Muralha pênalti Fla-Flu PES 2017
Pênaltis no Fla-Flu! Mas no videogame…quem levou a melhor: Cavalieri ou Muralha?
29 abril 20:31
Everton Flamengo Fla-Flu Maracanã final 2017
Na primeiro jogo da final, Zé lança antídoto, trava o rival e Fla engole Flu no Maracanã
30 abril 20:35

E tudo se resume ao Fla-Flu: clássico reassume protagonismo com estilo ofensivo

Richarlison e Guerrero, os artilheiros das equipes no campeonato, prometem ser duelo à parte

Richarlison e Guerrero, os artilheiros das equipes no campeonato, prometem um duelo à parte

Impossível explicar o choque entre ambos. Há uma coleção de confrontos que já ecoa por décadas. Um se originou do outro. O filho que contesta o pai. O pai que não se rende ao filho. Um clássico marcado por imprevisibilidade, cores na arquibancada e que começou 40 minutos antes do nada, segundo Nelson Rodrigues. Confunde-se com a história do futebol brasileiro. Um lado que se completa em outro. Arrebata multidões, faz explodir emoções com reviravoltas épicas e transcende o campo, a arquibancada e o próprio futebol. A ponto de virar expressão popular para antagonismo político. Senhoras e senhores, acomodem-se. Mais de duas décadas depois, um Fla-Flu volta a decidir um título neste domingo, às 16h, no Maracanã.

Foram necessários 7.980 dias e 1.140 semanas para que o clássico mais charmoso e imprevisível voltasse a protagonizar a decisão de um título. Desde a barriga que eternizou Renato Gaúcho em 1995 a dupla Fla-Flu não tinha embate tão sério, pesado. Alguns poderão lembrar que o Campeonato Carioca não é mais aquele de quase 22 anos atrás. Até verdade. Mas tampouco o Fla-Flu é o mesmo.

A partir dali, avolumou-se no imaginário popular, colecionou outros capítulos e insiste em invadir a História. Que será feita a partir desta tarde no Maracanã por dois times dedicados a seduzir a massa com o balançar das redes. Juntos, somam 101 gols na temporada. Coisa à beça. Não há vantagem na decisão. Há regra implícita: atacar para garantir um título e escrever novas linhas de uma epopeia contada desde 1902.

Provável Flamengo para a final

Invicto e dono da melhor campanha da competição, o Flamengo pode até poupar alguns de seus astros do desgaste físico que terá pela frente, com dois jogos decisivos contra o rival carioca e, no meio, um confronto importante pela Libertadores, contra a Universidad Católica. Mas não parece ser o caminho indicado por Zé Ricardo. Sem títulos há três anos, os rubro-negros devem ir para o embate com o que têm de melhor no momento. Mas daí aquelas ironias de um Fla-Flu.

O time não conta, porém, justamente com o seu melhor, Diego, lesionado no joelho direito. Por outro lado, tem Guerrero, artilheiro do campeonato com nove gols e em fase esplendorosa. A tendência é que Zé opte pelo 4-1-4-1 mais uma vez, como fez diante do Botafogo na semifinal. Trabalhar a posse, girar o jogo e tentar conter o ímpeto ofensivo avassalador do rival. Serão 180 minutos até a taça. Desprezar os 90 iniciais, no entanto, pode ser fatal.

Dar companhia a Guerrero será de fundamental importância. Diante do Atlético-PR, na derrota pela Libertadores, o peruano se desdobrou e lutou sozinho na frente. Não teve com quem dialogar minimamente. Everton, lesionado, era desfalque. Mas pode voltar neste domingo e colaborar com o jogo ofensivo, além de ser suporte para bloquear os laterais tricolores, Lucas e Léo, que avançam constantemente. Na outra ponta, Gabriel é geralmente o preferido, mas Berrío pode ser opção para combater a velocidade tricolor com o mesmo remédio. No centro, Romulo e Arão, não tão eficazes na tarefa de criar jogadas, mas que sabem valorizar a posse. Um Flamengo em bloco do meio para frente, tentando segurar o Fluminense, controlar o andar da partida e ocupando espaços para não ceder o contra-ataque. Um jogo de xadrez ainda indefinido, que promete se acomodar com o rolar da bola e o ajuste das peças no gramado do Maracanã.

Abel Braga, do seu lado, não leva dúvidas para o clássico. Sua prioridade é a conquista do Carioca, do qual já foi campeão duas vezes pelo Tricolor, em 2005 e 2012, e uma com o rival da final, em 2004. Dono da segunda melhor campanha, o Fluminense encanta por ter uma equipe jovem, obcecada pela tarefa de marcar gols. Fez 55 na temporada, 33 no Carioca, três a menos do que os rubro-negros. O 4-3-3 está confirmado, com Henrique Dourado de volta após lesão, dando poder de definição ao ataque. E Wendel no meio de campo.

Provável Fluminense para a final

O jovem foi o destaque do time reserva que quase venceu os titulares rivais no Fla-Flu de Cariacica, 1 a 1 pela Taça Rio. Não é volante, tampouco meia. É, sim, meio campista daqueles considerados modernos. Marca e ataca com a mesma desenvoltura. E tem com quem dialogar ao lado, caso de Sornoza, de passe refinado e visão privilegiada, e na frente, com Wellington e o artilheiro do time, Richarlison, autor de oito gols no Estadual. Os dois pontas do ataque tricolor e suas constantes trocas de posição serão os responsáveis por ditar a ideia da equipe ao rolar da pelota.

Conseguirão controlar o ímpeto de partir ao ataque com extrema velocidade e sufocar o rival, como feito na semifinal com o Vasco, ou saberão aguardar e disparar em contra-ataques mortais, como na decisão da Taça Guanabara contra o próprio Flamengo? Talvez passe por aí o desenrolar do Fla-Flu e suas consequências. Uma resposta que nem Abel parece saber. Mas o time é organizado. A ponto de saber se adaptar à sua maior perda: Gustavo Scarpa, ausente por lesão no tornozelo esquerdo desde a semifinal da Taça Guanabara.

É apenas o início de uma nova história. Vale mesmo se acomodar, senhoras e senhores. A imprevisibilidade destinada ao clássico certamente entrará em campo. As cores se misturam. É impossível explicar. Em 1995, o clássico parou o país. Mais de duas décadas depois está novamente selado: no fim, o Campeonato Carioca voltará a se resumir a um Fla-Flu.

O estádio: Maracanã.
O Flamengo disputou quatro jogos no estádio. Conseguiu três vitórias e empatou uma vez. O Fluminense venceu os três jogos que disputou no local em 2017.

O árbitro: João Batista Arruda.
Apitou um jogo do Flamengo em 2017, vitória de 4 a 0 sobre o Madureira. Guerrero e Diego receberam cartões amarelos na ocasião. Não apitou jogo do Fluminense neste ano.

Flu no Carioca:

Fla no Carioca:

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