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Flamengo supera Galo, apito e arranca liderança no Maracanã

Léo Ortiz Flamengo Atlético-MG Brasileiro 2025

(Flamengo / Adriana Fontes)

Jorginho Flamengo Atlético-MG Brasileiro 2025

(Flamengo / Gilvan de Souza)

Antes de mais nada é fundamental dizer: seria impossível fazer uma análise de Flamengo x Atlético-MG sem passar pela desastrosa arbitragem de Ramon Abatti Abel. Ainda que o time rubro-negro tenha vencido por 1 a 0, o impacto do apito foi evidente diante de tantos erros crassos. Nem adianta você, nobre leitor deste espaço, tentar acusar este escriba disso ou daquilo. Não traçar linhas sobre a arbitragem ao abordar o jogo seria desonesto. E aqui não é lugar para isso. Pois enfim. O Flamengo venceu o Atlético-MG em jogo pegado, um tanto quanto copeiro, e abraçou de novo a liderança do Brasileiro. Vitória com característica importante.

Não se trata aqui de dourar a pílula para uma atuação, de fato, abaixo do time rubro-negro. Mas em um campeonato de pontos corridos, numa longa procissão, há vitórias e vitórias. Arrancar três pontos fundamentais em um embate duro como o deste domingo foi valioso. Pois o Flamengo de Filipe Luís estava lotado de desfalques. Sem dois laterais pela esquerda – Alex Sandro e Ayrton Lucas – De La Cruz, Pulgar, Danilo e, por que não?, Wesley, recém-negociado. A tentativa, sempre, é se impor. Mas foi uma noite atípica não só pelos desfalques, mas por alguns erros excessivos do sistema defensivo inicialmente.

O Flamengo foi a campo no 4-4-2, que por vezes alterna ao 4-2-3-1, com Pedro e Bruno Henrique como atacantes, Plata e Arrascaeta pelos lados, mas em busca do centro. Viña na lateral esquerda. O time tinha mais volume, como esperando, e tentava atacar por dentro. Do outro lado, um Atlético-MG claramente à espera do contragolpe em um 5-4-1, com Scarpa e Menino abertos e na volta para formar a defesa, Cuello e Rony nos lados à frente para tentar acionar Hulk e a busca incessante por bolas longas às costas, especialmente, de Viña. O Flamengo mostrou dificuldades com a linha de cinco. Tentava o toque mais aproximado por dentro, sempre de maneira mais direta, sem rodar a bola de um lado a outro. Acabou surpreendido em algumas oportunidades.

Flamengo no início: BH e Pedro, com Arrascaeta e Plata no auxílio

Em erro de Viña, indeciso, Rony só não abriu o placar graças a um rápido raciocínio de Varela, que o induziu a um canto e fechou o outro. Mas era uma defesa confusa. Hulk tentava circular atrás dos volantes e acionar as pontas. O jogo duro, pegado de parte a parte permitia pouco espaço para criação. O Flamengo, já com problemas notórios neste quesito, foi ainda mais tímido. Arrascaeta pouco rendia ao buscar o meio e ter Alan Franco colado em cada movimento. Jorginho, porém, sobressaía mais uma vez. O volante comanda o meio de campo com rara habilidade. Sabe ditar o ritmo, buscar atalhos para antecipações, pressionar, tem o passe certo e, com a experiência, dosa energia para evitar o desgaste. Coube ao Flamengo, então, tentar as bolas esticadas. Em uma delas, Bruno Henrique acabou empurrado na área por Afonso e Ramon Abatti ignorou. O erro mais grave do árbitro, porém, veio posteriormente.

Linda enfiada de bola de Jorginho para Plata. O equatoriano era o tempo todo acompanhado por Fausto Vera, onde quer que fosse. Ao tentar o domínio acabou atropelado pelo argentino. Falta clara, mas fora da área. Plata ficaria frente a frente com Everson, teria a oportunidade de arremate com a perna canhota, a preferida. E Alonso mal teria tempo de alcançá-lo não fosse a falta. Ramon Abatti assinalou pênalti. Um erro crasso transformado em outro ao ser chamado pelo VAR. Falta fora da área, mas apenas cartão amarelo para Vera. Plata tinha a clara e manifesta chance de gol, sem outro adversário possível a fazer a cobertura de Vera. O jogo acabou direcionado pelo apito. Sem a expulsão, o Atlético-MG passou a segurar a pressão rubro-negra no entorno da área. Arrascaeta ainda foi derrubado em lance, mas de fato não houve pênalti neste lance.

Galo no início. Linha de cinco e bolas longas esticadas

Aí vale mais um parênteses sobre Ramon Abatti Abel. Elogiadíssimo sem motivos no Mundial, o catarinense insiste em erros demasiados para quem supostamente está no topo do apito nacional. Marca faltas a qualquer contato, impede a marcação de pressão, é incoerente nas escolhas e interefere no andamento da partida. Enerva os jogadores. Filipe Luís e Cuca sabiam bem. Tanto que, no intervalo, sacaram seus amarelados. Allan pelo Flamengo e Fausto Vera pelo Galo. O segundo tempo veio com panorama bem parecido.

Faltava ao Flamengo maior agressividade para arrematar ao gol atleticano. É um time que espera sempre o último toque, evita finalizações à distância. O ataque buscava a alternância constante de posições entre Bruno Henrique, Plata, Arrascaeta. O time de Cuca ainda mantinha a linha de cinco e priorizava as esticadas para Rony e Cuello. Seguia com as marcações individuais em Arrascaeta e Plata. De certa forma conseguia êxito na ideia. Travava os cariocas e tentava escapar. Filipe Luís, então, optou por mexer no time e dar agressividade. Wallace Yan na vaga de Plata, Luiz Araújo na de Arrascaeta. O menino é o verdadeiro fio desencapado. Utiliza a provocação como arma, tenta tirar os rivais no jogo mental. E é sempre objetivo. Provavelmente vai pagar em algum momento pelo jeito explosivo. Mas, na essência, o Flamengo necessita vez e outra de uma faísca como a do número 64. Pelo lado esquerdo passou a pressionar os atleticanos e a tentar o arranque pelo setor.

Flamengo ao fim: atacantes para pressionar a saída atleticana

O Atlético-MG acabou dando passos atrás. Desta vez não por opção. Era empurrado por um Flamengo mais pulsante e revitalizado. O gol de Léo Ortiz saiu em uma cobrança de falta sofrida justamente por Wallace Yan. Na bola parada o Flamengo tem sido fatal. No lance, Ramon Abatti cometeu mais um erro ao ignorar o segundo amarelo de Saravia. Cuca, de novo, leu o panorama e foi ágil. Sacou Saravia, além de Rony e Cuello. Já havia colocado Júnior Santos à direita para tentar forçar o jogo em cima de Viña, ainda em recuperação física. Filipe entendeu e pôs Juninho para fechar o setor. Em seguida, sacou Viña, pôs Cleiton como lateral, jogou Juninho ao meio e trouxe Luiz Araújo à esquerda. O Flamengo tinha velocidade para sair e chamou o Atlético, que recusou o convite ainda que com jogadores mais ofensivos.

Galo ao fim: mais à frente, jogadores velozes para buscar o empate

Uma vitória justa pelo que se viu em campo. O Flamengo, sim, pode mais. Diante dos desfalques e do consequente desgaste de quem entra em campo repetidamente – Jorginho, por exemplo – conseguiu uma solução para sair vitorioso. Mas deve melhorar diante de times muito fechados, o que tem sido rotina no Maracanã. O Atlético-MG, em semana difícil, até competiu. Mas também mostrou pouco para quem investe tanto e pensa em grandes momentos na temporada. 61% de posse rubro-negra, 16 finalizações contra 13 e 502 passes trocados contra 301*. O Flamengo é, de novo, o líder do Brasileiro. A procissão é longa. E, por vezes, é preciso vencer como possível para superar o rival e uma arbitragem tão catastrófica que, talvez com erros a favor de time tão badalado, seria pauta principal e motivo de escândalos durante toda semana.

*SofaScore

FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 1X0 ATLÉTICO-MG

Data: 27 de julho de 2025
Local: Maracanã
Árbitro: Ramon Abel Abatti (SC – Fifa)
VAR: Marcio Henrique Gois
Acréscimos: 5’/1T e 5’/2T
Público e renda: 51.345 pagantes / 54.550 presentes / R$ 3.222.755,00
Cartões amarelos: Allan, Pedro, Viña (FLA) e Everson, Hulk (ATL)
Gol: Léo Ortiz (FLA), aos 29 minutos do segundo tempo

FLAMENGO: Rossi, Varela, Léo Ortiz, Léo Pereira e Viña (Cleiton, 32’/2T); Allan (Evertton Araújo / Intervalo) Jorginho, Arrascaeta (Luiz Araújo, 16’/2T) e Plata (Wallace Yan, 16’/2T); Bruno Henrique e Pedro (Juninho, 32’/2T)
Técnico: Filipe Luís

ATLÉTICO-MG: Everson, Saravia (Igor Gomes, 33’/2T), Igor Rabello e Junior Alonso; Alan Franco, Fausto Vera (Natanel / Intervalo), Gabriel Menino (Júnior Santos, 22’/2T), Cuello (Bernard, 33’22T), Gustavo Scarpa e Rony (Biel, 33’/2T); Hulk
Técnico: Cuca

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