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Vasco vence o lanterna Avaí, mas Milton Mendes não resolve a equação dos veteranos

Nenê Pikachu São Januário Vasco Avaí

Nenê Pikachu São Januário Vasco Avaí

O saldo é suficiente para acalmar ânimos e seguir o trabalho no Campeonato Brasileiro com mais tranquilidade. Uma vitória por 1 a 0, três pontos na tabela. Mas, ao observar com frieza a partida, Milton Mendes ainda leva para a sequência da temporada uma equação a resolver: a utilização de seus destacados veteranos desde o início das partidas. Se Nenê, de novo no time titular, teve seus momentos de brilho neste sábado, Luis Fabiano teve sua atuação mais apagada dentro de São Januário desde que chegou ao clube. Após balançar a rede em quatro jogos consecutivos na Colina, Fabuloso passou em branco. Um coberto curto. Ganhou com o meia, mas perdeu com o atacante. Equação muito difícil.

Depois da goleada sofrida com ambos desde o início na estreia no Brasileiro, contra o Palmeiras, Milton Mendes passou a alterná-los. Luis Fabiano de início, Nenê no banco ou poupado. E vice-versa. O time, com jovens pelas pontas, funcionou bem desde então. Neste sábado, com ambos em campo, não muito. Em um 4-2-3-1, Nenê fez a ponta esquerda, enquanto Pikachu fazia o lado direito, com Mateus Vital centralizado. Douglas, invariavelmente, iniciava as jogadas e levava a bola pelo meio ao ataque.

Vasco no 4-2-3-1 inicial: força na esquerda

Ficava claro que, diante de um Avaí bem fechado em um 4-4-2, o Vasco forçaria o jogo pelo lado esquerdo, buscando tabelas com Mateus Vital e Nenê, apoiados por Henrique, sempre utilizando bem as subidas ao ataque. Com o apagão dos refletores de São Januário e os gritos de “Fora, Eurico!” explodindo no estádio, a atenção foi desviada. Quase 30 minutos, com o gramado ainda iluminado, o Avaí pareceu ter esquecido que o jogo já recomeçara. Não deu nem tempo de ver a disparada de Nenê pelo lado esquerdo. Ele entrou na área e rolou para o centro, onde Pikachu, como um centroavante, completou para o gol. 1 a 0.

O jogo do Vasco era por ali. Mas Nenê, aos 35 anos, não tem mais fôlego para fazer o vaivém necessário. Acelerava o jogo pela frente buscando o lado e o meio, mas deixava um buraco às costas, claramente poupando desgaste. A sorte vascaína era ter pela frente um adversário limitadíssimo que quase não explorou a deficiência. Apenas um time combativo, o Avaí dependia de Juan e Marquinhos para tentar agredir o rival. Não conseguia buscar alternativas ao seu jogo, talhado para o contra-ataque, quando estava atrás do placar.

Luis Fabiano, por sua vez, aparecia menos do que nos outros jogos. Os combates no meio eram raros, nem tantos pivôs como em outros jogos. As bolas recebidas em boa condição também rarearam. Com os jovens nas pontas, o jogo era todo baseado para servir o camisa 9. Não à toa foram cinco gols nos quatro jogos anteriores em São Januário. Nenê, mais individualista, também busca o protagonismo da partida. É uma bola, ainda que instintivamente, dividida no desequilíbrio da equipe.

No segundo tempo, Milton já queimara uma substituição, de Jean por Wellington, por lesão, logo após o voltar das luzes na primeira metade do jogo. Por isso, nenhuma troca de imediato. O jogo era feio. Não havia mais tanto espaços. Nenê, então, teve de ajudar mais na defesa, acelerando para ocupar espaço quando o time era atacado. Do outro lado, Pikachu diminuiu o ritmo e acabou trocado pelo veloz Manga. Uma forma de manter a dose de jovialidade de uma equipe que já demonstrava cansaço e buscar saídas rápidas. Douglas, atuante no meio pelos dois lados, era a válvula de escape. Mais uma vez, em grande noite. Mesmo limitado, o Avaí avançou o time ao sentir um adversário menos mordaz. Sabia que esperar o contra-ataque seria inocência ao estar atrás no placar.

Ao fim: time com três veteranos

Diante disso, até surpreendeu a entrada de Andrezinho em campo na vaga de Mateus Vital. O Vasco contabilizava, então, três veteranos para os instantes finais de um jogo ainda indefinido. Um convite ao rival. Andrezinho, 33 anos, Nenê, 35, e Luis Fabiano, 36. Ainda que tenha dois valiosos contra-ataques, a equipe vascaína deu campo ao Avaí, que passou a rondar perigosamente a área, de uma lateral à outra, buscando espaço para cruzamentos. Em um deles, Juan, sozinho, tocou de cabeça para fora. O clima de apreensão tomou conta de São Januário.

No último lance, Leandro Silva subiu pelo lado direito e bateu forte, mas Martín Silva fez boa defesa e impediu o empate. Diante de um time cheio de limitações, a atuação foi bem abaixo para o Vasco. De acordo com o site Footstats, o time lançou 31 bolas e cruzou outras 24 ao longo da partida. A posse de bola foi dividida – 51% para o Vasco e 49% para o Avaí. Contra o lanterna, a escalação conjunta de Nenê e Luis Fabiano teve dificuldades para sacramentar a vitória. A equação, por enquanto, ainda é de dificíl solução para o técnico vascaíno.

FICHA TÉCNICA:
VASCO 1X0 AVAÍ

Local: São Januário
Data: 17 de junho de 2017
Horário: 19h
Árbitro: Rafael Traci (SP)
Público e renda: 9.966 pagantes / 10.993 presentes / R$ 299.330,00
Cartões amarelos: Evander, Paulão, Nenê, Mateus Vital (VAS) e Juan (AVA)
Gol: Yago Pikachu, aos 19 minutos do primeiro tempo

VASCO: Martín Silva; Gilberto, Breno, Paulão e Henrique; Jean (Wellington, 20’/1T) e Douglas; Yago Pikachu (Manga Escobar, 19’/2T), Mateus Vital (Andrezinho, 33’/2T) e Nenê; Luis Fabiano
Técnico: Milton Mendes

AVAÍ: Kozlinski; Leandro Silva, Airton, Gustavo e Capa; Wellington Simião (Pedro Castro, 23’/2T), Judson, Marquinhos (Lourenço, 33’/2T) e Juan; Diego Tavares (William Santana, 15’/2T) e Romulo
Técnico: Claudinei Oliveira

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