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Everton Ribeiro, o Capitão do Tempo

Everton Ribeiro Flamengo final Guayaquil 2022 Libertadores

(Marcelo Cortes / Flamengo)

Everton Ribeiro Flamengo final Guayaquil 2022 Libertadores

(Marcelo Cortes / Flamengo)

A mão esquerda erguida parece instrumento de equilíbrio. Ledo engano. É cacoete de um maestro acostumado a reger o tempo. Curiosamente com os pés. Pés que dominam a bola, serelepe, e a mantêm em pleno controle diante do adversário. O crônometro parece suspenso. Todos os observam. Nada acontece sem a sua permissão. Sem a sua leveza. Everton veste a camisa rubro-negra, tem a faixa no braço. É, ali, o Capitão do Tempo. Controla tudo à sua maneira. A bola, os companheiros, os adversários, os olhares, o jogo. Tudo é seu. Tudo está paralisado. E de repente tudo anda.

Um tapa rápido com a canhota para a esquerda indica que o mundo volta a acelerar. O adversário tenta o bote, em vão. A bola segue com o Camisa 7. Ele a detém. Ele faz o tempo em campo. Ginga com ela de um lado. A outro lado. Engana com arte de quem joga solto e mantém a rotação desejada. Acelera, passa, toca. Desacelera. Retém. Puxa. E lá vem o Capitão do Tempo novamente. Everton acelera e vê Rodinei pronto para a troca. Toca e vai ao fundo. Recebe de volta. Indica que o momento é de acelerar. O 9, Predestinado, na área se posiciona. Sabe que não é ele quem controla as passadas. O cruzamento sai. O gol, também.

Vantagem ao lado, cabe ao Capitão liderar. Controlar. Tudo. Companheiros, ritmo e…tempo. Ele se movimenta. Abre espaços. Indica caminhos. Dá a rotação necessária a um time que pavimenta a sua segunda trilha para a Glória Eterna. É arte que cada vez mais refina com o passar dos anos. Controlar o tempo com os pés. Faixa de capitão no braço, Everton dá suas passadas pelo Monumental de Guayaquil ciente de que os passos são para a História. Entende o momento de ter a bola e de soltá-la.

O apito final ecoa e faz explodir rubro-negros em alegria com a taça garantida mais uma vez. A Copa vai ao encontro do Capitão, que a recebe com carinho. E, de novo, ele dá o ritmo. Indica com os outros dois quando a levantar, no devido momento. De novo, o Flamengo acertou a sua passada rumo à História. Muito se deve ao seu capitão. De arte refinada. De ritmo único. De nome já eterno. Everton, o Capitão do Tempo, Ribeiro.

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