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Muito superior, Flamengo dá baile no Inter e faz vitória no Beira-Rio parecer normal

Plata Flamengo Internacional 17ago2025

(Adriano Fontes / CR Flamengo)

Pedro Flamengo Internacional 17ago2025

(Adriano Fontes / CR Flamengo)

É possível que em algum lugar entre redes sociais e arquibancadas uma crítica feroz seja levantada. O difícil será conseguir respaldo num mundo que preze pela sensatez. Em português claro: o Flamengo deu um baile no Internacional neste domingo na vitória de 3 a 1, no Beira-Rio, no Campeonato Brasileiro. Eficiente, organizado e letal. Uma atuação que não deixa dúvida alguma sobre o progresso do trabalho de Filipe Luís e da razão da liderança com números tão superiores. Melhor ataque, melhor defesa e melhor saldo de gols.

Tudo bem, aponte o dedo, nobre crítico insistente. O Internacional, dono da casa, mandou a campo um time de reservas de olho no confronto de volta da Libertadores no meio de semana após a derrota de 1 a 0 na ida. Mas mesmo em seus domínios, com torcedores a favor e a tentativa de criar uma atmosfera hostil acabou engolido em apenas dez minutos. Foi no mínimo inocente a crença de Roger Machado de que poderia fazer frente com uma equipe reserva a um Flamengo sedento pelo Campeonato Brasileiro e, portanto, com seus titulares. A distância, que já existe, foi ainda maior.

O Flamengo tinha Arrascaeta de volta. Na teoria, um time ainda mais forte do que no confronto entre as equipes dias antes no Maracanã, pela Libertadores. E tinha também uma enxurrada de talentos. Filipe Luís foi pelo caminho da técnica. Dominar e controlar o jogo na base da qualidade. Saúl, titular pela primeira vez, ao lado de Jorginho no meio. Arrascaeta desta vez por trás mesmo do atacante referência, no caso Pedro. Samuel Lino e Luiz Araújo pelos lados. Um 4-2-3-1 absolutamente dominante.

Inter no início: reservas, exposto e com ataque ineficiente

Isto porque o Internacional com seu 4-4-2 tinha um ataque inoperante. Rafael Borré e, especialmente, Enner Valencia tinham dificuldades para receber a bola ou tentar algum lance individual. Richard, mais recuado à frente da zaga ou entre os zagueiros, não conseguiu lidar com tantos fartos espaços do time colorado. Arrascaeta, então, circulou livre, leve e solto pela faixa central. Como desejaria sempre. Jorginho, em mais uma noite soberba, controlou as ações rubro-negras desde o início com auxílio mais do que luxuoso de Saúl. Os cariocas atraíam o Internacional e o convidavam à pressão na saída. O Flamengo, hoje, é extremamente organizado e talhado para sair desse abafa rival.

Flamengo no início: Arrascaeta livre, Jorginho e Saúl soberanos

Geralmente pela direita, Ortiz saía em Varela, que chegava a Jorginho. Com um passe, Saúl encontrava Arrascaeta por dentro, com um espaço mais do que generoso para pensar, arriscar. Criar. Por isso a abertura do placar com apenas seis minutos não surpreendeu. Lino achou Arrascaeta por dentro, invertida a Varela que, de forma inteligente demais, ajeitou para Pedro finalizar na batida cruzada. 1 a 0. O Internacional, impotente, seguia a dar espaços. Guilherme Prado, pela esquerda, e Vitinho, pela direita, não conseguiam levar vantagem sobre os laterais. Sem criação, o Inter dependia demais dos volantes, absolutamente sobrecarregados com o meio rubro-negro e a posse com enorme volume do rival. Ao ensaiar nova pressão na saída de bola carioca, o Inter levou o segundo cruzado no queixo.

Samuel Lino disparou à esquerda, travou a bola corretamente e deixou dúvidas na marcação de Alan Benítez. Arrascaeta, de novo, recebeu por dentro e tocou de primeira a Pedro. A travada de bola e a finalização com absoluta tranquilidade dentro da área, de forma mansa e até travessa no contrapé do goleiro sacramentou a partida. 2 a 0 em somente 11 minutos. Não havia mais saída ao Internacional. Avançar demais o time significaria mais exposição. Colocar titulares em campo comprometeria o planejamento para a Libertadores. O jogo, portanto, tomou ritmo mais lento, sob absoluto controle do Flamengo.

Com a dupla Jorginho e Saúl no meio, o time optou pelo girar da bola de forma a induzir o Inter e pressionar. Assustado, o Colorado evitava esses passos à frente. Quando arriscava algo, os volantes do Flamengo já triangulavam com Arrascaeta, Luiz Araújo ou até mesmo Pedro. Envolviam facilmente o Internacional, que, pasmem, parecia já resignado com o destino do jogo mesmo diante de seus torcedores no Beira-Rio. Ao baixar demais a pressão, até com o intuito provavelmente de se poupar fisicamente, o Flamengo aceitou o Inter em seu campo, em volta da área, nos minutos finais do primeiro tempo. Nada que assustasse além de uma cabeçada de Clayton em escanteio. Vantagem confortável no bolso para a segunda etapa.

Inter ao fim: titulares em campo e um pouco mais adiantado

Abraçado ao seu planejamento, Roger modificou os lados de Vitinho e Gustavo Prado e tentou colocar o time um pouco à frente, sem trocas. Victor Gabriel, de trás, tentava avançar por dentro para qualificar a saída de bola, ajudar o meio. Gustavo Prado até exigiu de Rossi uma boa defesa em finalização de fora da área. Era pouco. Bastava ao Flamengo acelerar, acionar os lados e depois buscar o centro que achava espaços. Arrascaeta perdeu ótima chance, de frente para o gol. Filipe sacou Pedro, talvez de olho no confronto de quarta, e pôs Plata em campo. Imediatamente houve resultado.

Ao fim, Flamengo com Carrascal por dentro, Plata e Luiz Araújo nos lados

Pressão na saída do Inter que obrigou Victor Gabriel a rifar a bola, sem ter tranquilidade. Retomada rubro-negra, lado acionado com Arrascaeta, que viu o latifúndio por dentro para Plata. Livre, leve, mais do que solto, o equatoriano avançou como se fosse um treinamento e bateu no cantinho de Anthoni. 3 a 0 e partida sacramentada. Um gol em um momento fundamental, quando Roger já preparava três titulares para entrar em campo: Bernabei, Alan Rodríguez e Ricardo Mathias. Um balde de água fria nos mandantes.

Mais do que confortável, Filipe buscou mudanças para preservar jogadores e dar jogo a outros. Carrascal, por exemplo. Pela segunda vez em campo com a camisa rubro-negra, o colombiano entrou em faixa parecida da de Arrascaeta. Ainda se ambienta, claro, mas pela habilidade mostra que pode ser uma peça importante. Danilo e De La Cruz ganharam minutos depois de longo tempo no departamento médico. Com o Flamengo de ritmo ainda mais reduzido, ainda que instintivamente, e o Inter a fechar mais os espaços por dentro especialmente pela dinâmica de Alan Rodríguez, que chegou a acertar a trave. Por fim, Borré ainda descontou após cruzamento de Bernabei. Mas a vitória do líder já estava garantida.

Um jogo quase perfeito do Flamengo. Ótimo para observações como a dupla Jorginho e Saúl, que requer desafios mais competitivos para conclusões mais definitivas. Eficiente para dar jogo a atletas com poucos minutos nos últimos jogos, como Carrascal, De La Cruz e Danilo. E resolvido rapidamente, em 11 minutos, o que permitiu a maior cadência e consequente descanso de vários jogadores para quarta-feira. A superioridade foi tamanha que espanta a naturalidade com que o resultado foi recebido. Um Inter e seus torcedores resignados, como se perder fosse o único caminho traçado. Méritos da superioridade apresentada por Flamengo de Filipe Luís. Eficiente, competitivo, letal e cada vez mais líder.

FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 1X3 FLAMENGO

Data: 17 de agosto de 2025
Local: Beira-Rio
Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima (PE)
VAR: Ilbert Estevam da Silva (SP)
Acréscimos: 1’/1T e 5’/2T
Público e renda: 19.951 pagantes / 22.241 presentes / R$ 670.689,50
Cartões amarelos: Vitinho, Enner Valencia (INT)
Gols: Pedro (FLA), aos seis minutos e aos 11 minutos do primeiro tempo e Plata (FLA), aos 16 minutos e Rafael Borré (INT), aos 46 minutos do segundo tempo

INTERNACIONAL: Anthoni, Alan Benítez, Clayton e Victor Gabriel e Aguirre (Bernabei, 17’/2T); Richard (Thiago Maia, 28’/2T), Bruno Henrique (Alan Rodríguez, 17’/2T), Vitinho (Wesley, 28’/2T) e Gustavo Prado; Rafael Borré e Valencia (Ricardo Mathias, 17’/2T)
Técnico: Roger Machado

FLAMENGO: Rossi, Varela, Léo Ortiz (Danilo, 21’/2T), Léo Pereira e Ayrton Lucas; Jorginho (Carrascal, 21’/2T) e Saúl; Luiz Araújo, Arrascaeta (De La Cruz, 21’/2T) e Samuel Lino (Wallace Yan, 28’/2T); Pedro (Plata, 11’/2T)
Técnico: Filipe Luís