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Quando o limite não é o bastante: Vasco arranca empate contra o Internacional

Leandro Castán Nico López Vasco Internacional

(Divulgação / S.C. Internacional)

Leandro Castán Nico López Vasco Internacional

(Divulgação / S.C. Internacional)

A realidade se apresenta de forma amarga, indigesta a cada partida do Vasco no Campeonato Brasileiro. Não faltaram apoio na arquibancada ou disposição em campo. São Januário berrou a todo instante, empurrando o time, ciente da importância da vitória na campanha no campeonato. Jogadores correram, deram carrinhos. O Vasco atingiu o seu máximo. Mas o empate em 1 a 1 diante do Internacional deixou translúcida a preocupação. O limite vascaíno, por inúmeras vezes, é insuficiente. Falta qualidade, sobra preocupação. Apenas dois pontos separam o time da zona do rebaixamento.

A necessidade da vitória foi explícita por Alberto Valentim na formação da equipe. Nada de três volantes. Um 4-2-3-1 com Fabrício centralizado, Marrony e Pikachu pelos lados, Maxi à frente. Tentativa de agredir o rival da noite, com velocidade pelos lados e o pulsar da Colina. Lá em cima, o Vasco exerceu a marcação sobre o Internacional, tentando sufocar o rival nos momentos iniciais da partida, pressionar para conseguir o gol de saída. Pacientemente, o Internacional preferiu aguardar o rival, apostando no seu desgaste. Manteve nos contra-ataques.

Sem Leandro Damião, lesionado, como o atacante de referência, Odair Hellmann optou por deixar Nico López na função. O Inter indicava um 4-2-3-1 em vez do tradicional 4-1-4-1. Como manteve postura mais resguardada, formava um 4-4-2 ao se defender, com Rossi e Patrick pelos lados, Rodrigo Dourado e Edenílson por dentro, com D’Alessandro solto à frente com Nico. Embora o Vasco agredisse mais, o Inter fazia valer a sua maior nesta temporada: a saída rápida ao ataque. Ao retomar a bola na intermediária, disparava pelos lados, forçando o jogo principalmente na esquerda. Era simples entender. Por ali, Luiz Gustavo, zagueiro de origem, atuava uma vez mais como lateral direito. A dificuldade no traquejo é clara. Iago, Patrick e D’Alessandro por ali causavam problemas e encontravam espaços. Foi, no entanto, um jogo mais baseado em bolas alçadas. Talvez com a ansiedade.

Vasco no início: pressão no campo rival e Fabrício centralizado

Se o Vasco era empurrado pela torcida e lutava contra o rebaixamento, o Internacional tinha a necessidade de pontuar para seguir na perseguição de Flamengo e Palmeiras. Tornava-se, então, uma partida nervosa. E invertia tendências. O Inter tentava usar mais lançamentos e disputar pelo alto. O Vasco, sem um centroavante colorado a segurar seus zagueiros, avançou a equipe, se posicionava no campo rival, tentava trocar passes, mas…invariavelmente alçava bolas na área. Em uma delas, Cuesta deu cotovelada em Castán, em pênalti ignorado pelo árbitro. O início de uma série de polêmicas da noite em São Januário. O jogo era fraco. Disputado, pegado, mas com pouca técnica. Fabrício, perdido no centro de campo vascaíno, passou a ouvir vaias da arquibancada. A melhor opção ofensiva do Vasco passou a ser Ramon, ao puxar a bola do lado para dentro, buscando o pivô de Maxi López. O Vasco até finalizou bastante, principalmente de fora da área. Foram sete vezes. A rigor, apenas uma falta cobrada por Pikachu na entrada da área levou maior perigo a Marcelo Lomba. Pouco para quem precisava vencer. Um desperdício para quem teve um rival qualificado em noite ruim.

Inter no início: sem centroavante e com D’Alessandro mais solto à frente

O segundo tempo trouxe um Vasco com a tentativa de ser mais agressivo, buscando o gol de um Inter ainda retraído. Faltava, no entanto, qualidade. Andrey deu ótimo lançamento para Pikachu, na área, de frente para Lomba. O camisa 22 carimbou em cima do goleiro. Alberto Valentim tentava. Trocou os pontas de lado, jogando Pikachu à esquerda, trazendo Marrony para a direita, talvez em busca de conter as subidas de Iago e aproveitar o drible rápido do garoto para dentro do campo. O Vasco melhorou, mas precisa ser mais incisivo. Após Maxi López quase abrir o placar em bom giro na sequência de uma bola mal dominada por Marrony, Fabrício deixou o campo para a entrada de Thiago Galhardo. Mais velocidade e tentativa de finalização. O Vasco parecia mais próximo do gol, ainda no embalo da torcida. O Inter farejou o perigo. Odair Hellmann, enfim, agiu.

Vasco ao fim: mais velocidade pelos lados e agressividade por dentro

Ao sacar Rossi, tímido, e colocar Nico ao lado do campo para a entrada de Jonatan Álvez, o Vasco teve com o que se preocupar. O Inter adiantou a equipe. Edenílson passou a ficar mais presente no campo rival, arriscando chutes de área. Um deles, inclusive, defendido com dificuldade por Martín Silva. D’Alessandro pouco se encontrava no jogo, fazendo o tradicional papel de orquestrar as ações da equipe, carimbando todas as bolas. Ao ter Nico e Patrick pelos lados, sua participação também cresceu. Não cabia mais a ele tentar acelerar o jogo. Tinha quem o fizesse. Passou a distribuir melhor a bola pelo meio, facilitado com espaços de um Vasco já cansado devido à pressão do primeiro tempo. Pressionado, o time da casa ainda viu Andrey chegar atrasado em Jonatan Álvez e cometer pênalti ignorado pelo árbitro.

Ao fim, Inter com centroavante e muita velocidade pelos lados

A chave virou ao Internacional quando Odair Hellmann optou por Wellington Silva na zaga de D’Alessandro. A velocidade tornou o time ainda mais perigoso, buscando demais os lados. Fôlego novo diante de marcadores desgastados e pressionados. Talvez o vascaíno só não contasse que o time, mesmo em seu limite, sofresse de novo com um mal que o atormenta nessa temporada: falhas de Martín Silva. Após gingado de Wellington Silva sobre Luiz Gustavo, o chute colocado saiu até fraco. Martín espalmou a bola para o centro da área. Jonatan Álvez, quase caído, completou para o gol vazio. Martín deixou-se trair e aceitou o contrapé. 1 a 0. O Vasco, em seu limite, sentiu o baque por instantes. Valentim já tinha acionado Kelvin para um dos lados do campo. Alternava com Pikachu entre esquerda e direita. As arrancadas do camisa 7 eram esperança a quem tem tão pouco a oferecer aos seus jogadores em 2018. Em uma delas, Kelvin tentou entrar na área e caiu entre Cuesta e Iago. O árbitro assinalou o pênalti, inexistente, para desespero colorado. Maxi López colocou números finais no placar.

Ainda assim, São Januário, frustrado, suspirou ao apito final. Um misto de reconhecimento do esforço do time com a decepção de que não há mais a oferecer do que isso. Entrega, mínima organização e jogo aguerrido com uma das melhores equipes do campeonato. Foram 16 finalizações – metade no alvo – e 15 desarmes vascaínos na partida, segundo o Footstats. O Vasco tentou ser ousado, agredir o Internacional. Chegou no seu limite. Mesmo assim foi pouco.

FICHA TÉCNICA
VASCO 1X1 INTERNACIONAL

Local: São Januário
Data: 26 de outubro de 2018
Horário: 21h30
Árbitro: Igor Junio Benevenutto (MG)
Público e renda: 8.301 pagantes / 8.648 presentes / R$ 262.320,00
Cartões Amarelos: Willian Maranhão, Thiago Galhardo e Maxi López (VAS) e D’Alessandro, Rodrigo Moledo e Jonatan Álvez (INT)
Cartão vermelho: Edenílson (INT), após o fim da partida
Gols: Jonatan Álvez (INT), aos 39 minutos e Maxi López (VAS), aos 46 minutos do segunndo tempo

VASCO: Martín Silva, Luiz Gustavo, Werley, Leandro Castán e Ramon; Willian Maranhão (Raul, 34’/2T) e Andrey; Yago Pikachu, Fabrício (Thiago Galhardo, 15’/2T) e Marrony (Kelvin, 24’/2T); Maxi López
Técnico: Alberto Valentim

INTERNACIONAL: Marcelo Lomba, Fabiano, Rodrigo Moedo, Victor Cuesta e Iago; Rodrigo Dourado; Rossi (Jonatan Álvez, 17’/2T), Edenílson, Patrick e D´Alessandro (Wellington Silva, 29’/2T); Nico López
Técnico: Odair Hellmann

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