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Os deuses e a noite épica

Barcelona Messi 2017

Barcelona Messi 2017Há dias em que os deuses do futebol lançam seus feitiços. Momentos épicos que são gravados na mente de cada adepto da arte de seduzir com os pés. A melhor invenção do homem. Ou seria dos deuses? Capítulos que renovam a fé. O que aconteceu no Camp Nou, na magistral virada do Barcelona sobre o PSG, foi um desses instantes peculiares da História. Tudo, em pouco mais de 90 minutos, se justifica.

Caprichosos, os deuses da bola se divertem nos brindando com emoções costuradas por artistas. Dão e depois retiram. Foi assim. Dois minutos, um leve toque, bem sutil, de Suárez com a cabeça. A primeira linha traçada de uma noite em que o futebol deveria sorrir. Leve. Solto. Até o PSG entendia. Kurzawa, elegantemente, levou a bola à própria rede. Um deleite para a festa da arquibancada. Meio caminho já andado. Como brincam conosco, os deuses.

Há momentos que definem a História. O virar de página entre capítulos. Pois todos esperavam que o camisa 10 fosse o responsável por cumprir o destino prometido da religião barcelonista, mais uma vez. Mas não agora. Coube ao camisa 11, mais moço e mais amadurecido, a missão de conduzir o mítico Barça a uma noite mágica. De fé. Totalmente reestabelecida quando Neymar caiu na área após ser derrubado por Meunier. Ali, a transição começava, de fato.

Em um último ato na noite, Messi converteu o pênalti com competência. Mas parecia alheio à festa. Gênio que é, entende a linguagem dos deuses. O bastão, ele percebia, começava a ser passado. Mas deuses dão e tiram. Fazem graça de seu olimpo, travessos com a própria arte. O gol de Cavani foi um atalho para tornar a noite inesquecível. A partir dali, só mesmo o impossível. Só mesmo a História. Só, mesmo, os deuses.

Pois Neymar, mítico, fez emanar da arquibancada a fé que só grandes capítulos reservam. Golaço de falta. Certeiro. Na medida. Explode, Camp Nou. Abraçava-se toda a gente. As linhas da História não paravam de ser traçadas. 4 a 1. Faltavam dois minutos. 120 segundos para tornar o impossível possível. Bola na área. Suárez desabou diante de Marquinhos. Era um PSG acovardado, coadjuvante diante do transe coletivo em um dos templos mais famosos do futebol. Incapaz de reagir. Entregue à sorte do olimpo. Neymar, então, tomou para si de novo. Goleiro de um lado, História do outro. Cinco. Restava um. Os deuses, também extasiados, gargalharam.

E prenderam o fôlego quando Ter Stegen foi derrubado na intermediária. A bola viaja. Cavani, de novo, se apresenta como o antiheroi e a rebate. Não quer a História. Duvida da fé. Mas então a pelota repousou no pé do camisa 11. O escolhido da noite. A arte dos pés se fez presente. Como numa dança. Do pé direito para o pé esquerdo. Um toque suave, malicioso.

No segundo em que a bola mergulhava pelo ar, o mundo parou. Deuses, jogadores, barcelonistas e rivais arregalaram os olhos. Sentiam a magia materializada, ali. O toque de Sergi Roberto foi apenas o complemento. A explosão era certa. 6 a 1. O impossível era fato. O feitiço, mais uma vez, arrebatava multidões. Os deuses da bola, de novo, se manifestaram por um de seus prediletos. Épico. Magistral. Apenas futebol.

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