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Vitória, vaga na mão e um problema para Zé: um Fla que tenta usar demais a cabeça

Leandro Damião cabeçada Bangu Flamengo 2017

Damião faz o gol de cabeça contra o Bangu no fim da partida

Leandro Damião cabeçada Bangu Flamengo 2017

Damião faz o gol de cabeça contra o Bangu no fim da partida: Flamengo abusou as tentativas pelo alto

Ao fim da partida entre Flamengo e Bangu, as estatísticas do site Foostats apontavam: foram 57 cruzamentos do time rubro-negro no jogo, com apenas nove corretos. No placar, 3 a 0 no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. No bolso, vitória garantida. Na cabeça de Zé Ricardo, talvez muito a se pensar. Apesar da classificação antecipada para as semifinais do Campeonato Carioca com a melhor campanha, o Flamengo se viu refém de bolas alçadas na área para superar um adversário que formava um ferrolho e lhe dava a bola. Problema que parecia ter diminuído, mas que retoma cada vez com mais força.

Para vencer o frágil Bangu, bastou. Até mesmo a postura do time de Roberto Fernandes indicava consciência da própria fragilidade mesmo diante de um Flamengo desfalcado, com Guerrero, Trauco e Diego nas seleções de Peru e Brasil. Um Bangu com ferrolho, 3-6-1, apenas Loco Abreu na frente.

Era como se dissesse. “Tome a bola, Flamengo. Gire com ela. Mas fora da área.” O time de Zé Ricardo tentou praticar o futebol de troca de passes no início. 4-2-3-1 de sempre, Mancuello de volta ao lado, Paquetá pelo meio, Vizeu na frente. E entre os volantes, Rômulo barrado, Márcio Araújo de volta. O domínio, como era de se esperar, foi amplo diante de tanto espaço. O problema, também.

Fla iniciou a partida no 4-2-3-1

Muito superior tecnicamente, o Flamengo girava a bola. Márcio Araújo, inclusive, praticamente não errava passes. Para lá, para cá. Direita, esquerda. E a paciência rubro-negra acabou cedo. Chute de fora da área, de Mancuello. Bolas alçadas. Uma, duas, três…rapidamente, o time desistiu do estilo de bola no chão e recorreu aos cruzamentos, como nos momentos de dificuldade na reta final do Campeonato Brasileiro de 2016. Nada de infiltrações, dribles, triangulações.

Bola no canto e jogada na área. Márcio, goleiro do Bangu, trabalhou bem algumas vezes. Em outras, torceu. Réver mandava por cima, Vizeu lamentava. Paquetá buscava jogo. E o primeiro tempo fechou com 70% de posse de bola rubro-negra. Muita superioridade técnica, nenhuma no placar, zerado.

No segundo tempo era de se esperar mais bola ao chão do Flamengo. Um time que parecia caminhar para o amadurecer do jogo no início da temporada e de repente voltou a flertar com as bolas alçadas. Mas o namoro ficou sério. Com um minuto de jogo, quem quase marcou foi o Bangu, mas Bruno Luiz furou bola incrível na frente do gol após passe de cabeça de Loco Abreu. Foi praticamente o único vacilo rubro-negro na defesa.

Diante de um adversário mais qualificado, como foi a Universidad Católica na Libertadores, poderia ter sido fatal. O Bangu, no entanto, não era páreo. Rapidamente se encolheu de novo em seu campo e chamou o Flamengo a repetir a balada do primeiro tempo. Troca de passes, área bem protegida, bola alçada. Com dez minutos, Zé Ricardo parecia determinado a mudar o panorama. Que nada. Intensificou as tentativas pelo alto.

Paquetá e Mancuello deixaram o campo para as entradas de Leandro Damião e Berrío. O Flamengo entrava em uma espécie de 4-3-3, com Everton saindo do lado e caindo mais ao meio e Berrío tentando usar a velocidade ao lado dos centroavantes. Mas em qual espaço? As bolas, rapidamente, voaram para a área de novo, em busca de uma cabeçada de salvadora de Vizeu ou Leandro Damião.

Fla no segundo tempo: dois centroavantes

Márcio trabalhou bem em jogadas de Damião e Berrío na grande área. O Flamengo chegava como sempre. Mas falhava na conclusão, ficava nervoso, se entregava ao abafa pelo abafa. Faltava cabeça. Quem teve, então, foi Renê. Esperto, o lateral decidiu resolver a parada de fora da área. Aos 27 minutos, arriscou um petardo pelo lado esquerdo. Talvez acostumado aos cruzamentos, o goleiro Márcio se assustou e não chegou. Bola na rede. 1 a 0.

Com a partida na reta final, o Bangu se entregou. Era, claramente, pior. Mas o Flamengo parecia determinado a vencer pelo alto. E conseguiu, em um cruzamento de Pará pela direita para Damião, que se antecipou ao goleiro. Eram 55 cruzamentos até então. Aquele era apenas o nono certo. 2 a 0. Mais calmo e com o adversário mais aberto, o time trabalhou pelo chão.

Renê para Everton pela esquerda, que rolou mansinho para Matheus Sávio bater rasteiro no contrapé de Márcio. 3 a 0. Vitória garantida, vaga na mão e um problema sobre pé ou cabeça para Zé Ricardo levar para a Libertadores e para os momentos finais do Campeonato Carioca. Contra o Bangu, deu certo. Diante de adversários mais qualificados, o jogo será mais exigido. Só pelo alto é muito pouco.

FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 3X0 BANGU

Local: Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ)
Data: 22 de março de 2017
Horário: 21h45
Árbitro: Elton Azevedo
Público e renda: 1.237 pagantes/ 1.830 presentes/R$ 27.440,00.
Cartões amarelos: Eroza (BAN)
Gols: Renê (FLA), aos 27 minutos, e Leandro Damião (FLA) aos 39 minutos e Matheus Sávio (FLA), aos 42 minuntos do segundo tempo.

FLAMENGO: Alex Muralha; Pará, Réver, Rafael Vaz e Renê; Márcio Araújo e Willian Arão; Mancuello (Berrío, 12’/2T), Lucas Paquetá (Leandro Damião, 12’/2T) e Everton; Vizeu (Matheus Sávio, 30’/2T)
Técnico: Zé Ricardo

BANGU: Márcio; Daniel Damião, João Guilherme, Anderson Penna e Guilherme; Rafael Henriques, Eroza (Matheus Pimenta, 30’/2T), Raphael Augusto (Leandro Chaves, 38’/2T), Bruno Bêra e Washington (Bruno Luiz / Intervalo) e Loco Abreu
Técnico: Roberto Fernandes

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