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Um Conca rubro-negro: opções para Zé Ricardo ajustar o Flamengo na temporada

Conca Diego Flamengo 2017

Conca Flamengo 2017 Ninho do Urubu

Depois do abalo da Libertadores não há outra alternativa no Ninho do Urubu a não ser olhar para frente e promover mudanças pontuais na temporada. Nesta segunda-feira, o técnico Zé Ricardo contou com uma notícia que tem, enfim, impacto de contratação: a liberação de Conca após quase nove meses de recuperação de uma lesão no joelho. Em boa hora, principalmente devido à ausência de Diego, também em recuperação de uma lesão no joelho e que deve demorar mais 15 dias até a liberação.

Claro que o meia argentino ainda dependerá do ritmo de jogo e o mais provável é que entre no time aos poucos, somando mais minutos a cada partida. Recentemente, Zé Ricardo declarou que a cabeça já fervilha com as opções que teria com Conca de volta à ativa. A torcida rubro-negr, também. Abaixo, opções para o melhor encaixe do camisa 19 no time rubro-negro. De acordo com o departamento médico, a recuperação está completa e a utilização de Conca depende, exclusivamente, da comissão técnica rubro-negra.

Ainda sem Diego: 4-2-3-1 ou 4-1-4-1

O clássico 4-2-3-1 com Conca centralizado

Diego faz muita falta ao Flamengo. Após a sua saída, no confronto com o Atlético-PR no Maracanã pela Libertadores, Zé Ricardo tentou adaptar. O 4-2-3-1 dependia muito da capacidade do camisa 35 de receber a bola, carregá-la a clarear as jogadas, mantendo sempre a posse e acionar a velocidade dos pontas. Sem um meia com essa característica, Zé fez uma curva ao 4-1-4-1, com Trauco no meio e Renê na lateral. A tentativa foi aproveitar o passe caprichado do lateral peruano mais próximo a Guerrero. Qualidade no trato com a bola. Mas Trauco gira demais quando a tem no pé, sem buscar o jogo mais vertical. Aciona os lados, sem infiltrar tanto pelo meio. Característico de um lateral, não de um meia.

4-1-4-1 com Conca e sem Diego

Zé mudou de novo. No primeiro Fla-Flu da final do Carioca, o 4-1-4-1 teve Berrío e Everton nas pontas, Arão e Romulo ao meio. Mas Romulo, apesar do bom passe, não agride. Domínio, mas sem espetar tanto o adversário com finalizações, por exemplo. Mancuello, substituto de Romulo ainda no primeiro tempo, tem a característica de levar o jogo mais à frente. Não prima tantos pelos passes laterais e arrisca chutes de fora. Mas é instável. Conca poderia perfeitamente ser encaixado nos dois sistemas. É um meia de origem, embora um pouco diferente de Diego. Ao contrário do brasileiro, o argentino prende menos a bola, faz o jogo andar mais rápido e tem gosto pelo passe vertical. Com infiltrações de Arão e Everton, o meia poderia acioná-los. O mesmo no 4-2-3-1.

Centralizado, Conca seria a principal válvula de escape do time. O iniciado nos volantes logo acabaria em seus pés. Em tese seria mais fácil acionar as subidas dos pontas e laterais com seus passes agudos. Sem contar, claro, com a bola parada e lançamentos para Guerrero no contra-ataque. Geralmente, a bola viaja de Rafael Vaz e Trauco ao peito do peruano, que aciona os lados. Com um meia como Conca, Guerrero ganha a chance de fazer o pivô e acionar o meia, com a abertura dos pontas ao mesmo tempo. A jogada deixa de ser manjada. Guerrero pode tanto utilizar os lados como o centro, com Conca.

Com Diego: 4-2-3-1 ou 4-3-2-1

O 4-2-3-1 com Conca na direita

Mas Diego, em breve, estará de volta. E haverá um clamor da arquibancada para que ambos estejam juntos em campo. Zé Ricardo costuma ignorar pressão externa e abraça suas convicções. Mas a qualidade salta aos olhos. Tanto que ficou claro que a utilização de Mancuello na direita no 4-2-3-1 no início da temporada era um preparo para a chegada de Conca na equipe. Se perde a velocidade de Berrío no lado, por exemplo, ganha muito mais em inteligência de jogo, com a possibilidade de tabelas com Guerrero e Diego. Na Libertadores de 2008, Conca em grande parte dos jogos atuou do lado direito, enquanto Thiago Neves jogava mais centralizado. Em alguns vídeos na China também é possível ver o meia ocupando a faixa pela direita, trazendo a bola para o centro e buscando o arremate. É o que o Flamengo precisa, drible e finalização de qualidade de quem ocupa os lados do campo. Abriria, também, a possibilidade para cruzamentos caprichados e a entrada na área como elemento surpresa. Tecnicamente, sem problemas.

4-3-2-1, com Diego e Conca atrás de Guerrero

Mas há a parte física. Além de voltar a campo depois de nove meses parado, Conca completou 34 anos recentemente. Por mais que a capacidade física seja ótima para um atleta de sua idade, o vaivém no setor é muito desgastante. Com Mancuello, não funcionou. Não raro o camisa 11 deixava o campo ao menos na metade da segunda etapa. O ritmo do jogo pedia muito na ajuda à defesa e faltavam pernas para ir ao ataque. É, sim, de se pensar. E talvez arriscar o 4-3-2-1. Dois meias à frente de um bloco mais protegido de três volantes, talvez com o intocável Márcio Araújo, Arão e Romulo, que fechariam os lados.

Seria um Flamengo, sem dúvidas, muito mais criativo, com possibilidade grande de trocas de passes entre Guerrero, Diego e Conca. Por outro lado, Everton acabaria sacado, por exemplo, e o time perderia em vitalidade na marcação. Mas a qualidade do meio para frente deve falar mais alto. A possibilidade de uma finalização mais caprichada, também. Durante o jogo seria possível alternar ao 4-4-2 já utilizado por Zé Ricardo em algumas partidas, com Diego praticamente como segundo atacante, encostado em Guerrero. A troca de posicionamento ajudaria, também, a tornar o time mais imprevisível. Certo é que com Conca o Flamengo ganha em qualidade e aumenta as opções para trabalhar em um ano inteiro. O revezamento entre Conca e Diego, dois trintões, para evitar o maior desgaste, é outra possibilidade. A bola está com Zé Ricardo. Que a cabeça fervilhe ainda mais.

  • Junior Vinicius

    Opções não faltam pra utilização do Conca desde que o mesmo esteja bem fisicamente, apesar da dificuldade do Zé Ricardo abrir mão da velocidade.