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Sí, se puede: Fluminense mostra competitividade e pressiona River Plate

Fred Fluminense gol River Plate Libertadores 2021

(Flickr / Fred)

Cazares Fluminense Libertadores 2021 River Plate

(Flickr / Fluminense FC)

Natural que ao sortear das bolinhas o nome River Plate tenha assustado. Semifinalista nas últimas quatro Libertadores, time imponente. Um bicho-papão. Oito anos depois, o Fluminense voltou à Libertadores com uma bela atuação no Maracanã e por pouco não venceu o monstro River. O empate em 1 a 1 mostrou que houve competitividade, um time bem armado e a certeza: sí, se puede.

Roger Machado entendeu que o River era o time mais forte do confronto. Mas se acadelar dentro dos próprios domínios não faz parte de sua ideia. Mandou o Fluminense a campo com um 4-2-3-1, rapidamente transfigurado para o 4-4-2 ao chamar o rival argentino para agredi-lo. Luiz Henrique e Kayky pelos lados. Yago e Martinelli por dentro. Nenê e Fred mais à frente.

No outro lado, Marcelo Gallardo montou o River em um 3-4-3. Eram três laterais em campo. Mas Casco cumpria a função no meio. Angileri assumia o lado. E a força portenha era mesmo pela direita. Montiel talvez seja o melhor da função no continente. Ataca com enorme voracidade e é eficiente ao fechar o seu setor. Ao acionar Álvarez com alguma constância preocupou Roger. O técnico tricolor cobrou por vezes a participação de Luiz Henrique para auxiliar Egídio no setor. Parecia uma previsão.

Montiel avançou pela direita e esticou bola na área para Borré. Sem interceptação do passe, a bola chegou aos pés do colombiano, mas já com direção à linha de fundo. Marcos Felipe foi descuidado em uma competição que não permite tamanho luxo. Pênalti bem anotado pelo árbitro. Montiel cobrou no meio do gol e abriu o placar. 1 a 0.

Flu no início: um pouco mais recuado, em busca de saídas rápidas

A partir daí o jogo perdeu em intensidade, muito graças ao River. Apenas De La Cruz acelerava o jogo com algum interesse. A receita diante do tranquilo e elegante Marcelo Gallardo à beira do gramado era claramente diminuir o ritmo. Tocar bola e enervar o Fluminense em sua volta à Libertadores após oito anos. Mas o Tricolor competia. Era organizado. Trocou Kayky com Luiz Henrique algumas vezes. E o Camisa 34 no lado esquerdo foi responsável por bons avanços e, consequentemente, segurar o vigor de Montiel. Mas não foi necessário para agredir.

River no início: rédeas do jogo, presença no campo rival

Na volta para a segunda etapa, Roger deu alguns minutos ao time para observar a reação. Tornou o Fluminense mais agressivo, com marcação na saída de bola do River. Tentou dificultar o máximo a equipe de Marcelo Gallardo. Faltava, porém, maior intensidade na partida. Nenê, aos 39 anos, não a entrega. E Kayky, aos 17 anos, teve dificuldades para duelar com Angileri e Casco. Roger percebeu e promoveu as mudanças. Gabriel Teixeira na vaga de Kayky, Cazares na de Nenê. E rapidamente o equatoriano mostrou o porquê de Ganso nem mesmo ter sido relacionado para o banco de reservas. Deu maior fluidez ao meio com passes e ótima visão de jogo. Ao receber a bola de Fred em um contra-ataque, pelo lado esquerdo, já sabia onde lançá-la. Esperou apenas o atacante entrar na área. O passe no capricho encontrou a finalização rápida e rasteira do experiente centroavante. 1 a 1.

No segundo tempo, time mais solto, com pressão sobre o River

O gol foi o principal argumento do Fluminense para se convencer que sim, poderia fazer frente ao River Plate. Mas precisaria se renovar para manter a intensidade apresentada no jogo. Saíram Fred e Luiz Henrique para as entradas de Abel Hernández e Lucca. O River não tinha como manter o jogo morno. A pressão tricolor o incomodava. Tentou, então, avançar passos e se postar no campo de ataque. Deu farto espaço às costas para os velozes Lucca e Gabriel Teixeira. O primeiro recebeu lindo lançamento de Cazares, entrou na área e foi bloqueado na bola por Angileri, apesar dos pedidos insistentes tricolores de pênalti. O segundo inibiu demais Montiel e forçou a troca de Álvarez. Gallardo respondia ao empilhar atacantes. O jogo ficou perigoso para os argentinos. E saboroso para o Fluminense.

Avançado, com muita pressão, o time de Roger Machado quase virou no fim da partida, em boa bola batida de primeira de Cazares, na esquerda da área, quase sem ângulo. Armani fez ótima defesa e impediu a virada tricolor. Roger voltou a reforçar o meio, com Wellington na vaga de Martinelli, também já amarelado. Mas o resultado foi mesmo um empate que arrancou aplausos do Maracanã. Foi um time tricolor com pouca posse de bola – apenas 33% – mas que finalizou 14 vezes no gol do River. Os argentinos, por sua vez, chutaram seis bolas na direção do gol. Há espaço para evolução e maior entendimento do torneio. Oito anos depois, o Fluminense voltou à Libertadores contra um bicho-papão. E saiu com o sentimento sul-americano. Sí, se puede.

*Números do app SoFaScore

FICHA TÉCNICA:
FLUMINENSE 1X1 RIVER PLATE

Local: Maracanã
Data: 22 de abril de 2021
Horário: 19h
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
VAR: não houve
Público e renda: portões fechados
Cartões amarelos: Martinelli, Yago Felipe, Fred e Lucca (FLU)
Gols: Montiel (RIV), aos 12 minutos do primeiro tempo e Fred (FLU), aos 20 minutos do segundo tempo

FLUMINENSE: Marcos Felipe; Calegari, Nino, Luccas Claro e Egídio; Martinelli (Wellington, 43’/2T) e Yago Felipe; Kayky (Gabriel Teixeira, 12’/2T), Nenê (Cazares, 12’/2T) e Luiz Henrique (Lucca, 28’/2T); Fred (Abel Hernández, 28’/2T)
Técnico: Roger Machado

RIVER PLATE: Armani; Montiel, Paulo Díaz, Martínez e Angileri; Enzo Pérez, Casco (Girotti, 29’/2T) e Palavecino; Álvarez (Beltrán, 29’/2T), De La Cruz e Borré
Técnico: Marcelo Gallardo

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