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Em um turno, a inversão: na Taça Rio, a distância entre Vasco e Flamengo encolheu

Flamengo Vasco Guerrero Rodrigo Taça Rio 2017

Guerrero e Rodrigo disputam a bola no clássico no Maracanã: rivalidade de sempre em campo

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Guerrero e Rodrigo disputam a bola no clássico no Maracanã: rivalidade de sempre em campo

Em um turno, a inversão de caminhos. Um reviu os erros, trocou técnico e melhorou. Outro se tornou mais previsível e involuiu. Rivais na semifinal da Taça Guanabara, Flamengo e Vasco voltaram a se enfrentar na semifinal da Taça Rio neste sábado. Antes estavam em patamares bem diferentes. Agora, mais próximos. Melhor para o Vasco. Não só por avançar à final da Taça Rio, eliminar o maior rival, mas por claramente ter um time bem mais sólido do que no início da temporada. Pior, claro, para o Flamengo, que além de ter parado de evoluir, caiu de produção. Lições a tirar em um empate sem gols, de futebol pobre e que nem mesmo o fato de ser no Maracanã salvou.

Vasco no primeiro tempo do clássico

O Clássico dos Milhões teve início com as velhas provocações dos últimos tempos. Guerrero e zagueiros vascaínos não se entendiam, trocavam acusações, recebiam e davam pancadas sob um clima quente. Na prática, o jogo era igual. Milton Mendes postou seu Vasco em um 4-4-1-1, com Andrezinho e Pikachu pelas pontas para prender os lados do Flamengo. Muriqui, à frente de Nenê, mostrava estar fora de sintonia, lento, sem tempo de bola.

Mas a marcação vascaína em cima dos zagueiros do Flamengo dificultava muito a saída de bola do rival. Não foi raro ver Diego sair da intermediária de ataque para buscar a bola dos pés de Márcio Araújo ou Réver, já que o time, com os lados trancados, estava sufocado. O 4-2-3-1 de Zé Ricardo indica ter caído no gosto dos rivais.

Mancuello aberto na direita se provou, de novo, solução ineficaz. Empurrado para o canto, o argentino por vezes busca o meio e até o centro da área, ao lado de Guerrero, causando confusão na marcação e abrindo espaço para os avanços de Nenê, por exemplo, no setor. Gabriel pela esquerda não mostrou o mesmo fôlego de Everton, poupado, para o vaivém entre ataque e defesa. Assim, Trauco, arma ofensiva geralmente com a entrada para o meio, travou.

Fla no primeiro tempo do clássico

O jogo se tornou bem ruim. Mas para o Vasco, com a vantagem do empate debaixo do braço, estava até confortável. Um cerco que deixava o Flamengo nervoso com a posse de bola. Sem um drible para desarmar a defesa rival, o time de Zé Ricardo, de novo, passou a tentar os cruzamentos para a área. Réver até conseguiu uma boa cabeçada. Mas muito pouco para o material que o técnico rubro-negro tem em mãos. O Vasco, em contra-ataque, finalizou com Muriqui e tentava os lançamentos de Douglas para Pikachu. E o primeiro tempo findou.

Na volta para a segunda etapa, times iguais. E um Flamengo, ao menos, com mais vontade de tentar a vitória que lhe daria a classificação para a semifinal. O Vasco, então, esperou. Afinal, o rival se tornou previsível e desempenha abaixo do normal já há alguns jogos. Arão, em noite sofrível, não ajudava Diego no meio e tampouco Márcio Araújo, que se desdobrava com correria dentro de suas limitações, na defesa. Mas o Flamengo tinha mais posse. Cercava, cercava e…pouco criava, de fato, chances.

Vasco na parte final do clássico

Zé Ricardo, enfim, desistiu de Mancuello e lançou Berrío no lado direito. Guerrero e Rodinei, em chutes de longe, fizeram Martín Silva entrar em ação com boas defesas. Jogadas trabalhadas ou triangulações eram raras. Diego trocava com Gabriel, buscava o lado esquerdo. E o Vasco se resguardava. Milton Mendes, então, viu que o cansaço poderia levar ao perigo. Andrezinho saiu para a entrada de Kelvin na esquerda. Berrío ficou mais preso.

O ímpeto do Flamengo diminuiu e o Vasco, de novo, voltou a administrar. Douglas, no meio, ditava o ritmo com o auxílio de Nenê à frente. À essa altura, Márcio Araújo já ocupava a lateral direita, já que Rodinei deixou o campo esgotado e Ronaldo entrou no meio. Zé tentou a última cartada com Leandro Damião na vaga de Gabriel, formando um 4-4-2. Mas o time ficou desorganizado, espaçado do meio para frente. Diego, no fim, ainda bateu forte pela esquerda para defesa de Martín Silva, após passe de Guerrero. Foram 30 cruzamentos do Flamengo na partida. Em vão. O Vasco, com 47% de posse de bola, avançou à final. Um jogo que vale volta olímpica e o gosto de vencer. Vale.

Fla ao fim do clássico no Maracanã

Principalmente a um Flamengo que há três anos não levanta uma taça. Desejar levantá-la e dar a volta olímpica, seja ela qual for, faz parte da formação de um elenco vencedor. Candidato a títulos pela qualidade do grupo neste ano, o Flamengo, ainda invicto no Carioca, deveria se acostumar a isso desde o início de temporada. E Zé Ricardo, certamente, tem com o que se preocupar. Embora invicto no Carioca, o time despencou de desempenho. Tem posse, mas não cria chances claras. Voltar a atuar em bom nível, como indicava no início do ano, não é simples como apertar um interruptor ao bel-prazer. Como se fosse uma simples escolha. O desafio diante do Atlético-PR será grande.

Ao Vasco, claro, também vale a chance de disputar mais uma final. A confiança cresce ao eliminar o maior rival mais uma vez. Mas, além disso, Milton Mendes reestruturou o Vasco. Se está longe de ter apresentações de alto nível, o time mostrou evolução. É mais organizado e seguro. Há uma ideia de jogo em prática, com o time tentando constantemente repeti-la desde o primeiro jogo do técnico. Douglas, Pikachu e, óbvio, Nenê têm sido importantes. O Clássico dos Milhões, em um turno, saiu de Volta Redonda e voltou ao Maracanã. Mas a distância entre os times, agora, parece ser bem menor.

FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 0X0 VASCO

Local: Maracanã
Data: 08 de abril de 2017
Horário: 18h30
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães
Público e renda: 21.895 pagantes/ 24.616 presentes / R$ 932.070,00
Cartões amarelos: Rodrigo, Martín Silva e Andrezinho (VAS) e Willian Arão e Gabriel (FLA)

VASCO: Martín Silva; Gilberto, Rafael Marques, Rodrigo e Henrique; Jean (Julio dos Santos, 34’/2T) e Douglas; Yago Pikachu, Nenê e Andrezinho (Kelvin, 27’/2T); Muriqui (Wagner, 39’/2T)
Técnico: Milton Mendes

FLAMENGO: Alex Muralha; Rodinei (Ronaldo, 29’/2T), Donatti, Rever e Trauco; Márcio Araújo e Willian Arão; Gabriel (Leandro Damião, 36’/2T), Diego e Mancuello (Berrío 15’/2T); Guerrero
Técnico: Zé Ricardo

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