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Inofensivo, Vasco recebe choque de realidade contra a La U em São Januário

Paulinho Vasco Libertadores Universidad de Chile

(Flickr Vasco)

Paulinho Vasco Libertadores Universidad de Chile

(Flickr Vasco)

A pouco mais de 15 dias da estreia na Libertadores, contra a Universidad Concepción, o Vasco navegava em um mar de incertezas. Entre a briga política pela cadeira de presidente e o desmanche capitaneado por empresário parceiro do ex-mandatário, o clube teve em xeque todo seu planejamento, com dúvidas até mesmo sobre compra de passagens para viajar ao exterior. A estreia arrebatadora, com goleada, pareceu indicar que a nau cruzmaltina ao menos achara um bússola para navegar na Libertadores. Ledo engano. A derrota de 1 a 0 para a Universidad de Chile, em São Januário, deu um choque de realidade ao Vasco. Falta ao elenco forças para competir em competição tão dura.

Vasco no início: dificuldades pelo meio

Ainda que não esteja à altura da história do clube, o grupo vascaíno foi pressionado não de maneira proporcional à sua qualidade. Mas, sim, com a régua do tamanho do Vasco. Natural, mas ingênuo. Há limitações claras, deixadas evidentes já na derrota diante do Jorge Wilstermann que quase custou a vaga na fase de grupos. Com a atmosfera sedutora de seu caldeirão, o time vascaíno entrou em campo claramente pressionado. Uma pressão da arquibancada e também própria, que parou nos pés dos jogadores e foi um dos fatores a complicar ainda mais os passos na partida.

Zé Ricardo ensaiou uma formação com três zagueiros diante do Fluminense, também com três defensores. Certamente pensava na Universidad de Chile, com posicionamento parecido e também os três zagueiros. Mas não foi a fundo na ideia. Mandou mesmo o time a campo no 4-2-3-1 utilizado ao longo da temporada. Talvez devido ao problema da virose, deixou Paulinho no banco e pôs Rildo pelo lado esquerdo. À frente, Riascos. Evander centralizado na criação e Wagner pela direita. Neste lado, uma tentativa de fazer com que o meia caísse ao meio para abrir o lado para as investidas de Pikachu. Não deu certo. Foi por ali que a La U preferiu apostar de início.

La U no início: Vaz ao ataque, mas muita movimentação no trio de frente

Com minutos, o choque de realidade chegou em São Januário. O ritmo sonolento, cadenciado e de pouca disputa do Campeonato Carioca deu lugar a divididas bruscas e toques rápidos. A La U jogava como um bom time sul-americano: no 3-4-3, toques rápidos, com organização e muita competitividade. O trio de frente era infernal. Soteldo, Araos e Pinilla trocavam de posição incessantemente. Pela esquerda, Beausejour avançava às costas de Pikachu, sem a ajuda de Wagner, para acionar Soteldo, inicialmente por ali. Araos dava dois passos para trás, enquanto Pinilla caía dentro da área, fazendo Paulão e Erazo baterem cabeça em alguns momentos.

O Vasco estava nervoso, não achava seu jogo. Não criava. Tinha dificuldades para iniciar o jogo, sempre pressionado com a marcação chilena. Riascos, irritadiço, recebeu amarelo por entrada exagerada em Rafael Vaz. Corria sem muito sentido para os lados, tentando pressionar a saída de bola. Em vão. O Vasco não criava. Evander era bem vigiado pela dupla Seymour e Pizarro. Havia dificuldade pelo meio. Não havia escape pelos lados. A solução era a bola longa para a correria de Rildo e Riascos. Muito pouco. Depois de meia-hora de puro sofrimento, o time de Zé Ricardo conseguiu um alívio muito mais por um recuo da Universidade de Chile, talvez necessário para poupar o desgaste físico exagerado. O Vasco aproximou mais, passou a tocar bola no campo de La U. Evander teve mais espaço, embora o time chileno se fechasse com cinco defensores. Em uma saída errada do goleiro Johnny Herrera, Riascos quase marcou sem querer ao tentar cruzar para Rildo. Mas a bola carimbou o travessão. O empate sem gols no primeiro tempo foi visto com bons olhos. Era necessário melhorar.

Na segunda etapa, Zé Ricardo tentou deixar o Vasco mais agressivo ao trocar Wagner por Paulinho. Queria ter o drible do garoto para segurar as subidas de Beausejour e até mesmo Rafael Vaz, empolgado como em seus tempos de Flamengo: no primeiro tempo, apareceu na ponta direita e finalizou no gol de Martín Silva. Paulinho foi um ganho. Fez duas boas jogadas pela direita e assustou ao indicar que aproveitaria o espaço. Mas faltava com quem dialogar. O Vasco ainda pecava na criação. Sem Thiago Galhardo, suspenso, e Giovanni Augusto, lesionado, Zé Ricardo tinha poucas opções. E arriscou. Sacou Desábato, que cumpria um jogo com eficiência para tentar acompanhar Araos e resguardar as subidas de Wellington ao ataque, e colocou Andrés Ríos centralizado, com Evander mais recuado para iniciar melhor o jogo. Foi ruim.

Vasco ao fim: quatro atacantes no desespero pelo gol salvador

Experiente e ainda organizada, a La U subia ao ataque com desenvoltura. Araos, esguio e rápido, comandava as ações e acionava Soteldo e Pinilla. A grata revelação chilena de 21 anos tinha mais espaço pelo meio sem o incômodo de Desábato. Transitava com maior facilidade e quase marcou em um chute rasteiro, bem defendido por Martín Silva. O Vasco ainda conseguiu um escape em cruzamento de Paulinho para cabeçada de Rildo, em contra-ataque, bem defendida por Herrrera. Mas o time chileno era melhor. Impunha-se mesmo fora de casa, rodava a bola e comandava o ritmo do jogo diante de um Vasco ansioso, elétrico. E desconcentrado. Em um lateral cobrado por Beausejour, Araos recebeu dentro da área e girou facilmente por Paulão. De frente para Martín Silva, a batida foi fraca, rasteira e o goleiro aceitou. 1 a 0.

Ao fim, La U fechou para segurar o Vasco

A partida praticamente encerrou neste lance. Zé Ricardo, ainda na tentativa de salvar ao menos um ponto tirou Rildo, colocou Paulo Vitor na ponta direita, Paulinho pela esquerda e Andrés Ríos à frente com Riascos. Quatro atacantes. Evander por trás recebia a bola e, solitário, tentava dar sequência ao jogo. Diante de uma La U mais recuada, apostando nos contra-ataques e fechando bem os espaços por dentro e pelos lados. O Vasco girou no entorno do ferrolho mantido pela Universidad de Chile, mas a derrota estava desenhada. A limitação foi clara.

Em seu primeiro grande embate na Libertadores, o Vasco encontrou enormes dificudades. Faltou elenco para dar maior suporte ao time. Evander, solitário na criação, não rendeu sem ter com quem dialogar. A responsabilidade de ter de vencer a Universidad de Chile em casa pesou a um time que parece ter pouco a oferecer na parte técnica. Mas até mesmo na parte tática o time ficou a dever. Previsível, acabou envolvido pelo adversário, sem ter forças para reagir, ainda que tenha, de acordo com o Footstats, mantido a posse de bola em 57% do tempo. Contra o rival teoricamente mais fraco do grupo, o Vasco sucumbiu em casa. A bússola da nau vascaína já indica a necessidade de navegar com sucesso em mares estrangeiros diante de Cruzeiro, Racing e da própria La U. Com uma só rodada na fase de grupos, a Libertadores já apresentou ao Vasco um enorme choque de realidade.

FICHA TÉCNICA
VASCO 0x1 UNIVERSIDAD DE CHILE

Local: São Januário
Data: 13 de março de 2017
Horário: 21h30
Árbitro: Daniel Fedorczuk (URU)
Público e renda: 17.594 pagantes / 18.681 presentes / R$ 1.125.438,00
Cartões Amarelos: Riascos e Paulão (VAS) e Caroca (UDC)
Gols: Araos (UDC), aos 31 minutos do segundo tempo

VASCO: Martín Silva; Yago Pikachu, Paulão, Erazo e Henrique; Desábato (Andrés Ríos, 23’/2T) e Wellington; Rildo (Paulo Vitor, 38’/2T), Evander e Wagner (Paulinho / Intervalo); Riascos
Técnico: Zé Ricardo

UNIVERSIDAD DE CHILE: Johnny Herrera; Vilches, Echeverría e Rafael Vaz; Matías Rodríguez, Seymour (Schultz, 38’/2T), Pizarro e Beausejour; Soteldo (Díaz, 38’/2T), Araos (Caroca, 34’/2T) e Pinilla
Técnico: Angél Guillermo Royos

  • José Junior

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk;. E ainda teve um daqueles “especialistas”, daqueles que permeiam e preenchem a tv e rádio brasileira defcando “sabedoria”. Esse era da Rádio Tupy. Em entrevista ao programa Seleção Sportv, do SPORTV, disse que a lógica era o “casco da grama” disputar a primeira posição!”. Em que mundo esses jornalistas vivem?