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Um ídolo para chamar de seu: Vasco usa Luis Fabiano e se reergue diante do Sport

Luis Fabiano Vasco Sport São Januário

Luis Fabiano Vasco Sport São Januário

A derrota elástica para o Corinthians no meio de semana abalou a estrutura do time vascaíno. Fosse um time inteiramente formado por jovens, reerguer-se de imediato seria tarefa quase impossível. Mas o Vasco de 2017, ao contrário dos anos em que teve a inglória luta contra degola, contratou Luis Fabiano não apenas para ser seu centroavante. E, sim, ser também a figura na qual se agarrar em disputas pesadas. A ilha de experiência. De novo, Fabuloso vestiu a capa de super-heroi da Colina diante do Sport. Foi ele quem abriu o caminho para o triunfo de 2 a 1. É nele em que as esperanças são depositadas nos jogos em São Januário.

Depois de sofrer cinco gols em casa no jogo anterior, natural que a preocupação de Milton Mendes fosse o sistema defensivo. Wellington voltou ao meio de campo justamente para proteger mais a zaga. Inicialmente, parecia um 4-1-4-1, com Jean um pouco mais avançado. Mas, naturalmente, o volante recuou para alinhar com Wellington e o time indicou mais o 4-2-3-1. A questão era que Douglas, sempre responsável pela saída de bola vascaína, estava na ponta direita. Mateus Vital ao centro, Manga pela esquerda, com Luis Fabiano à frente.

Vasco no início: pouca criação

O camisa 9 vascaíno já é adorado pela torcida. A arquibancada explode ao gritar o seu nome. Experiente, atacante de Copa do Mundo, ele sabe como a banda toca. Já melhor condicionado, dá piques, tenta morder a defesa adversária, demonstra disposição, bate no peito. E traz a massa. O problema residia na falta de espaços para criação. Assim como no confronto com o Flamengo, o Sport estava postado em um 4-4-2 ao atacar, pressionado em cima da saída de jogo do Vasco. Ao defender, apenas André ficava à frente. O embate no meio de campo causou dificuldades e um jogo feio. Milton tentou alternar Douglas e Mateus Vital, entre ponta e centro, mas pouco funcionou. Jogo truncado, pegado. E feio.

Houve, então, apenas dois momentos de perigo no primeiro tempo. Do lado de Sport, a tabela entre Osvaldo e Rithely pelo lado direito, que terminou com finalização perto do gol. Do lado do Vasco, uma levantada de Mateus Vital para a área que, na sobra, ocasionou o chute de Luis Fabiano, embaixo, para boa defesa de Magrão. A Colina explodiu em “Luís Fabiano!” no intervalo. Tinha em quem depositar a confiança. Mas Milton Mendes sabia que precisaria ajudá-lo.

Na volta, não havia dúvidas. Nenê na vaga de Wellington, Douglas recuado à função de segundo volante. Nenê na esquerda, Manga no lado direito e Mateus Vital centralizado. Com muita movimentação, o Vasco passou a confundir a marcação do Sport, até então bem postado. Com o zigue-zague dos marcadores, os espaços apareceram. Nenê ia e voltava do centro para a esquerda, trocando com Mateus Vital. Em uma dessas alternadas, o meia girou no bico da área e enxergou Luis Fabiano, com o braço levantado. O cruzamento foi certeiro e a cabeçada, de almanaque. No cantinho esquerdo de Magrão. 1 a 0.

Luis Fabiano, então, estufou o peito. Assumiu o time para si. Indicava posicionamento, voltava à defesa para combater escanteios ou cobranças de falta. Luxemburgo ousou com Leandro Pereira na vaga de Anselmo. Deixou o Sport mais à frente, embora disposto a contra-ataques. E tome bola lançada na área. A insegurança, então, ameaçou invadir São Januário. A fragilidade da defesa vascaína no Brasileiro atrapalha. Não inspira confiança na arquibancada. Sempre há a possibilidade de sofrer um gol. Foram 18 cruzamentos e 34 lançamentos do Sport na partida, de acordo com o site Footstats. Milton Mendes entendeu.

Vasco ao fim: três zagueiros

Depois de tirar Manga, cansado, e colocar Evander na direita, decidiu sacrificar Mateus Vital e plantar Jomar na área ao lado de Breno e Paulão. Três zagueiros, com um bloco de quatro na frente, com Nenê ou Evander mais adiantado para acompanhar Luis Fabiano ao atacar. A barreira da Colina estava armada. Não por convicção. Era mais receio de levar o gol de empate. Uma solução para minutos. Luis Fabiano, no embalo da torcida, cortou de bicicleta uma bola alçada na área. A arquibancada pulsava, vaiava cada passe do Sport. Tentava transformar São Januário no caldeirão de sempre. Mas havia receio. Aos 45 minutos, não havia mais.

Em rápido contra-ataque, Nenê avançou pelo meio e achou Evander pela direita. Quase sem espaço, ele cruzou e Douglas, na segunda trave, bateu para o fundo da rede. 2 a 0. Alívio que se transformou, novamente, em angústia quando Gilberto atropelou Leandro Pereira dentro da área. Sexto pênalti contra o Vasco em seis rodadas no Campeonato Brasileiro. André bateu, diminuiu, mas o árbitro decidiu que não havia tempo para mais nada. Mesmo receoso, o Vasco tem a sua ilha de experiência para se atracar. Alguém para lhe garantir pontos em casa e abrir os caminhos para as vitórias. O caminhar para o vestiário era lento, com os braços erguidos, as mãos batendo palmas. “Luís Fabiano”, gritava a Colina. O vascaíno, ao que parece, tem um novo ídolo para chamar de seu.

FICHA TÉCNICA:
VASCO 2X1 SPORT

Local: São Januário
Data: 10 de junho de 2017
Horário: 19h
Árbitro: Caio Max Vieira (RN)
Público e renda: 9.485 pagantes / 10.273 presentes / R$ 291.615,00.
Cartão amarelo: Osvaldo (SPO)
Gols: Luis Fabiano (VAS) , aos 17 minutos e Douglas (VAS), aos 45 minutos e André (SPO), aos 48 minutos do segundo tempo

VASCO: Martín Silva; Gilberto, Breno, Paulão e Henrique; Wellington (Nenê / Intervalo) e Jean; Douglas, Mateus Vital (Jomar, 36’/2T) e Manga (Evander, 23’/2T); Luis Fabiano
Técnico: Milton Mendes

SPORT: Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Durval e Patrick; Anselmo (Leandro Pereira, 28’/2T), Rithely, Thallyson (Sander / Intervalo) e Thomás (Rogério, 10’/2T); Osvaldo e André
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

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