exatamente um volante. O time se camuflou em um 4-4-2, com Camilo mais avançado atrás da dupla Pimpão e Roger. O abafa inicial diminuiu, o ritmo foi quebrado e o Botafogo demorava a se encontrar. Por sorte, o Olimpia também mostrava suas limitações, lento na saída de bola. Era um jogo de entrega, não de técnica. Mas com rivais organizados.

4-4-2 com João Paulo e Camilo no meio

Chance de verdade, mesmo, chegou junto com o gol. Não foi com uma investida de Victor Luis, tão comum pelo lado esquerdo. Jonas bateu lateral na área pelo lado direito, Roger disputou a bola que sobrou para Rodrigo Pimpão, num misto de bicicleta e puxeta, bater para fazer um bonito gol. 1 a 0. Era um Botafogo ainda em adaptação à nova fase do jogo, já com dificuldades diante do Olimpia, mas que soube ser certeiro a aproveitar uma chance. No intervalo, seria necessário a Jair mostrar o poder de adaptação do time mais uma vez. De novo, por uma lesão, cobrada pelo alto ritmo em início de temporada.

Bruno Silva também sentiu uma fisgada em uma das coxas e teve de deixar o embate. A torcida pulsava no ritmo da vitória parcial, ansiosa. Mas Jair sabe mesmo o que faz. Colocou o garoto Guilherme em campo pelo lado esquerdo, voltou ao 4-2-3-1, com Camilo pelo meio, Pimpão pela direita e Roger à frente. João Paulo e Airton organizavam a saída de jogo.

4-2-3-1 com Guilherme pelo lado esquerdo

O time chamava o Olimpia para tentar espetar um contra-ataque fatal. E teve, então, de saber se defender. Roque Santa Cruz entrou em campo, o Olimpia abandonou o 4-4-2 e trabalhou com três homens à frente, alçando consecutivas bolas à área em busca do gol salvador. Foram 20 durante a partida. Marcelo, jovem revelação alvinegra, esteve mais uma vez em noite inspirada, bem nas antecipações e no jogo aéreo.

Bem postado, organizado e ciente de que a vitória parcial era resultado importante, o Botafogo continuou a esperar o contra-ataque. Roger, por duas vezes, teve chance de ampliar, mas não acertou cabeçada nem um chute. O time de Jair criava, tinha consciência do desgaste físico que abaixava o desempenho. Fim de jogo, vitória no bolso, nenhum gol sofrido em casa. Mais um passo de um Botafogo camaleão que se adapta às dificuldades comandado por Jair Ventura. Característica essencial em uma Libertadores.

 

FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 1X0 OLIMPIA

Local: Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 15 de fevereiro de 2017
Horário: 21h45
Árbitro: Roddy Zambrano (ECU)
Público e renda: 28.601 pagantes / 29.514 presentes / R$ 1.390.210,00
Cartões amarelos: Jonas e Airton (BOT) e Mouche, Fernando Giménez e Richard Ortiz (OLI)
Gol: Rodrigo Pimpão (BOT), aos 36 minutos do primeiro tempo.

BOTAFOGO: Helton Leite; Jonas, Marcelo, Emerson Silva e Victor Luis; Airton (Matheus Fernandes, 35’/2T) , Bruno Silva (Guilherme / Intervalo); Camilo, Montillo (João Paulo, 14’/1T) e Rodrigo Pimpão; Roger
Técnico: Jair Ventura

OLIMPIA: Azcona, César Benítez (Rodi Ferreira, 28’/2T), Pellerano, Cañete, Fernando Giménez, Riveros, Richard Ortiz, Fernández (Jonathan González, 03’/2T) , Julián Benítez, Mouche (Roque Santa Cruz, 10’/2T) e Brian Montenegro
Técnico: Arce

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